blog em construção

blog em construção

titulo rotativo




Igreja assembléia de Deus em vila feliz pilar ministério Pr Artur Pinto Neto

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Podemos confiar reaumente nas sagradas escrituras,como hoje podemos acreditar no relato de Josué 10:12 II Reis 20: 8 à 11


http://estudosbiblicos.spaceblog.com.br/r8000/Curiosidades/2/

Podemos confiar reaumente nas sagradas escrituras como acreditar que o sol parou Josué 10:12 II Reis 20: 8 à 11


O dia em que o Sol parou

Cientistas da NASA, a agência espacial norte-americana, no início da década de 80, em Green Belt, Maryland, dedicaram-se a uma exaustiva pesquisa, com o uso dos mais modernos recursos da Informática, para estabelecer a posição exata do Sol, da Lua e dos diversos planetas do nosso sistema solar durante o milênio.

Harold Hill, presidente da companhia de engenharia Curtis, com sede na cidade de Baltimore, também em Maryland, relata sua experiência no cargo de consultor do programa espacial daquele período:

"Precisamos desses dados para que satélites possam ser lançados ao espaço para missões de exploração de novos corpos celestes sem que entrem em rota de colisão com qualquer um deles. Como pretendemos construir foguetes não-tripulados com autonomia para muitas e muitas décadas no espaço, precisamos traçar sua trajetória com precisão para que as gerações futuras venham a receber e analisar os dados enviados por eles. Nós e os cientistas da NASA, descobrimos que falta um dia no calendário universal. Envolvido nesta pesquisa, pude presenciar uma descoberta fantástica: falta um dia na história do universo!"

Eis como tudo aconteceu: Os engenheiros da NASA colocaram os dados no computador para que ele determinasse a exata posição dos astros, tanto no passado quanto no futuro, e então surgiu um impasse. O computador subitamente interrompeu o programa e mostrou na tela um aviso de que havia algo errado nos números que lhe serviram de base para os cálculos. Entretanto, havia entre eles um evangélico que falou sobre a história de Josué. Os engenheiros da IBM foram imediatamente chamados para verificação de um possível defeito e, após um cuidadoso exame de toda a rede de informática, garantiram que estava tudo em ordem. Foi então, que esse membro evangélico que fazia parte da equipe, lembrou-se de que Josué, segundo os textos sagrados, certa ocasião ordenara ao Sol que parasse e contou o episódio aos seus colegas. Ninguém acreditou, a princípio, pois todos os outros cientistas eram acostumados a fatos concretos. Assim, eles o desafiaram a provar o que dizia. O cientista, ao ser desafiado, pegou a Bíblia e mostrou Josué 10:12 "Então Josué falou ao Senhor, no dia em que o Senhor entregou os amorreus nas mãos dos filhos de Israel; e disse, na presença dos israelitas: Sol, detém-te sobre Gibeom, e tu, lua, no vale de Aijalom". Explicou-lhes que Josué se encontrava rodeado por inimigos e se a noite caísse, eles poderiam sobrepujá-lo. Pediu, portanto, a Deus que o Sol parasse, e assim aconteceu, o Sol não se pôs o dia todo.

Depois destas explicações, resolveram colocar esses novos dados nos computadores para ver se era realmente o dia que faltava e, voltando no tempo, achamos uma resposta aproximada. O período que faltava no tempo por causa do pedido de Josué era de 23 horas e 20 minutos; não era, portanto, um dia inteiro, conforme garantiam os computadores da NASA. Com esse resultado, os cientistas voltaram ao livro de Josué e acharam o capítulo 10 v.13: "E o Sol se deteve, e a Lua parou, até que o povo se vingou de seus inimigos... O sol, pois, se deteve no meio do céu, e não se apressou a pôr-se, quase um dia inteiro". Bem, o texto bíblico confirmava que não era exatamente um dia inteiro e esse achado foi muito importante, mas ainda assim continuavam em dificuldades, porque faltavam 40 minutos, e não é possível realizar cálculos para séculos futuros com um erro desse tipo.

Após algum tempo, aquele cientista evangélico se lembrou de outra passagem bíblica que mencionava outro episódio a respeito do sol. Dessa vez o astro maior teria regredido no tempo. Todos ficaram atônitos... absolutamente mudos! Novamente o primeiro impulso foi de descrédito, porém, utilizando-se de um programa específico para consultas bíblicas, chegaram ao seguinte texto: II Reis 20: 8 à 11 - "Ezequias disse a Isaías: Qual será o sinal de que o Senhor me curará, e de que ao terceiro dia subirei à casa do Senhor? Respondeu Isaías: Ser-te-á isto da parte do Senhor como sinal de que Ele cumprirá a palavra que disse: Adiantar-se-á a sombra dez graus, ou os retrocederá? Então disse Ezequias: É facil que a sombra adiante dez graus; tal, porém, não aconteça, antes retroceda dez graus. Então o profeta Isaías clamou ao Senhor; e fez retroceder dez graus a sombra lançada pelo sol declinante no relógio de Acaz".

Ficaram todos quietos naquele momento. A incredulidade por causa daquilo que é concreto foi fulminada pelas palavras de um livro milenar, muitas vezes ignorado. Dez graus são exatamente 40 minutos que, somados às 23 horas e 20 minutos do tempo utilizado por Josué, formam precisamente as 24 horas (um dia) faltantes em nossos cálculos.

(Texto extraído de depoimento do Dr. Harold Hill e adaptado pela Revista Plenitude nº13 - enviado por Paulo Henrique Vieira)

Janela 10-40




Janela 10-40


Igreja Missionária Assembléia de Deus em vila feliz pilar




1O que é uma Janela 10 / 40?


Janela 10-40 JANELA 10/40 é uma faixa da terra que se estende do Oeste da África, passa pelo Oriente Médio e vai até a Ásia. A partir da linha do Equador, subindo forma um rectângulo entre os graus 10 e40. A esse rectângulo den

omina-se JANELA 10/40. Calcula-se que até hoje menos da metade da população mundial com as suas etnias e línguas tenham sido confrontadas com o evangelho.A outra parte, com sua maioria absoluta na Janela 10/40, representa uma grande multidão de cerca de 3,2 bilhões de pessoas que ainda são objetos dos empreendimentos Missionários do Povo de Deus. Os países com as maiores populações não cristãs são:China, Índia, Indonésia, Japão, Bangladesh, Paquistão, Nigéria, Turquia e Ira, todos na Janela 10/40.

Devido a estes fatos, torna-se primordial para nós, cristãos, neste NOVO MILENIO, focalizar nossos recursos, sejam espirituais, financeiros ou sociais, sobre o necessitado povo que vive na Janela 10/40. Se desejamos mudar este quadro, devemos considerar alguns fatos de muita importância: O significado Bíblico e histórico - O domínio do islamismo, do Hinduismo e do Budismo - A pobreza acentuada - A diversidade de línguas e culturas - A concentração de seitas diabólicas Países que formam uma Janela 10/40

ORIENTE MÉDIO - 21 países. Arábia Saudita, Argélia, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Palestina, Jordânia, Kuweit, Líbano, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Oma, Síria, Sudão, Tunísia e Turquia.

ÁFRICA - 12 países. Benin, Burkina, Cabo Verde, Chade, Djibuti, Etiópia, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Mali, Níger e Senegal.

ÁSIA- 21 PAÍSES.Afeganistão, Bangladesh, Barein, Butão, Camboja, China, Coréia do Sul, Coréia do Norte, Filipinas, Índia, Japão, Laos, Malásia, Maldivas, Mongólia, Nepal, Paquistão, Sri Lanka, Tailândia, Taiwan (Formosa ) e Vietnã.



EUROPA - 4 países. Albânia, Chipre, Gibraltar e Grécia. Nem todos os crentes sabem que no mundo ainda há povos completamente ignorantes da existência de Jesus Cristo e seu plano redentor. Poucos se importam em saber que hoje não oriente há cristãos presos e sendo torturados por causa de sua fé. Quantos têm um programa Intensivo de oração pelos povos não alcançados pelo evangelho? Saber que há povos cometendo suicídios e guerras, por falta de esperança ou fanatismo, não é um assunto que interessa a todos os cristãos.Os cristãos no mundo estão direcionando apenas 1,2% do seu fundo Missionário e de seus Missionários estrangeiros para bilhões de pessoas que vivem no mundo evangelizado. No mundo ainda há dezenas de país com suas portas total ou parcialmente fechadas à entrada de Missionários. Há 28 países muçulmanos (sem incluir seis da antiga União Soviética), 7 nações budistas, 3 marxistas e 2 países hindus, formando o maior aglomerado de povos não alcançados.

Porque evangelizar os povos da Janela 10/40

- Porque ali vive o maior número de povos não alcançados pelo evangelho. Cobre 1 / 3 total do planeta e representa 2 / 3 da população do mundo. São cerca de 3,2 bilhões de - pessoas em 61 países. - Porque ali está a maioria dos seguidores das 3 maiores religiões do mundo: islamismo, Budismo e Hinduismo. - Porque de cada 10 pobres na terra, 8 estão nessa região. - Porque dos 50 países menos evangelizados do mundo 37 estão nessa área. - Porque como maiores Capitais do mundo estão nessa região. De acordo com os missiólogos, Diversidades há nenhum número de povos não alcançados pelo evangelho hoje. Para Ralph Winter, há 17 mil povos não alcançados e 12 mil línguas. David Barrete declara que são 11 mil o número total de povos não alcançados. Bob Waymire também arrola 11 mil povos diferentes no mundo. Patrick Johnstone avalia em 12,017 o total de povos não alcançados em todo o mundo. Subtraindo desse número os povos entre os quais há cristãos, Missionários de fora e autóctones, restam apenas 1,200 povos a serem alcançados. Em sua perspectiva, 99% da população do mundo serão cobertos, inteiramente, com uma mensagem do evangelho se ela transmitida para, no máximo, entre 400 e 500 línguas diferentes. Então concluímos que missões, ainda não é um assunto sério para muitas igrejas. Enquanto Templos são enfeitados e grande parte do tempo é utilizada para inúmeros programas, missões é ocasional, ainda não é assunto íntimo. O Mundo dos povos não alcançados Segundo alguns estudiosos, temos aqui algumas estatísticas: - Cada hora 10.700 crianças nascem e morrem sem escutar como Boas Novas em países da Janela 10/40; - Cada hora de esforço Missionário resulta em 9,800 pessoas Escutando o evangelho pela primeira vez; - O resultado é uma redução no mundo não evangelizado de 500 pessoas a cada hora, ou pouco mais que 4 milhões de pessoas por ano. - 9 em cada 10 países mais pobres do mundo estão na África e 8 destes são parte do mundo menos evangelizado.

O Hinduismo na Janela 10/40
Veja alguns povos que vivem na Janela 10/40   

Povos sem Pátrias. 1.Os Curdos: São descendentes de Elão, filhos de Sem, filhos de Noé. (Gn 10/22) estão concentrados na sua maioria não Iraque e na Turquia. Um povo sem terra que tenta construir a sua Pátria, mas tudo isso, são cumprimentos de uma palavra profética de Jeremias. (Jr 49,34-39) A evangelização tem sido um desafio pois este povo são muçulmanos. 2.Os povos Bérberes Rifenhos: São provenientes da região de Cirene, norte da África. Habitam nas montanhas do RIFE, região que vai do Marrocos até a Tunísia, também são muçulmanos. Na Europa a sua maior concentração está em Amisterdã - Holanda. Já existe uma tradução do livro de João para a sua língua tamázigh. 3.Os indígenas brasileiros: Já chegou a existir 900 grupos étnicos, mas foram dizimados pelos colonizadores. Existem hoje 240 tribos indígenas no Brasil.

Os Adeptos das Seitas:1.o desafio da seitas: O Missionário precisa estar preparado para encontrar um lugar qualquer seitas. Os adeptos das seitas estão incluídos nas listas dos grupos não alcançados. 2.Como alcança-los? Tendo conhecimento sólido das doutrinas do Cristianismo. Ter algumas noções de suas doutrinas, como seus argumentos, crenças e etc Ter uma direção do Espírito Santo para refutá-los.

Os muçulmanos:1.Sua origem; Fundada por Maomé, em 570 - 634 DC, na cidade de Meca, na Arábia Saudita. A palavra islamismo vem da palavra árabe: Islão, que significa submissão. Eles Reivindicam uma linhagem direta de Abraão através de Ismael. (Gn 16/10) 2.O Grande desafio da Igreja: O maior desafio à Igreja e uma evangelização dos muçulmanos. 3.Suas crenças; Negam uma divindade de Jesus ea Trindade. Afirmam que Jesus não é filho de Deus. Acreditam que o Pentateuco, profetas do Antigo Testamento, Salmos de Davi, Os Evangelhos eo Alcorão, são livros sagrados. Acreditam nos profetas e em Anjos. 4.O Alcorão: A Bíblia eo Alcorão se opõem um ao outro. O Alcorão nega a morte de Jesus não Calvário. A Bíblia afirma da morte de Cristo não Calvário.

Palavra Final: 2,2 bilhões de pessoas em 1739 grupos precisam de uma igreja em sua própria língua e cultura. Há, pelo menos, 139 mil Missionários cristãos no mundo, e 12 mil povos etnolinguísticos. Se dividíssemos igualmente os Missionários, cada povo deveria receber 11 Missionários, mas a metade dos 2 mil povos menos alcançados não tem nenhum Missionário.
Plano Divino Através dos Séculos


D e d i c a t ó r i a



Dedico esta singela obra, fruto dos meus primeiros es­forços literários em prol da causa do Mestre no Brasil, à minha esposa, Alice Olson, que tão carinhosamente tem servido ao meu lado durante quarenta e dois anos de trabalhos no Evangelho, sempre disposta e dedicada a en­frentar qualquer dificuldade e a sacrificar-se a si mesma no desejo de ver prosperar a obra do Senhor.
Da terceira edição

Muto sensibilizado pela aceitação geral nos meios pentecostais que as primeiras edições deste livro gozaram, resolvi aprimorar ao máximo esta terceira. Por conse­guinte, ocupei-me durante vários meses na sua total revisão, no intuito de torná-la a mais didática possível.
O leitor observará que ao fim de cada capítulo encontra--se um questionário relativamente completo. Este foi preparado tendo em mente que o livro estará servindo como livro-texto no estudo das Dispensações, nos Institutos Bíblicos e na Escola Bíblica Bereana, recentemente fun­dada, que funciona por correspondência e extensão.
As obras consultadas na preparação desta matéria tão palpitante para os crentes em Jesus, vivendo nos dias atuais que precedem o iminente regresso de Jesus Cristo à terra, são: "Dispensational Studies", por Ralph M. Riggs, e "Ages and Dispensations", por Frank M. Boyd, autores que eram meus professores na matéria, no Central Bible College em Springfield, Est. de Missouri, E.U.A. Outras obras incluem "Dake's Annotated Bible", "The Schofield Bible", "Strong's Concordance", "Bible Dictionary", por Merrill F. Unger, e "Dispensational Truth", por Clarence Larkin.
N. Lawrence Olson
Rio de Janeiro, Maio, 1974
Capítulo 1
Introdução
"Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obrei r o que não tem de que se envergonhar, que MANEJA BEM A PALAVRA DA VERDADE". II Timóteo 2.15.
Quando Deus criou o Universo e todos os seres vivos, tinha em mente um plano que seria executado em lugares e épocas por Ele determinados. Esse plano visa à glorificacão do Seu nome em todo o Universo e durante toda a eternidade.
O veículo pelo qual Deus revela esse plano aos homens é a Palavra de Deus. Ela é o único documento autêntico que conta a verdade sobre a origem do Universo e do ser humano. EIa revela também o amor de Deus para com a criatura humana, mostrando-lhe o único Caminho para o céu, que é Jesus Cristo. O mundo rejeitou esse Caminho de redenção, seguindo as filosofias vãs da imaginação humana, como o apóstolo Paulo afirma em Romanos cap. 1. Essas filosofias resultaram no caos em que o mundo hoje se encontra. Bem falou Jeremias: "Os sábios envergonha­dos, aterrorizados e presos; eis que rejeitaram a palavra do Senhor; que sabedoria é essa que eles têm?" Jr 8.9. Felizmente, possuímos a Bíblia que nos orienta quanto à maneira de sair do caos que o pecado nos causou. Todo e qualquer problema pessoal encontra a solução em Cristo, que é nossa Vida, nossa Luz, a Fonte de amor, a Força, a Sabedoria, o Pão da Vida, o nosso Amigo e Guia.
Ao manusear as páginas sagradas, podemos contar com a presença do Espírito Santo, o Autor das Escrituras, de Quem disse Jesus: "O Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas... Ele vos guiará a toda a verdade... há de receber do que é meu, e vo-lo há de anunciar". Jo 14.26; 16.13,14. O Espírito Santo já revelou em Hebreus 11.3 que... "Pela fé entendemos que foi o universo formado pela Palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem". Nas Escrituras o Espírito Santo revela todo o propósito de Deus através dos séculos. Por conseguinte, a Bíblia manifesta as grandes e majes­tosas doutrinas sobre a Trindade, a origem, a queda, e a redenção do homem. Pela Bíblia aprendemos a verdade sobre a Igreja, sua origem e destino, a relação entre a graça e a lei, e bem assim as instruções necessárias para o crente. A profecia é parte integral das Escrituras e podemos afirmar que a Bíblia é o único Livro no mundo que apresenta legítimas profecias, autenticadas pelos aconteci­mentos históricos posteriores. As "épocas" ou "eras" e "dispensações" bíblicas constituem a "espinha dorsal" das Escrituras. A interpretação certa das profecias dependerá do conhecimento dessas épocas históricas e os respectivos pactos vigentes entre Deus e os homens.
A formulação sistemática dessas verdades divinas, que o estudo das dispensações proporciona, muito contribuirá para evitar erros crassos e grande confusão na interpretação da mensagem de Deus aos homens. Agostinho era desta opinião: "Distingam-se os períodos e as Escrituras se harmonizarão."
As divisões gerais que faremos da verdade bíblica nesta obra versam em torno de: 1) a terra; 2) o homem; e 3) os seres espirituais. Trataremos do mundo físico, do planeta Terra e das várias fases de sua existência. Em seguida estudaremos a história do homem, sua queda no Jardim do Éden, e sua redenção. Por fim, consideraremos o mundo dos espíritos, sua origem e seu destino final.
As Dispensações Bíblicas. A palavra "dispensarão" encontra-se quatro vezes no Novo Testamento, em I Co 9.17; Èf 1.10; 3.2; e Cl 1.25. A palavra grega é "oikonomia", da qual deriva-se a palavra "economia", que, segundo o Dicionário Prático Ilustrado, significa a "boa ordem na administração, na despesa de uma casa". Originalmente significava a mordomia ou gerência duma casa. (Em grego, casa é "oikos"). No uso bíblico a "dispensação" (oikono­mia) representa a administração que Deus faz em Sua grande casa" universal, na qual estão afetos a Ele todas as inteligências, tanto homens como seres angelicais.
O estudo das dispensações revela os vários métodos usados por Deus em Suas relações com as diferentes classes de povo através dos vários períodos determinados por Ele a fim de lograr o Seu propósito. Por conseguinte, é necessá­rio distinguir ou separar esses diversos períodos, a fim de "manejar bem a Palavra da verdade", como Paulo exortou a Timóteo. II Tm 2.15.
"Manejar bem" a Palavra significa, na linguagem de Paulo, "fazer um corte reto". O pedreiro constrói a parede em linha reta. O carpinteiro risca a obra em linha reta. O agricultor ara a terra em linhas retas. Semelhan­temente, o obreiro do Senhor que interpreta a Bíblia, terá que interpretá-la corretamente - em linha reta! Para conseguir esse resultado, o intérprete da Palavra terá que entender os períodos ou "dispensações" e isso por sua vez requer o estudo diligente das Escrituras e a observação minuciosa da revelação divina aos homens. O preguiçoso jamais saberá interpretar o pensamento divino. Por isso Paulo assim exortou a Timóteo: "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se enver­gonhar...” II Tm 2.15. A palavra "procura (no original grego, “spoudason") significa "apressar-se, ser diligente". Manejar bem significa usar as faculdades racionais, a inteligência, como em Isaías 1.18, onde Deus convoca Seu povo, “Vinde, pois e arrazoemos. diz o Senhor".
Paulo avisa contra o perigo de fraude na interpretação das Escrituras em II Co 4.2, dizendo: "... rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a Palavra de Deus..." "Adulte­rar", no original, é "dolos", que significa "pegar com isca". Portanto, tem o sentido de falsificar e corromper. Na antigüidade falsificavam ouro e vinho. Em todos os tempos levantaram-se falsos "mestres", e falsos "profetas" que por ensinos engenhosos têm conseguido enganar os incautos, causando-lhes a eterna destruição da alma. Pedro referiu-se às epístolas de Paulo dizendo que nelas haviam "certas coisas difíceis de entender , que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles." II Pe3.15,16. Como, então, é importante que saibamos, não "deturpar", mas sim interpretar corretamente (fazer o corte em linha reta!) a Palavra de Deus. Isso significa que todas as idéias, noções e opiniões preconcebidas sejam postas de lado e que a própria Bíblia seja o intérprete de si mesma.

Antes de prosseguir ao estudo das dispensações em si, consideraremos de modo sucinto o assunto de



I. INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA



A. Três erros a serem evitados.

1. A interpretação errônea da passagem. Um exemplo disso seria a interpretação popular que se faz da Parábola do Fermento, em Mt 13.33, pela qual a "mulher" (a igreja) põe o "fermento" (o evangelho) nas "três medidas de fari­nha" (o mundo), com o resultado que "ficou tudo levedado" (isto é, que o mundo todo torna-se convertido a Cristo).

Com esta interpretação não podemos concordar, pela seguinte razão: o evangelho é coisa boa, mas o "fermento", como usado nas Escrituras, é alguma coisa má que deve ser evitada. Por exemplo em Êxodo 12.8,15-20, o fermento foi excluído das casas hebréias na noite da Páscoa, como também das ofertas de suave cheiro em todo o Velho Tes­tamento. Em Marcos 8.15-21 e Mt 16.11,12; e Lc 12.1, Cristo refere-se ao fermento como símbolo de falsas dou­trinas e hipocrisia dos fariseus, saduceus e Herodianos. Paulo em I Co 5.6,8 emprega o mesmo simbolismo para significar o "fermento da maldade e da malícia", em contraste com "os asmos da sinceridade e da verdade". Não é possível que o fermento represente em um caso uma coisa boa e em outro caso uma coisa má. Por conseguinte, a nossa interpretação da parábola do fermento é, que a "mulher" (a falsa religião), introduz, não o Evangelho, mas sim uma doutrina adulterada no meio dos homens. Foi isto mesmo que aconteceu nos séculos posteriores quando a igreja tornou-se o que vemos hoje na Igreja Católica Romana, cheia de invencionices, como a mariolatria, a ado­ração aos santos, o celibato, a infalibilidade papal, cele­bração de missa, salvação pelas boas obras, etc. Esse "fermento" penetrou em toda a massa humana exatamente como a parábola predisse. Este é apenas um caso de interpretação errônea, que aparece entre muitos. Outro erro a ser evitado é

2. A Espiritualização das Escrituras, ou seja dar uma interpretação espiritual. Essa tendência surgiu entre os primitivos pastores da igreja naqueles primeiros séculos, especialmente na interpretação do Velho Testamento. Em vez de dar um sentido claro e literal a certas passagens, referentes ao povo de Israel, ensinavam que as ditas pas­sagens se referiam à Igreja do Novo Testamento. Há pessoas que crêem que Jesus voltará do céu depois que todo o mundo se converter, pelo fato de aplicarem um sentido espiritual aos nomes "Sião", "Jerusalém", "Jacó", "Israel", etc, como se esses fossem a Igreja. Segundo esta interpretação, Deus rejeitou para sempre a nação de Israel, a mesma está debaixo de maldição, e a Igreja tomou o lugar de Israel no plano e propósito divinos. Con­seqüentemente, essa aplicação errônea de termos, signi­ficaria que a nação judaica está eternamente separada de Deus. Jamais poderá voltar a gozar do favor divino. Mas em Romanos caps. 9 a 11, o apóstolo Paulo claramente revela a restauração de Israel e que no plano de Deus Israel ainda será muito abençoado. Israel será por "cabeça das nações e não por cauda", Dt 28.13. O conhecimento das dispensações evitará tais interpretações erradas. Passe­mos a considerar mais um erro de interpretação, o caso de

3. Cronologia Errônea. Em II Pe 3.10-14 está pre­vista a renovação dos céus e da terra por fogo, que resul­tará em novo céu e nova terra na qual haverá justiça. A pergunta é esta: "Quando acontecerá isso?" Na opinião de alguns, esta passagem terá seu cumprimento ao término da presente dispensação da graça. Mas se for assim, então não haverá tempo para o cumprimento das profecias referentes à restauração da nação judaica e o reino de Cristo no trono de Davi por 1000 anos. Conseqüentemente, em -nossa opinião, a renovação da terra por fogo terá lugar ao fim do reino milenar de Cristo, Ap 20.11 e 21.1.



II. TRÊS SISTEMAS DE INTERPRETAÇÃO

Certas partes das Escrituras devem ser interpretadas literalmente e outras figuradamente e ainda outras sim­bolicamente.



A. A Interpretação Literal significa dar à passagem em questão uma interpretação comum, de bom senso, em que as palavras são tomadas no sentido usual e costumeiro. É segundo a "letra". Uma ilustração da interpretação literal é a passagem em Lucas 1.31-33 que fala clara e literalmente que Cristo nasceria da Virgem, seria chamado o Filho de Deus e seria o Herdeiro do trono do Seu pai Davi, segundo a carne, e que reinaria nesse trono sobre os descendentes de Jacó. Esta regra de interpretação literal é a regra recomendada na maioria dos casos. Devemos usá-la sempre que for possível. Há passagens que não se podem interpretar literalmente, por seu conteúdo, ou porque outras razões óbvias fazem-nas exigir uma in­terpretação figurada ou simbólica. Mas sempre que for possível, deve-se empregar o modo literal. Em contraste com isso, temos



B. A Interpretação Figurada que se dá às passagens que empregam figuras de linguagem. Por exemplo, em Hebreus 4.7 o apóstolo nos exorta: "... não endureçais os vossos corações". Em João 10.9 Jesus disse: "Eu sou a porta" e em João 6.48 Ele disse: "Eu sou o pão da vida". Naturalmente, tais passagens não significam que os nossos corações sejam fisicamente endurecidos, mas sim que sejam sensíveis ao toque do Espírito de Deus; nem que Cristo é uma porta de madeira, ou do curral, mas sim que Ele é a porta de entrada para a vida eterna. Semelhantemente, Ele não é um pão literal e, sim, como pão que sustenta espiri­tualmente aquele que dEle se alimenta.

C. A Interpretação Simbólica é o que usamos quando se trata de objetos animados ou inanimados, que se usa para­lelamente a fim de esclarecer o assunto. Nos capítulos 2 e 7 de Daniel encontramos este tipo de interpretação, usado pelo próprio Espírito Santo. Os reinos gentílicos mundiais desde o babilônio Nabucodonosor até ao tempo do retorno de Cristo são representados pelos vários me­tais da grande estátua vista pelo monarca e depois pelas várias feras vorazes que o profeta Daniel viu.

Convém lembrar que, mesmo na interpretação figurada ou simbólica, devemos sempre procurar a verdade literal, a mensagem divina, contida na passagem em apreço.



III. AS TRÊS CLASSES DE POVO



Na Bíblia encontramos três distintas classes de povo com que Deus tem relações: o judeu, o gentio, e a igreja de Deus. I Có 10.32. Obviamente, a interpretação correta duma determinada passagem dependerá de sabermos a qual desses povos Deus está falando. O texto e o contexto da passagem revelarão a resposta.

As Escrituras revelam:



IV. OS TRÊS PERÍODOS DO MINISTÉRIO DE JESUS CRISTO.



A. Como Profeta, desde o Éden até à cruz. Em Dt 18.18 Moisés predisse a vinda dum Profeta após ele que seria maior do que ele. No Velho Testamento há freqüentes referências a um Ser chamado "o anjo do Senhor", o "anjo de Sua presença", etc. que apareceu a Abraão, a Manoá, a Gideão e a outros, que foi adorado como Deus e que falou como porta-voz ou mensageiro de Deus. Gn 16.7-14; 22.11-18; 31.11,13; Êx 3.2-5; 14.19; Jz 13.2-25. Esse per­sonagem era o Senhor Jesus Cristo, que apareceu tempo­rariamente em forma pré-encarnada e corpórea a fim de trazer a palavra do Senhor a vários indivíduos. O minis­tério profético de Jesus continuou durante a Sua encarnação e vida de 33 anos aqui na terra. I Co 10.4.

B. Como Sacerdote, desde a Ascensão até à Segunda Vinda. Hb 7.25; 8.1. Jesus Cristo é agora mesmo o nosso representante no céu, à destra da Majestade Divina, onde Ele intercede em nosso favor e ajuda o crente em suas fraquezas. I Jo 2.1.

C. Como Rei, durante o Milênio e em Épocas Suces­sivas. Ap 19.16. Durante os 1000 anos de paz, Cristo reinará sobre o mundo, tendo Jerusalém por capital, onde Ele estará estabelecido sobre o trono de Davi, Seu pai. A Palavra também indica que a Sua regência jamais ter­minará, dizendo: "... o seu reinado não terá fim". Lc 1.33.
QUESTIONÁRIO



1. Em que difere a Bíblia de outros livros, quando se trata de informa­ções seguras sobre a origem do Universo?

2. Qual a ação do Espírito Santo em nosso entendimento das Escri­turas?

3. Qual a importância da fé no entendimento sobre a origem do mundo?

4. Quais as três divisões no estudo do plano divino através dos séculos? 1)....................... 2)............................. 3).,.,:........................

5. Que significa a palavra "dispensação"?

6. Como a palavra "dispensação" se aplica às atividades de Deus?

7. Explique o significado da expressão "manejar bem" a Palavra de Deus.

8. Qual o perigo mencionado por Paulo e Pedro em II Co 4.2 e I Pe 3.15, 16 quanto à interpretação das Escrituras?

9. Mencionar três erros a serem evitados na interpretação das Escri­turas, definindo cada um com uma frase sucinta.

10. Provar que a interpretação popular da Parábola do Fermento em Mt 13.33 é errônea.

11. Como ficaram distorcidas certas passagens do Velho Testamento que se referem exclusivamente a Israel?

12. Dar um exemplo do erro da interpretação que emprega uma crono­logia errônea, explicando porque está errada.

13. Mencionar três sistemas de interpretação da Bíblia: 1).................................. 2)................................. 3).................................

14. Citar um exemplo da interpretação "literal".

15.Que significa interpretação "simbólica"? Dar exemplos da Palavra de Deus.

16. Quais as três classes de povo a que Deus Se dirige nas Escrituras? 1.......................... 2)............................ 3)............................

17. Mencionar e explicar cada um dos três períodos do ministério de Cristo, empregando uma frase explicativa para cada um.

1).............................. 2)...............................3)..............................

18. Quem era o "Anjo do Senhor"?

19. No tempo presente Cristo exerce o ministério de .............. .....................

20. Durante o Milênio (os mil anos) Cristo exercerá o ministério de ...............................
Capítulo 2



Considerações preliminares



Dando prosseguimento às considerações preliminares do estudo do Plano Divino Através dos Séculos, notamos



V. OS TRÊS PRINCIPAIS "SÉCULOS" DO TEMPO.

Esses "séculos" não se referem a períodos de 100 anos como pode parecer e, sim, a períodos muito longos que bem podemos chamar de "eras"'ou "épocas". Esses "sé­culos" denominam-se o "Século ante-diluviano", o "Século Presente" e o "Século Vindouro", que é o Milênio. Além desses "Séculos" principais, as Escrituras mencionam outros, como sejam as eras criativas, quando Deus criou o mundo, e também uma sucessão de eras ou "séculos" pos­teriores ao Milênio, chamados de "Séculos vindouros". Ef 2.7.

Definição da palavra "Século". Nas Escrituras essa palavra e usada para designar um período de tempo entre duas grandes mudanças ou transformações bruscas na superfície ou condições do globo, passíveis de alterar as circunstâncias dos seus habitantes. Veja Mt 13.39,49; II Co 4.4; Gl 1.4, segundo a Versão Revista e Atualizada.

O conhecimento do assunto depende da interpretação de quatro palavras gregas usadas no Novo Testamento, as quais em várias traduções têm sido traduzidas por "mundo" ou expressão semelhante. Estas palavras são:

1) “COSMOS" - que significa "ordem, disposição regu­lar, ornamento, e decoração", I Pe 3.3; "o revestir de vestes (cosmos-adorno); o universo material, II Pe 3.6; neste caso a própria terra física; e "a presente ordem das coisas", Jo 18.36 et al.

2) "AION" - que significa um período de tempo consi­derável, uma "era", ou um estado de coisas que marque uma época distinta. Mt 13.39. A eternidade é "aioones" dos "aioones", e significa os séculos dos séculos.

3) "GE" - significa a terra física em que habitamos, o solo, a superfície da terra, ou "terra" em contraste com o "mar", vocábulo que deriva "geografia". Ap 13.3.

4) "OIKOUMENE" - que significa a terra habitada, o mundo. Mt 24.14; Hb 1.6 et al, donde deriva o vocábulo "ecumênica".

Como ilustração do término de um "Século" (aion) e o início de outro, nota-se uma brusca mudança na superfície da terra e suas condições, como por exemplo, na ocasião do Dilúvio, En 7.11; 7.23; 8.15-17. Outra ilustração é o desfecho do "século presente" em que nós vivemos, quando os juízos de Deus serão derramados sobre as nações iníquas na ocasião do aparecimento de Jesus no céu, quando Cristo instituirá uma nova ordem de coisas em todo o mundo.O estudante deve identificar esses três "Séculos" no Mapa das Dispensações. O "Século Ante-diluviano" abrange tudo desde a criação.

do mundo até ao Dilúvio. O "Século Presente" abrange todos os tempos desde o Dilúvio até ao Milênio. O "Século Vindouro" abrange o Milênio e as sucessivas épocas que se confundem com a própria eter­nidade.

Passamos a considerar



SETE PRINCIPIOS-DIRETRIZES NO ESTUDO DA PALAVRA DE DEUS.



1. Deus é o Criador e Supremo Soberano. As escrituras em parte nenhuma procuram provar a existência de Deus, por se tratar de um fato que dispensa provas. Deus é supremo Autor de todo o Universo e Autor de todo este mundo maravilhoso e tudo que ele contém. Ele o sustenta de modo harmonioso e rege sobre todos os seres inteli­gentes criados, angelicais ou humanos. Deus é o Dirigente bem presente, e conduz os destinos de Sua obra. Nada foi deixado ao acaso. Antes vemos em tudo a operação da onipotência, e onisciência de Deus. Ele Se interessa nos mínimos detalhes com referência às Suas criaturas. Ele observa a morte de um passarinho e a queda do fio de cabelo da cabeça dos seus amados.

2. Existe Um Poder Pessoal do Mal. Em épocas de guerra, quando chegam a morrer milhões de seres humanos, costumam perguntar: "Se existe um Deus, por que Ele permite uma tragédia dessas?” A resposta é muito simples. Deus não é o responsável por essas condições tão terríveis que prevalecem entre os homens. A verdade é que houve no passado uma rebelião neste mundo contra a vontade divina. Um outro ser, Satanás, o grande inimigo de Deus e do homem, é o responsável por essa miséria. Ele é homicida" desde o princípio. João 8.44. Ele é o destrui­dor dos homens e aquele que se opõe a todos os bons pro­pósitos de Deus para a felicidade do homem.

3. A Redenção. Deus é um Ser de absoluta santidade.

A Sua santidade expressa-se por afastar da Sua presença tudo quanto esteja fora de harmonia consigo, sendo Ele um Ser imaculado. Conseqüentemente, quando o homem caiu no pecado, foi banido do Jardim do Éden e da comunhão com um Deus santo. Essa lição é expressa de modo obje­tivo através do Velho Testamento por meio do sistema de sacrifícios realizados no Tabernáculo e no Templo. O homem ficou excluído do lugar Santo dos Santos que re­presentava a divina presença e somente por meio de um representante, o sacerdote, poderia aproximar-se de Deus, e isto uma vez por ano e somente através do sangue do sacrifício.

O amor de Deus se extendia em direção ao ser que Ele criara na Sua própria imagem, e assim, mesmo antes da queda, prevendo essa calamidade, já havia preparado "o Cordeiro que foi morto, desde a fundação do mundo" que daria a Sua vida em resgate da humanidade. Ap 13.8.

4. A Retribuição. Deus não apenas é um Deus de amor, como também de justiça absoluta, e caráter perfeito. Sua justiça exige que se dê plena satisfação pelos delitos cometidos contra a santa lei divina. A pena terá que ser aplicada ao transgressor. Por incrível que pareça, apesar de Deus ter preparado um caminho pelo qual o homem pode voltar ao Seu favor, nem todos os homens estão dis­postos a aceitar esta provisão tão amorável. O homem é dotado de livre arbítrio e, querendo ele, pode colocar a sua inexpressiva vontade em oposição ao Ser que o criou. Naturalmente, a rejeição do amor de Deus constitui um pecado eterno e o rebelde sofrerá as mais terríveis conse­qüências, isto é, será banido para sempre do santo Deus. "A alma que pecar, essa morrerá". Ez 18.4.

5. Um Povo Escolhido. Servindo-Se de Sua soberania e sabedoria, Deus escolheu um povo, a nação israelita., como meio de revelar a Sua pessoa e o modo de tratar com os homens, especialmente através das Alianças. Israel serviu de testemunha da existência do Deus vivo e verda­deiro e da Sua infinita misericórdia. Contudo, tornou-se uma nação indigna e de dura cerviz.

6. O Princípio de Planejamento divino, demonstrado pelas dispensações e pactos. Percebe-se claramente na Palavra de Deus sete períodos distintos chamados "dispensações". Segundo o Dr. Schofield, "Uma dispensação é um período de tempo durante o qual o homem é provado a respeito de sua obediência para com uma determinada revelação de vontade de Deus". Deus dotou Suas criaturas de livre arbítrio e conseqüentemente essa vontade precisa ser provada para que seja determinado se estará concorde com Deus ou em desobediência a Ele. Em Ap 21.27 é revelado o grande propósito de Deus, de ter um reino, um universo sobre o qual Ele presidirá e do qual será banido para sempre tudo que não estiver em harmonia com Ele.

Facilmente podemos entender que, para Deus alcançar Seu objetivo, será necessário que a volição do homem seja posta à prova, e confirmada a obediência a Deus, para que o plano divino não sofra prejuízo por outras repetidas de­sobediências. Deus não nos fez como um brinquedo mecâ­nico que se põe em movimento por meio de corda. Ao contrário, dotou-nos de capacidade para amá-lo, glorificá-lo e viver em comunhão com Ele. Ele nos deu existên­cia, para manifestar-Se a nós e por meio de nós, Is 66.1,2; 57.15.

Após a queda de Satanás, o homem, a nova criatura que acabava de ser criada por Deus, necessariamente seria pro­vada. Portanto, o que lemos no livro de Gênesis acerca da prova e da queda do homem no Jardim do Éden era coisa esperada. As dispensações logicamente são vários estágios empregados por Deus para testar o homem, segundo o grau da revelação divina.



AS SETE DISPENSAÇÕES



Estas dispensações são as seguintes: Inocência, Consciência, Governo Humano, (ou seja a primeira organização j em sociedade), Patriarcal ou da família, a Lei, a Graça, e J o Milênio, que será o governo divino. Isto não significa que as Escrituras compõem-se de seções independentes umas das outras. O fato é que as dispensações até certo ponto se sobrepõem, e algumas que vigoravam em passado distante continuam de pé, quanto ao trato de Deus com os homens. É o caso especialmente do governo humano. Refutamos com veemência certas interpretações das Escrituras que cha­mamos de "ultra-dispensacionalismo". Essas teorias reservam as bênçãos pronunciadas por Deus exclusivamente para o povo que viveu dentro de uma determinada dispensa­rão. Cremos que as bênçãos de Deus são para o Seu povo seja qual for a dispensação em cada momento histórico Cf. Rm 15.4; II Tm 3.16.

As Escrituras revelam



OITO ALIANÇAS ENTRE DEUS E OS HOMENS:



1) A aliança edênica, que condicionou a vida do homem no estado da inocência. Gn 1.28.

2) A aliança com Adão, que condicionou a vida do homem decaído, oferecendo a promessa dum Redentor, Gn 3.14-21.

3) A aliança com Noé, que estabeleceu o princípio do governo humano e assegurou a continuação da vida sobre o planeta, Gn 9.1-17.

4) A aliança com Abraão, que daria início à nação is­raelita e concedeu-lhe a terra da Palestina. Gn 12.1-3.

5) A aliança com Moisés, que condena todos os homens "porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." Rm 3.23; Êx 19.1-25.

6) A aliança palestínica, que assegura a restauração e a conversão final de Israel. Lc 26; Dt 28.1 a 30.3.

7) A aliança com Davi, que promete o trono de Israel à posteridade de Davi, promessa que se cumprirá em Cristo, o "Filho de Davi". II Sm 7.16; I Cr 17.7; SI 89.27; Lc 1.32,33.

8) A Nova Aliança, que assegura a transformação espi­ritual de Israel e de todos que crêem em Cristo, tornando-os aceitáveis a Deus.



7. O Princípio de "Consumação". Deus sempre teve em mente um propósito definido, que é o Seu plano da re­denção dos homens. Ele prepara um glorioso destino para Seu povo redimido, tanto na terra como no céu. Esse pro­pósito se concretizará com o segundo advento do Redentor, que reinará sobre o mundo em justiça. Depois de ter assim regido o mundo, durante 1000 anos, entregará o reino nas mãos do Pai. Então será estabelecido um novo céu e uma nova terra, na qual habitará a justiça para sempre. Deus será supremo e terá a obediência de todos no universo. I Co 15.28.


QUESTIONÁRIO

1. Quais são os três "séculos" pertencentes ao "tempo".

1)............................ 2)................................. 3)............................

2. Como se define um "Século" ?

3. Que significa a palavra grega "cosmos" ?

4. Que significa a palavra grega "aion"?

5.Que significa a palavra grega "ge"?

6. Que significa a palavra grega "oikoumene"?

7. Dê uma ilustração do término dum "século" e o início de outro.

8. Mencionar os sete grandes princípios-diretrizes no estudo da Pala­vra de Deus.

9. Explicar o princípio a respeito de Deus, o grande Criador Soberano.

10. Demonstrar a existência dum poder pessoal do mal no mundo.

11. Por que a redenção se fazia necessária?

12. Por que motivo proveu Deus a redenção para o pecador?

13. Desde quando foi instituído o plano de redenção?

14. Qual o atributo de Deus que exige a punição divina para o pecador? Explicar.

15.0 povo de Israel foi escolhido para servir das três seguintes manei­ras: 1)........................ 2).......................... 3)..........................

16. As Escrituras demonstram algum planejamento da parte de Deus?

17. Que significa uma "Dispensação"?

18. Qual a razão porque Deus precisava usar as "dispensações"? Qual a finalidade delas?

19. Mencionar as sete dispensações, na ordem em que ocorrem.

20. Mencionar as oito alianças e dar uma frase explicativa a respeito de cada uma.

21. Explicar o princípio de "Consumação".
Capítulo 3



Os séculos criativos



I. OS SÉCULOS CRIATIVOS



Segundo a Palavra de Deus a terra em que vivemos já passou por grandes mudanças que alteraram muito a sua superfície. Outras mudanças ainda ocorrerão. Estudaremos estas mudanças, pois nos ajudará em estudo posterior sobre o homem e os espíritos. Ao nos referirmos ao "mundo" entendemos que o termo inclui não somente o planeta, nossa habitação, como também o universo de estrelas, o espaço, a atmosfera, planetas e astros. Muitas referências bíblicas reúnem as palavras "céus" e "terra", dando a entender que a sua criação se deu na mesma época. Gn 1.1; Mt 24.35; Ap 21.1.

Quanto ao método usado por Deus na criação, há dife­rença de opinião da parte de dedicados servos de Deus. Há alguém que interpreta Gn 1.1 como sendo apenas uma de­claração preliminar que antecede a narrativa da criação e que registra a maneira de transformar um mundo sem forma, num belo estado de "cosmos", que se teria reali­zado através de sete longos períodos chamados "dias". Há outros eruditos que são de opinião que Gn 1.1 refere-se à criação original do sistema solar no longínquo passado, em estado de perfeição; e que Gn 1.2 seria uma referência a uma calamidade que sofreu a terra tornada um "caos";
e que a narrativa detalhada que se segue é a descrição dum período de "reconstrução", de seis dias, no qual a terra foi restaurada à sua original ordem de beleza e harmonia. O esboço que se segue acompanha este pensamento.

A. A Criação Original, Gn 1.1. Esta passagem refere-se à criação dos céus ê da terra, isto é, ao sistema solar, no passado. Deus podia formar o universo, ou colocando em movimento certas forças que gradativamente resultaria num "cosmo" bem ordenado, ou também podia fazê-lo ins­tantaneamente por um só mandamento do seu poder. Não vemos razão porque não foi por este meio. Não há conflito entre a Bíblia e a ciência autêntica. Por quanto tempo a criação permaneceu neste estado de perfeição nós não sa­bemos porque a Bíblia não o revela. Mas que foi um uni­verso perfeito em todo o sentido, isso cremos, pois em Isaías 45.18 lemos: "Assim diz o Senhor que criou os céus, o único Deus, que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a fez para ser um caos, mas para ser habitada." Esta criação original poderia ter sido aquele "Éden, jardim de Deus" composto de um reino mineral, todo glorioso, a que se referiu Ezequiel no cap. 28.12-16, e em que Satanás o "querubim da guarda ungido" andava no brilho das pe­dras. Esse paraíso mineral faz lembrar do paraíso en­contrado em Ap 21 e 22 em que vemos um novo céu e uma nova terra. _ A descrição do Éden de Ezequiel 28.13 é diferente do Éden, o lar de Adão. Gn 2.8. Mas o nome é o mesmo. Portanto, podemos concluir que o primeiro Éden pertencia a uma criação diferente, mas a terra é a mesma.

Podemos concluir também que foi dessa posição exal-tada que Satanás ocupava, que ele aspirou ser igual ao Altíssimo (Isaías 14.12-14), ocasião em que a grande ira de Deus contra esse anjo fez reduzir a terra original a um estado de caos absoluto, fato registrado em Gn 1.2; I Tm 3.6. A terra se teria tornado inabitável. Satanás e suas hostes ficaram sem morada certa. Este fato serve para explicar porque ele retornou ao Éden, seu antigo lar,
procurando a expulsão dos novos donos, que eram Adão e Eva, e contra os quais teve ira. Pela mesma razão tem inimizade contra a raça- humana até hoje. É a sugestão de alguns que os demômos são espíritos destituídos de corpos físicos, e que sempre o procuram (Mt 8.31), seriam os espíritos dos habitantes da terra no estado original. (Contudo, sabemos que não havia homens na terra original, pois em I Co 15.45 lemos que Adão foi o primeiro homem.)

B. A terra caótica. Gn 1.2. Como já observamos em Isaías 45.18, a terra original não foi criada como um caos. Mas a terra tornou-se em caos, sendo submergida nágua. Não havia luz de espécie alguma. Nenhuma distinção ha­via entre terra e céus. Nenhuma terra seca havia e nenhum firmamento que dividisse as águas. E também nenhuma vida havia mais, a não ser alguma semente no fundo do oceano. Foi o castigo mais tremendo jamais aplicado a alguma criatura de Deus de que temos notícia. Que de­monstração do poder destruidor de Deus quando tem de castigar alguém!

A descrição de Gn 1.2, "a terra, porém, era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo...", significa que sobre a face da terra havia só água. Luz, calor etc. não havia. Por quanto tempo durou essa condição não sa­bemos, mas presumivelmente podemos colocar neste espaço de tempo todas as eras geológicas que a geologia moderna ensina, que tudo isso existia antes dos "dias" da recons­trução da terra, mencionados no cap. 1 de Gênesis.

C. Os céus e a terra que agora existem. II Pe 3.7. O registro de Gn 1.3-31; 2.1-3 não se refere à obra da criação original e, sim, a um período de tempo em que a terra ficou liberta de sua condição caótica. Foi obra administrada pelo Espírito de Deus. Gn 1.2. Passamos a considerar

Os "dias" de Gênesis cap. 1. As razões para opinar que esses "dias" não eram períodos de 24 horas são as
seguintes: três desses completaram-se antes do apareci­mento do sol. A palavra "dia" nas Escrituras muitas vezes significa um período de tempo de duração indefinida, como em SI 95.8; Jo 8.56; II Co 6.2; e II Pe 3.8. Não há razão para dizer que o mundo tem só 6.000 anos. À crono­logia bíblica data da criação do homem e não da criação do mundo..

É muito importante notar a correspondência existente entre a geologia e a narrativa de Gênesis cap. 1. A geologia afirma ter havido seis sucessivos períodos de criação da terra que se extendem por milhões de anos. Em linhas gerais são os mesmos estágios registrados em Gênecis cap. 1. Para a geologia a vida precede a luz, e a vida deve ter surgido debaixo do abismo. "E o Espírito de Deus pairava sobre as águas." Gn 1.2. A geologia confirma que o pri­meiro calor, não foi de origem solar, mas de origem quí­mica.

\lj O Primeiro Dia. Gn 1.3-5. Nesta passagem encon­tramos duas palavras: "criar" e "fazer", fato que serve para indicar que a obra de Deus era mais na forma de reconstrução. A palavra "criar" é usada no versículo 1 e depois só no versículo 21, quando Deus "criou" os grandes animais marinhos. A obra do 19 dia não concerne ao sol, a lua e às estrelas, pois esses seres só aparecem no 49 dia. Antes houve o aparecimento de luz em si, separada das trevas.

Os cientistas costumam zombar da narrativa de Gêne­sis porque essa fala da luz como existente antes da criação do sol, que todos supunham ser a única fonte de luz. Mas hoje em dia a ciência já sabe da existência de luz "cósmica" na terra totalmente independente da luz solar.

QjJ O Segundo Dia. Gn 1.6-8. A obra desse dia era a instituição fio firmamento chamado "céus", ou seja a at­mosfera em cima de nós, cujas nuvens retêm a humidade
(as águas sobre o firmamento), separando-as das águas de sobre a terra. A geologia ensina o mesmo estágio na formação da terra.

Qji O Terceiro Dia. Gn 1.9-13. No terceiro dia o relevo do solo transformou-se em grandes montanhas e enormes vales nos quais se ajuntaram as águas que foram chamadas "mares". A geologia ensina o mesmo fenômeno do apare­cimento dos continentes na mesma seqüência da Bíblia. Os continentes produziram relva e árvore frutífera. A geologia também informa que a vida vegetal que produziu os vastos 'depósitos de carvão de pedra alimentava-se, não da luz solar, mas em meio à sombra. A madeira assim formada não ficou dura como é a madeira produzida à luz solar. A narrativa de Gênesis também coloca a vegetação como aparecendo antes da luz solar. Aparentemente a sub-mersão das sementes nas águas não as destruiu e essas tornaram a brotar quando as condições o permitiram. Há abundantes evidências fósseis da existência dessas plantas primordiais, encontradas em toda parte da superfície ter­restre.

O Quarto Dia. Gn 1.14-19. Esse dia viu aparecer o sol, a lua e as estrelas. O sol presidiria sobre o dia; a lua e as estrelas presidiriam sobre a noite. Dia e noite, anos e mudanças de estações resultariam daí e o tempo estava iniciado. Os "luzeiros" (vers. 14) seriam os "por­tadores" de luz e não necessariamente a luz em si. Com essa seqüência a geologia também concorda.

{§) O Quinto Dia. Gn 1.20-23. Deus "criou" todas as aves e os animais marinhos no quinto dia. Também com essa seqüência a geologia concorda. Isto indica que toda a vida animal anterior havia perecido na calamidade que sobre­veio à terra original. Muitos fósseis e ossos de aves e animais de espécies diferentes das de hoje são encontrados na superfície da terra.
(§) O Sexto Dia. Gn 1.24-31. A obra dupla do sexto dia incluía animais terrestres e o homem. Estes animais pro­vavelmente são os mesmos que conhecemos hoje. Tanto a geologia como o livro de Gênesis colocam o homem como o último da série a aparecer.

O fato de que toda vida vegetal e cada espécie de vida animal foram feitas "cada uma segundo a sua espécie" e capazes de se frutificar e multiplicar-se (Gn 1.11,24)prova que cada dia, por um ato instantâneo do poder de Deus, produziu uma obra perfeita e completa. Isto é confirmado pelo fato de que depois de cada dia (menos o segundo) e ainda depois da criação completada, Deus inspecionou a Sua obra e a pronunciou "boa". Gn 1.4,12,18,21,25,31. A Teoria da Evolução. Ao comentar a criação do mundo não podemos dispensar um ligeiro comentário sobre a teoria da Evolução. Citaremos um parágrafo do livro "The Origin and Evolution os Life" (a Origem e Evolução da Vida) por H.F. Osborn. "Desde os tempos mais remotos do pensamento grego o homem avidamente procura des­cobrir alguma causa natural da evolução, no desejo de abandonar a idéia da criação sobrenatural". Isso constitui um franco reconhecimento do motivo da invenção da teoria da evolução. É para escapar à responsabilidade moral que a criatura tem perante o seu Criador. Infelizmente essa teoria ganhou aceitação totalmente desmerecida e apli­ca-se na maioria das escolas primárias, secundárias e demais instituições culturais, gozando ainda de populari­dade nos púlpitos da ala modernista da religião. ^ De que consiste a teoria da Evolução? A "Evolução" é a teoria filosófica e especulativa que afirma que os vários elementos e substâncias químicos do mundo inorgânico e todas as inúmeras criaturas vivas do mundo orgânico tiveram origem comum e foram o resultado de efeitos cumulativos de mudanças, em si imperceptíveis e finitos, que resultaram da energia de "forças inerentes da nature­za". Essa teoria, que procura superar a narrativa bíblica sobre a criação, parte da pressuposição da existência da matéria e de força no universo, sem oferecer nenhuma explicação sobre a origem de nenhuma dessas. A matéria, segundo a teoria evolucionista, teria existido originalmen­te num vapor gasoso uniforme e altamente aquecido. A força seria nada mais do que a tendência dessa matéria de manter-se em movimento. Perguntamos se então não seria tão necessário o poder de um Ser Onisciente e Onipotente para criar a matéria e a força, com toda sua suposta capacidade para desenvovimento e diversificação, como para criar os elementos separados, as plantas e os animais? A narrativa de Gênesis é plenamente razoável e científica e não exige mais fé do que exige a teoria evo­lucionista. De fato, ela é mais racional, e se exige menos fé para crer na eternidade dum Deus pessoal e no Seu poder criador, do que crer na existência hipotética e pressuposta da matéria e da força e no seu poder misterioso de desen­volver-se.

A Evolução Cósmica, isto é, das estrelas, da terra, do mar, do ar, e duma substância original comum, por en­quanto nenhuma evidência apresentou para se tornar viável. Todas as pesquisas da astronomia indicam que a lei do universo é calcada na estabilidade e na ordem, e não transformação, provando que a teoria da evolução não pas­sa de uma criação da imaginação humana.

No surgimento do inorgânico para o orgânico, a teoria da evolução requereria que, no remoto passado, eem razão dum acidente maravilhoso e combinação feliz e específica de forças e matéria, produziu-se a primeira centelha de vida que deu origem à primeira planta. Agora, se é ver­dade que todas as inúmeras formas e espécies de vida en­contradas hoje no mundo em que vivemos evoluíram das substâncias inorgânicas, então duas coisas aconteceriam: primeira, as rochas forneceriam provas dessa emergência do inorgânico para o orgânico, e a própria natureza ao nosso redor revelaria certos agrupamentos de átomos que
se estenderiam em direção da existência orgânica. Mas o próprio Charles Darwin admitiu que a geração espon­tânea é coisa "absolutamente fora de cogitação". Não se encontra em parte nenhuma do mundo qualquer sinal de vida orgânica que emergisse por si, dos elementos inorgânicos. O fato é que a matéria inorgânica não demonstra nenhum progresso, nenhum poder e nenhuma tendência de transfor­mar-se em matéria viva.

A evolução admite que não se consegue encontrar o "elo" entre o reino vegetal e o animal. O próprio colaborador de Darwin, Alfredo R. Wallace, disse que a distância entre o reino vegetal e animal é tão grande que nenhuma explica­ção puderam formular sobre esse problema à base da matéria, suas leis e forças. No entanto, a evolução propõe o tal surgimento do inorgânico para o orgânico como teoria viável para explicar a verdadeira origem das coisas, deixan­do no entanto de explicar a origem da matéria, da força, a vida vegetal ou animal!

^ Se houvesse verdade na teoria evolucionista, não have­riam as diferentes espécies de vida e as linhas divisórias entre elas que verificamos na natureza. Antes haveria so­mente as formas individuais, uma se transformando na ou­tra. Seria até impossível classificar as várias formas de vida, pois tudo estaria em estado de transmutação. Mas o que verificamos na natureza é um mundo claramente dividido em classes e espécies, cada uma separada da outra por barreiras intransponíveis. Afirmamos que toda a na-

*. tureza dá seu testemunho contra a Evolução.

O fato é que existe um abismo intransponível entre o tipo de homem mais primitivo e o mais elevado tipo de animal, abismo que a ciência jamais conseguirá transpor. Por muito que os evolucionistas tenham procurado o "elo" inexistente entre o homem e o macaco, jamais o encontra­ram. O grande químico e cientista, Prof. Virchow, afirma, "temos que reconhecer que não existe nenhuma prova fóssil dum tipo inferior do homem." Todos os argumentos da
Evolução são apenas meras suposições. As conclusões se­guem aparências, e não as leis cientificas das quais querem ser os grandes patronos.

O fato de que todas as diferentes espécies de animais e plantas foram criadas separadamente prova-se pelo fato de que, quando essas são cruzadas, a posteridade é sempre estéril. O cruzamento do jumento com a égua, por exemplo, produz a mula. A mula é produto híbrido e estéril! O fato de a raça humana em sua totalidade ser de uma só espécie e de origem comum, como Paulo informou aos atenienses em Atos 17.26, prova-se pelo fato de que quando as diversas raças se misturam, a sua descendência não é estéril e sim, fértil. Esse fato desfaz o argumento de certas pes­soas, que somente a raça branca seja descendente de Adão.

"Adão não foi criado como um bebê e nem tão pouco como selvícola, mas como homem adulto, de inteligência perfeita. De outra forma não teria capacidade para pôr nomes aos animais do campo e às aves do céu. O fato de que seus descendentes demonstraram tão elevada capaci­dade para cultivar a terra, inventar instrumentos musicais e aparelhos mecânicos, construir cidades e torres e mesmo um navio como foi a arca de Noé, prova que os homens do período ante-diluviano eram inteligentes e capazes de grandes realizações. Gn4.2,17,21,22. Prova de que o homem desde então tem evoluído física ou intelectualmente, não existe." - Larkin.
Os proponentes da Evolução não conseguem explicar Jesus Cristo, que era uma 'Raiz duma terra seca", eo cristianismo que surgiu sobre os ombros de doze homens, em oposição às crenças dos judeus, dos gregos e dos ro­manos. Também não sabem explicar como apareceu a nossa maravilhosa Bíblia que o próprio historiador H.G.Wells admite ser a fonte da civilização e não o produto da mesma.
E incrível como o mundo acadêmico e religioso, com tendências para o modernismo, tem engulido tão ingênuamente esta fantástica teoria que pelos próprios cientistas abalizados tem sido repudiada muitas vezes. Como pode uma teoria ganhar tal aceitação sem apresentar nenhuma prova? Certamente é um sinal dos tempos e cumprimento da palavra profética de Paulo, "... o aparecimento do iníquo... com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira, a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça". II Ts 2.9-12.
7) O Sétimo Dia. Gn 2.1-6. Nesse "dia" Deus descansou de Sua obra da criação do universo e de todos os seres vivos que o habitam.
QUESTIONÁRIO

1. Esboçar em linhas gerais as duas opiniões concernentes à maneira pela qual Deus criou o universo.

2. Explicar Gn 1.1,2 à base da idéia de "reconstrução"

3. Descrever a terra como foi originalmente criada.

4.Que- relação existe entre o Éden de Ez 28.13 e o Éden de Gn 2.8?

5. Descrever a posição de Lúcifer nesse paraíso original.

6. Como se deu a sua queda?

7. Descrever a terra caótica, focalizando ao menos quatro detalhes desse seu estado.

8. Demonstrar como as eras geológicas podem enquadrar-se nesse período de caos.

9. Provar que os "dias" de Gn 1.3 a 2.3 eram ou não eram períodos de 24 horas.

10. Demonstrar a correspondência existente entre a ciência da geolo­gia e a narrativa de Gn cap. 1.

11. Que criou Deus no primeiro dia?

12. Que fez Deus no segundo dia?

13. Que fez Deus no terceiro dia?
14. Que fez Deus no quarto dia?

15. Que fez Deus no quinto dia?

16. Qual foi a obra-prima da criação divina?

17. Qual é o significado especial do fato de todas as espécies de vida vegetal e animal serem "cada uma segundo a sua espécie"?

18. Qual é o motivo que incentivou a invenção da teoria da Evolução?

19. Como se define a teoria da Evolução?

20. Quais as condições no universo que os evolucionistas presumem ter existido antes de se iniciar o processo da evolução?

21. Como essa idéia difere da declaração de Gn 1.1? — 22. Que é a Evolução cósmica?

--23. Como se desmente essa teoria?

24. Mencionar dois grandes fatos da natureza que desmentem a Evolução 1)...........................•............... 2)..........................................

25. Mencionar dois "elos" que aos evolucionistas estão fazendo muita falta. 1)....................................... 2).....................................

26. Qual é o significado do fato que o cruzamento das espécies produz posteridade estéril?

27. Provar que todos os homens têm origem comum.

28. Descrever a capacidade intelectual dos primeiros homens na terra.

29. Que significa a aceitação geral que tem tido a Evolução no mundo acadêmico e religioso?

30. Que fez Deus no sétimo dia da criação?

O século ante-diluviano

Dispensação da inocência Dispensação da consciência

II. O SÉCULO ANTE-DILUVIANO.

Este período de tempo, de duração incerta, estendeu-se desde a criação do ser humano até o Dilúvio nos dias de Noé. O período divide-se em duas Dispensações, a dis­pensação da Inocência e a da Consciência. Como já verificamos em capítulo anterior, uma dispensação é um período probatório ou moral. Deus constituiu o homem dotado de livre arbítrio e è necessário que a sua vontacle "seja provada, para verificar se de fato ele serve a beUs* por amor á Sua Pessoa ou não. Em Ap 4.11 lemos, "Tu ès digno, senhor nosso e Ueus nosso, de receber a glória e a honra e ò poder, porque tu criaste todas as coisas, e pela tua vontade existiram, e foram criadas." Nessa expressão se vê o verdadeiro propósito o*eDei/sem ter criado o mundo sobre o qual Jesus reinará eternamente e do qual será excluído tudo que não se harmonizar com Deus. "O grançje propósito da existência do homem é glorificar a'Deus e regozijar-se nEle para sempre", afirma o Catecismo de Westminster. Em Isaías 66.12 e 57.15 lemos que Deus Se deleita com os filhos dos homens. Mas Satanás, que fra­cassou em sua prova (Isaías 14.12-16; Ez 28.,12-15), é o inimigo de Deus e procura destruir os Seus planos. Por tudo isso, o homem, a nova criação de Deus precisa passar pela dita prova.

Nota-se que em certos pontos principais as dispensações têm alguma semelhança entre si. Em cada uma há uma "palavra-chave" que revela a condição moral durante o respectivo período. Cada dispensação demonstra clara­mente o propósito de "Deus, e cada urna inicia-se com uma nova revelação dE-le. Cada dispensação também manifesta a desobediência do homem para com essa revelação e bem assim a separação entre os obedientes e os desobedientes no fim do período. Nota-se uma degeneração moral na linhagem ímpia e por fim a extinção completa da separa­ção entre a linhagem ímpia e a piedosa. Daí resulta a apostasia quase total, e conseqüente juízo divino.

Em conjunto com as dispensações verifica-se a presen­ça das grandes alianças ou pactos entre Deus e os homens. Essas constituem em cada caso a nova revelação de Deus e a nova prova à qual o homem é submetido.

Todo o tempo facultado ao homem é dividido em sete dispensações, as quais são: Inocência, Consciência, Go­verno Humano, Patriarcal, Lei, Graça e Milênio. Grandes crises da historia assinalam as conjunturas dessas dis­pensações, por exemplo, a Queda do homem, o Dilúvio, a Chamada de Abraão, o Êxodo do Egito, o Primeiro Advento de Cristo ao mundo, o Segundo Advento de Cristo, e o Juízo do Grande Trono Branco.

A. A Dispensação da Inocência. (^1) A Posição cto Homem. A palavra chave é INOCÊN­CIA. Deus criou o homem como a coroa e glória de toda a criação, em Sua própria imagem, para ser ele o regente e cabeça da criação perfeita do mundo edênico. Gn 1.26,28. Mas Cristo é a "expressão exata do Seu Ser" e a "imagem do Deus invisível". Hb 1.3 e Cl 1.15. Cristo éa imagem de Deus e o homem foi feito à imagem de Deus. Essas expressões nos dão a entender que o homem foi criado em Cristo, a eterna imagem de Deus, e formado segundo Ele, a eterna semelhança ou representação visível de Deus.

Cristo é o original e Adão a cópia." W.C. Stevens. Adão foi feito do pó da terra, consoante o Filho de Deus, embora Esse ainda não se tivesse encarnado. Cristo iria reinar sobre a criação através do Seu representante, o homem. Lc 3.38. Havia íntima comunhão entre Deus e o homem, pois notamos que Deus "andava no jardim pela viração do dia". Gn 3.8.

"O homem foi dotado de inteligência perfeita e capaci­dade para poder administrar o mundo segundo a mente de Cristo. Deu nomes aos animais, sendo orientado por uma intuição dos propósitos divinos a seu respeito. Dispensava perfeitamente todos os meios comuns da ciência, como se­jam livros e escolas e a experiência. O homem sabia por intuição e não por processos didáticos". Stevens. Concluímos, pensando que o primeiro homem era perfeito física, mental e moralmente. Em Rm 3.23 descobrimos que ele tinha a glória de Deus.

Sobre a criação da mulher, comenta Mathew Henry, "A mulher foi feita, não da cabeça do homem, para ultra­passá-lo; nem do seu pé para ser pisoteada por ele, e, sim, do seu lado para ser igual a ele, e de sob o seu braço para ser amparada por ele, e de perto do coração para ser amada por ele."
Ambos eram vestidos de luz, como se prova pela des­crição do homem restaurado. Mt 13.43; Dn 12.3; Rm 8.18; __Sl 104.2,
2. Ã Aliança Edênica. Gn 2.16,17. Por essa aliança Deus concedeu ao nomem plena inteligência, intuição e capacidade administrativa, pelas quais regeria toda a criação na qualidade de responsável perante Deus.
Certas obrigações foram impostas ao homem, como sejam; 1) ocupar a terra; 2) comer somente de ervas e frutas; 3) guardar o Jardim do Éden; e 4) abster-se de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Era necessária essa proibição única, uma vez que o homem tinha livre arbítrio. A escolha seria o meio de provar essa liberdade. Sua foi a opção de obedecer ou desobedecer a Deus. Contudo, Adão foi muito bem advertido sobre as conseqüências más, caso desobedecesse. "... no dia em que dela comeres, certamente morrerás." Gn 2.17.
3. A Falha do Homem. Gn 3.1-9; I Tm 2.13,14. Depois de certo tempo entrou no paraíso edênico aquele elemento estranho, Satanás, cujo único motivo era introduzir confu­são no ambiente de paz. Aproveitando-se da serpente, a mais sagaz das criaturas do Jardim, conseguiu o seu in­tento maligno.
O ardil usado por ele foi a dúvida que conseguiu intro­duzir na mente da mulher, por meio de insinuação muito disfarçada. "É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?" perguntou ele. "Será possível que Deus faria uma coisa dessas, proibir a vocês de comer duma árvore neste jardim?" foi sua interrogação maliciosa. Mas Eva não foi obrigada a aceitar essa calúnia venenosa. Ela deveria ter terminado logo a conversa tendenciosa con­tra a Pessoa do Criador. A sua resposta, "Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dela não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais", deixa bem claro que não somente ela havia aceitado a sua sugestão, mas o veneno já se espalhava em seu coração. A dúvida sobre a Palavra de Deus conduz à distorção dessa Palavra. Por isso ela acrescentou a frase "nem nele tocareis". Ela duvidou da á^serçao* divina, "certamente morrereis" e a mudou para dizer "para que não morrais". Assim ela, infelizmente, deu ouvido a esse ser abjeto e estranho que maliciosamente falou do Criador, daquele que tudo sustenta, e que é o nosso Amigo. O ato de tomar aquele fruto serviu de prova que ela acreditava na palavra de Satanás e duvidou da bondade de Deus. Essa condição espiritual e pecami­nosa o casal transmitiu à sua posteridade. Foi o grinde pecado de todos os séculos. Verificamos ainda os passos que o homem deu em sua queda. Estes são: 1) ver; 2) cobicar; 3) tomar; 4) esconder-se; 5) transmitir; e6) morrer. É o caminho em que todos os pecadores andam. Veja Josué 7.21, o caso de Acã. "Nenhum homem vive para si" e, claramente, se vê esta verdade no caso de Eva, como a mesma levou o marido, Adão, à ruína. Seu pecado foi duplo e ela tem sofrido as maiores conseqüências desse pecado.
4. Os Resultados da Queda. Como resultado da queda o homem teve: 1) Conhecimento do maL Antes da queda o homem era capaz de pecar, contudo, desconhecia os efeitos que isso provocaria. Ao desobedecer, ele adquiriu esse conhecimento do pecado, e por essa razão foi-lhe proibido comer do fruto dessa árvore do conhecimento do bem e do mal. Gn 3.22. 2)

A Perda da Comunhão com Deus. Ha­vendo quebrado à lei de Deus, o homem sentiu-se envergo­nhado na Sua presença. Essa vergonha destruiu a comu­nhão com Deus, causando um grave prejuízo. 3) Separou-se de Cristo. Até então Adão havia sido sustentado pela fé na Palavra de Deus. "Não só de pão viverá o homem, mas dé toda palavra que procede da boca de Deus." Mt 4.4. Por­tanto, quando o homem rejeitou a Palavra de Deus, que lhe era o Pão da vida, ele perdeu essa vida espiritual em Cristo. Cumpriu-se o solene aviso, "no dia em que dela comeres, certamente morrerás". Gn 2.17. JMão foi Deus quem os fez morrer em conseqüência do seu pecado. Foi simples­mente o caso da vida eterna que estava neles ficar extinta, automaticamente, por causa da recusa de continuar a ali­mentar-se com o Pão da vida. O homem torna-se morto em seus delitos e pecados. Foi o mais desastroso dos resultados da queda.>» 4) O Espírito do homem ficou em estado de morte. O espírito ao homem e viviticado pela vida que Cristo lhe comunica. Rm 8.9,16. Destituído do Espírito Santo, o espírito do homem passa ao estado de "morte" espiritual. Foi o caso de Adão e Eva. 5) A Per­versão da Natureza Moral. No lugar da pureza de coração e da perfeição moral, que caracterizavam o homem no Éden, entraram o pecado e a perversão moral. 6) O corpo ficou'sujeito às Enfermidades■ que no fim resultou na morte "física e conseqüente corrupção. 7) Tornou-se escravo do Pecado e de Satanás. Uma vez que o homem rejeitou a Palavra de Deus e aceitou a palavra do inimigo, natural­mente tornou-se escravo do pecado e do diabo, seu novo "pai". João 8.34,44. A regência do mundo passoikdas mãos do homem para o Diabo. Adão assim perdeu a suaposição de superintendente do Jarqjm do Éden, sendo expulso dali. 8) Outros resultados funestos. Foi que o homem perdeu muito de sua inteligência e capacidade administrativa. Ele foi condenado a ganhar o seu sustento através de árduo labor. Gn 3.19. A própria terra foi amaldiçoada por sua causa. A tristeza seria o companheiro constante do homem em toda a sua jornada. E além disso, ainda perdeu as vestimentas gloriosas com que estava originalmente reves­tido e fugiu da presença de Deus, envergonhado.
5. A Sorte da Mulher. Gn3.16. Além das conseqüências más sobre o casal em geral, a mulher sofreu uma maldi­ção tríplice: a concepção multiplicada, um aumento de dores durante a maternidade e a sujeição ao domínio do homem.

6. A maldição sobre a Serpente. Gn 3.14,15. A serpente recebeu pior maldição do que qualquer outro animal - foi condenada a rastejar-se sobre o ventre e a comer o pó da terra. Haveria guerra perpétua entre ela e o homem, a serpente lhe feriria o calcanhar e ele lhe esmagaria a cabeça. Entendemos que essa é uma profecia referente a Cristo que esmagou a cabeça de Satanás, destruindo-o para sempre.

7. Vedado o Caminho da Árvore da Vida. Gn 3.24. Foi por misericórdia que Deus expulsou Adão e Eva do Jardim e proibiu a sua aproximação da árvore da vida, pois se tivessem comido dessa árvore amargariam uma existência eterna no triste estado em que se encontravam. Era preferível estarem sujeitos à morte física, pois a mesma serve para conduzir os homens a Cristo.

8. Um Raio de Esperança. Gn 3.15. Esta promessa pode ser chamada de "proto-evangelho", pois Deus prome­teu a Semente da mulher, que dela mesma, nasceria aquele capaz de esmagar a cabeça da serpente, isto é, Jesus Cristo, o Redentor, que venceria Satanás. Éa primeira das grandes promessas messiânicas.

O tipo bíblico desta vitória aparece no ato de Deus sacrificar um animal para prover as túnicas com que cobrir a nudez de Adão e Eva. É um belo tipo de Jesus, o Cordeiro de Deus, que nos proveu uma cobertura para o nosso pecado.

B. A Dispensação da Consciência. Gn 3.1 a 8.14. 1. A Duração desta dispensaçao é de cerca de 1656 anos, abrangendo o período desde a queda do homem até ao Dilúvio.

2. A Condição do Homem. A palavra chave: CONSCI-ÊNClTT! Havendo perdido a filiação de Deus e estando separado daquela vida que vem do Criador, e tendo recebido em seu ser o veneno do pecado (o espírito que agora opera nos filhos da desobediência, Ef 2.2), e estando sujeito a Satanás, o homem partiu do Éden em condições bem dife­rentes das anteriores. Agora o mundo está sob maldição. O homem havia perdido a inocência e pureza da mente e da vida; tornou-se então "como deuses", por estar em comunhão com o "deus deste mundo". II Co 4.4. Agora ele conhece a diferença entre o bem e o mal, mas isso já não lhe traz vantagem alguma. Perdeu a comunhão com Deus; não está mais "em Cristo", alienou a capacidade do conhecimento espiritual. Foi prejudicado noespírito, alma, e corpo, mas uma coisa reteve - a sua livre e espontânea vontade, pela qual poderia escolher entre o bem e o mal. Permaneceu tal qual era antes, um ser livre e respon­sável perante Deus, por sua maneira de agir.

3. A Aliança Adâmica. Da parte de Deus essa aliança celebrada no Éden foi a solução divina para o problema do pecado que surgiu como conseqüência da queda. Antes disso não havia logicamente sacrifício pelo pecado. Deus proveu uma oferta pela qual o homem poderia reencontrar a pureza e a comunhão com Deus. I João 1.3,7. A liber­dade da morte e a regência do mundo foram incluídas neste plano. I Co 15.26; Mt 5.5; Ap 5.10. Essa provisão era o Cordeiro de Deus, morto desde a fundação do mundo. Ap 13.8. "Eis que o pecado (ou seja a oferta pelo pecado) jaz à porta". Gn 4.7. Deus falou isso a Caim. A primeira família, assim ensinada por Deus, entendia isso perfeita­mente e manteve esse costume de oferecer sacrifícios ex­piatórios, de animais, sobre altares de pedra. Sete, Eno-que, Noé e outros da linhagem piedosa mantiveram vivo esse testemunho de fé durante todo o período ante-diluviano, de mais de 1 500 anos. Hb 11.4-7.

A maneira correta para o homem expressar o desejo de entrar em comunhão com Deus era aceitar o caminho da redenção, provida por Deus na instituição de sacri­fícios de sangue. Gn 3.21; 4.3,4. "Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim..." Hb 11.4. "E assim, a fé vem pela pregação e a pregação pela pala­vra de Cristo". Rm 10.17. Isso significa então que Abel ouviu a Palavra de Deus (Gn 3.15), transmitida por seu pai, Adão, e que creu, demonstrando a sua fé na oferta de sangue, que era um tipo do Grande Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. João 1.29.

4. Duas Atitudes Para Com a Provisão Divina. Abel, pela oferta de sangue, mostrou penitência e um desejo de aproximar-se de Deus. Era um homem de fé em Deus e obediência ao Caminho do Senhor. Gn 4.4; Hb 11.4.

Caim, pela oferta, destituída de fé, dos frutos do campo que cultivava, demonstrou um espírito de autoconfiança e rebelião, desprezando o Redentor, Cristo, como se pudesse prescindir dele.

"Assim já naquele tempo remoto os homens se dividiram em duas classes distintas - uma evangélica e a outra ra-cionalista, uma penitente e a outra impenitente, a classe crente e a que procurou estabelecer a sua própria justiça por meio de obras; a trinitária e a unitária, uma que tem o testemunho de Deus quanto à sua filiação, através da re­generação, e outra que se considera como 'filhos de Deus' quando na realidade são filhos de Satanás." Stevens.

Deus aprovou a oferta de Abel. Hb 11.4. E Caim com isso se irou, grandemente enciumado, pois percebeu que Abel poderia substituí-lo no favor divino, talvez pensando em seus direitos de primogenitura. Deus ainda tentou arrazoar com Caim, procurando acalmá-lo e exortando-o a ainda nessa hora buscar uma oferta de sangue que jazia à porta. Caim recusou essa sugestão e por ser vaidoso e auto-suficiente, ele mais tarde assassinou seu irmão Abel, crime que foi punido por Deus, sendo o réu banido daquelas partes, sob maldição.

5. A Linhagem ímpia a sua Civilização. Caim foi o primeiro a construir cidades e o primeiro a glorificar o nome do homem. Gn 4.17. Ele fundou uma civilização e seus descendentes ocuparam-se em desenvolver os recur­sos naturais, as utilidades e as artes estéticas.

Jabal, um dos filhos de Lameque distinguiu-se como sendo o primeiro homem a ocupar-se da pecuária e a ado­tar uma vida nômade habitando em tendas. Talvez em desafio ao mandamento de Deus, teria introduzido na dieta o uso de carne e de leite, com a intenção de escapar ao duro trabalho de lavrar a terra. Seja como for, havia a grande tendência de procurar os confortos e prazeres da vida.

Jubal, outro filho de Lameque, foi o inventor de instru­mentos musicais. A música é do Senhor e haverá mara­vilhosas harmonias no céu, mas aqui no cap. 4 de Gênesis trata-se da linhagem ímpia de Caim. Esses homens, Jabal, Jubal e Tubal-Caim eram todos homens ímpios (4.26); conseqüentemente, vemos o emprego errado de coisas boas em si. Jubal não procurava glorificar a Deus com a música, e, sim, pela música marear os sentimentos do homem para com Deus e impedi-lode meditar nas coisaspuras. Pember. Sem dúvida há muita música em nossos dias, excitante e carnal e que traz condenação.

Lameque foi o primeiro polígamo, isto é, possuiu mais de uma mulher. Recolhemos impressões acerca do espírito orgulhoso e blasfemo desse homem pelo discurso que fez às suas mulheres em Gn 4.23,24. O Sr. Pember sugere que esse discurso talvez fosse uma canção ou modinha popular entre os antediluvianos. O sentido provavelmente foi o seguinte: Lameque havia brigado com um rapaz e saiu ferido. Mas vingou-se, matando-o. Embora Deus tenha prometido vingança sete vezes contra quem matasse Caim', Lameque fez saber que a vingança seria setenta e sete vezes contra quem apenas ferisse Lameque! Que "valen­tão" esse Lameque!

"Tubal-Caim era fabricante de artefatos de ferro e cobre. Possivelmente foi o primeiro homem a forjar armas bélicas desses materiais. Aprendemos em Gn 6.13 que a terra se encheu de violência. Isso indica a orgia de crimes, homicídios e obras iníquas que se manifestavam naqueles tempos". Pember.

"Os Cainitas, homens inquietos e separados de Deus, esforçaram-se em fazer de sua terra no exílio uma terra agradável, um paraíso artificial, em vez de aguardar com paciência o verdadeiro 'Jardim' de delícias. Tudo fizeram para aliviar os efeitos da maldição divina que pesava sobre eles, em vez de procurar a direção espiritual do Senhor." Pember.

A posição proeminente das Mulheres é notada em Gn 4.19,22. O nome Ada significa "adorno" e "beleza". Zilá significa "sombra" e Naamás significa "esbelta". Não duvidamos que tais nomes lhes fossem dado para destacar a beleza física e o "charme" das mulheres ante - luvianas. Na linhagem de Sete não há qualquer menção a mulheres. Tais fatos fazem lembrar a civilização moderna que também está explorando muito os atrativos femininos, por exemplo, em concursos de beleza, nos bailes, cinema e modas, e nos meios publicitários.

6. A Linhagem Piedosa de Sete. Gh 4.25; a 5.32. "Se\e e seus descendentes eram homens de Deus, como se vê em Gn 4.26, 'dal se começou a invocar o nome do Senhor'. Enoque, o sétimo depois de Adão, é focalizado como um homem de Deus e por seu fiel andar com Deus, foi arre­batado do meio da impiedade prevalecente nos dias ante­riores ao Dilúvio. Ele entrou na história como o tipo dos vencedores dos últimos dias que escaparão aos juízos e à Grande Tribulação que sobrevirão à terra.

Como a posteridade de Sete é diferente da de Caim! Não se nota aquelas invejas, brigas, licenciosidade e violência tão generalizadas na outra linhagem. Parados são os barulhos de gado e das músicas profanas que serviam para cauterizar a consciência dos ímpios. Não se notam o tinir da bigorna ou a gabolice dos jactanciosos, e aquele rumor dum mundo que vive sem Deus e falsamente se esforça para livrar-se dos efeitos da maldição divina.

Muito ao contrário, vemos um povo pobre e pacato, trabalhando diariamente na lavoura, conforme a ordem do Senhor, e pacientemente esperando a Sua misericórdia. Nos dias de Enos, a distinção entre as duas linhagens tor­nou-se tão nítida que os homens da fé começaram a chamar-se pelo nome do Senhor. Gn 4.26; Cf. At 11.26. Era um povo muito humilde e que não figurou nos anais da história do mundo. Em contraste com os 'Cainitas', que teriam alcançado tal 'honra', passaram seus dias aqui na terra como peregrinos e forasteiros, abstendo-se das cobiças carnais. Não construíram cidades. Não inventaram as artes, não desejaram as diversões, mas buscavam um país melhor, isto é, o celestial." Pember.

7. A Promiscuidade dos Descendentes de Sete com n* ímpios Cainiias. Deus espera que Seu povo mantenha--se separado do mal. II Co 6.14-18. Evidentemente, os "Setistas" pouco a pouco foram tentados a abandonar o seu andar com Deus, sendo finalmente destruídos pelo Dilúvio. Somente oito almas escaparam a esse castigo, Noé e sua família.

Gênesis cap. 6, vers. 2 registra como se deu a corrup­ção do gênero humano. "Vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mu­lheres, as quais entre todas, mais lhes agradaram". Os descendentes de Sete casaram-se com os de Caim, e assim, presos a um jugo desigual, deixaram de manter a separação dos ímpios Cainitas como antigamente faziam. A apostasia que resultou foi completa e Deus foi obrigado, d&vido a extrema maldade dos homens, a destruí-los pelo Dilúvio.

8. O Final da Dispensação da Consciência. A prática da iniqüidade, soltando as rédeas aos baixos pendores da carne, durante tantos séculos, a nova geração adotando os maus costumes das gerações anteriores, resultou na to­tal corrupção do povo antediluviano. O seu cálice de ini­qüidade finalmente encheu-se e após um período de 120 anos, em que Noé avisou aos conterrâneos, o castigo divino veio sobre eles. "Então se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. Disse o Senhor: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei." Gn 6.6,7. Considerando somente Noé e sua família como dignos de permanecer na terra, o Senhor destruiu toda aquela geração pelo Dilúvio que durou um ano e dez dias. f Durante 1656 anos a raça humana havia aumentado em números e construído uma grande civiliza­ção, mas o alto grau de impiedade causou a destruição de tudo aquilo. É uma lição para todos nós. Vale a pena andar em humildade e obediência perante o Senhor. Gn (6.3a8.14)

0 desfecho da dispensação da consciência não significa que Deus deixou de usar a consciência como um meio de falar ao homem. A consciência é conhecida como "a voz de Deus dentro da alma". Noé e sua família haviam pre­senciado tanto o bem come o mal e eram responsáveis junto com a sua posteridade pela obediência à voz da consciência e a escolher o bem. O Dilúvio marcou o tér­mino dum período de intervenção divina na história do homem e um novo começo com Noé e seus filhos.

(O aluno deve localizar esta dispensação da Consciência no Mapa das Dispensações).

QUESTIONÁRIO

1.0 "Século" antediluviano estendeu-se desde a......................do ser

humano até ao ..................................

2.Quais as "dispensações" em que se divide o Século antediluviano?

3. Como se define uma "dispensação"?

4. Por que é necessário que o homem seja provado?

5. Qual é o propósito de Deus em ter criado o homem? Ap 4.11.

6. Mencionar sete pontos que caracterizam todas as dispensações.

7. Qual é a função de uma aliança durante determinada dispensação?

8. Quantas dispensações há?

9. Mencionar os nomes das dispensações em ordem cronológica. 10. Mencionar em ordem cronológica as grandes crises que assinalam

as conjunturas das dispensações. 11.Qual é a palavra-chave que descreve a primeira dispensação?

12. Explicar o sentido de Adão criado "em Cristo".

13. Comentar a "perfeição" de Adão nas questões de inteligência, capa­cidade administrativa, e intuição.

14. Comentar a criação de Eva, a primeira mulher.

15. Quais as quatro obrigações impostas ao homem sob a aliança edênica?

16. Por que era necessária a proibição a respeito da árvore do conhe­cimento do bem e do mal?

17. Até que ponto foi Adão avisado sobre as conseqüências duma possí­vel desobediência?

18. Qual era naquele tempo a criatura mais formosa no Jardim?

19. Que fez essa criatura?

20. Qual foi o ardil usado por Satanás para introduzir o pecado no mundo?

21. Qual era o propósito do inimigo?

22.Que fez Eva com a Palavra de Deus?

23. Mencionar os passos na queda do homem.

24.Qual foi o primeiro resultado da queda?

25. Que aconteceu com a comunhão entre o homem e Deus, quando aquele pecou?

26. Qual a relação que tinha o homem com Cristo, antes e depois da queda?

27. Em que sentido o homem "morreu" quando pecou?

28. Que aconteceu com a sua natureza moral?

29. De quem o homem se tornou escravo?

30.Que mudança ocorreu em sua inteligência?

31. A que ficou sujeito o seu corpo?

32. Como sofreu a terra?

33. Em que sentido foi o castigo sobre a mulher, pior do que sobre o homem?

34. Como foi amaldiçoada a serpente?

35. Por que ao casal culpado foi vedado o caminho à árvore da vida?

36. Qual foi o único raio de esperança nessa tão triste situação?

37. Que aconteceu então, que serve de tipo ou símbolo do Redentor?

38. Qual a duração da dispensação da consciência?

39. Qual é a palavra-chave no Século antediluviano e na segunda dis­pensação?

40. Durante esse período qual era a relação do homem para com Deus?

41. Qual era a relação do homem para com Satanás? 42.0 homem na época atual, ainda está nessa relação? 43. Como ficou o livre arbítrio do homem?

44.Qual foi a promessa que a aliança adâmica trouxe para a humani­dade? 45. Como Deus se referiu a essa Sua provisão, ao conversar com Caim? 46.Qual era a obrigação do homem sob a aliança adâmica?

47. Como o homem demonstraria a sua fé na promessa do Redentor?

48. Que qualidade de coração demonstrou Abel quando ofertou o sangue sobre o seu altar?

49. Por que foi rejeitada a oferta de Caim? 59. Em que resultou a incredulidade de Caim? 51.Quem construiu a primeira cidade?

52. Mencionar dois homens da linhagem ímpia.

53. A invenção de instrumentos musicais é atribuída à linhagem pie­dosa ou à ímpia?

54. Qual a linhagem que desenvolveu os artífices em ferro e cobre? 55.Quem foi o primeiro poligamista?

56.Que significa a elevação da mulher nessa primeira civilização? 57. Mencionar dois homens da linhagem piedosa no período antediluviano. 58.Qual foi a excelência espiritual a que chegou Enoque?

59. A qual fator o capítulo 11 de Hebreus atribue essa excelência?

60. Essa linhagem piedosa chegou a se chamar por algum nome especial?

61. Que aconteceu com a distinção entre as duas linhagens, mais para o fim do século antediluviano?

62. Devido à apostasia geral da linhagem piedosa, quantas almas justas haviam no fim do período?

63. Como avisou Deus aos homens sobre o juízo iminente?

64. Quantos anos probatórios Deus lhes concedeu?

65. Que aconteceu à civilização ímpia antediluviana?

66. Quais os únicos sobreviventes por ocasião do juizo divino, o Dilúvio?

O século presente (pós-diluviano)

Dispensação do governo humano Dispensação patriarcal

III. O SÉCULO PRESENTE (PÓS-DILUVIANO).

A. A Dispensação do Governo Humano. Gn 8.15 a 11.19.

1. A palavra chave é "Governo Humano".

2. A duração desta dispensação fo\ de 427 anos, desde o tempo do Dilúvio até à Dispersão dos homens sobxe_a superfície da terra. Gn 10.25; 11.10-19.

3. As Condições do Mundo no início desse Período. Noé, o sobrevivente do Dilúvio, era o pai do Século Pós--diluvianoe do mundo presente. Embora sendo da décima geração depois de Adão, ele nasceu apenas 14 anos depois da morte de Sete, o piedoso filho de Adão que deu nome à linhagem piedosa que acabamos de estudar no capítulo ante­rior. Durante essas oito gerações e por mais de 350 anos em que ele viveu entre os homens depois do Dilúvio, Noé era homem perfeito, um justo que andava com Deus, tor­nando-se herdeiro da justiça, que é pelafé.Gn 6.9; Hb 11.7. O novo mundo, portanto, teve um pai piedoso. Durante os 600 anos antes do Dilúvio, Noé foi contemporâneo de Me­tuselá, seu avô. Metuselá, por sua vez, contava 243 anos de idade quando Adão morreu. Assim Noé era conhecedor de todos os grandes acontecimentos do período antedilu-viano, mesmo dos primeiros tempos no Jardim do Éden, ou pela experiência própria ou por ouvir do seu avô, Metuselá. Por meio de Noé toda a tradição do velho mundo transferiu-se para o novo.
Esse novo mundo foi povoado pelos filhos do grande e justo Noé. Durante 350 anos seus filhos conviveram com o piedoso patriarca, sob a influência do seu santo testemu­nho. Além de ser um "pregador da justiça", em razão de sua integridade moral e comunhão com Deus, ele era a grande testemunha do juízo de Deus sobre o mundo ímpio que acabara de perecer, podendo apontar esse fato como prova e ilustração nas suas asserções. Seus três filhos, Sem, Cão e Jafete, também foram considerados dignos de escapar a essa catástrofe e testemunharam do juízo que so­breveio ao mundo. É natural concluir que eles também tenham exercido alguma influência santa sobre a posteri­dade que constituiu a raça pós-diluviana. Notemos a exis­tência de fortes influências no mundo novo para induzir os homens a uma vida de santidade perante o Senhor.
4. A Aliança de Deus com Noé. Gn 8.20-22; 9.9-17. Logo após sair da arca que o salvou das águas, Noé se aproximou de Deus levantando o altar, com sacrifício de sangue. Gn 8.20. Deus atendeu a Seu servo, concedendo--Ihe os termos duma nova aliança com o homem. A pri­meira cláusula continha três provisões: 1) Deus não mais amaldiçoaria a terra; 2) Deus não mais feriria todo ser vivente, como acabava de fazer; 3) Enquanto durasse a terra, haveria sementeira e ceifa, dia e noite, frio e calor, verão e inverno. Gn 8.21,22. Como sinal de que não mais des­truiria a terra por água, Deus fez aparecer o arco-íris. Foram instituídas duas mudanças na natureza: 1) O medo do homem foi instilado nos animais, facilitando dessa ma­neira o domínio do homem sobre eles e 2) apresentada a dieta de legumes, foi dada a carne para comer, havendo apenas uma restrição - o sangue do animal seria retirado antes.

A Instituição do Governo Humano foi o sexto item do lado divino desse pacto. No Século antediluviano não havia nenhum governo humano. Todo homem tinha liberdade para seguir ou rejeitar qualquer caminho. Mesmo rejei­tando o Caminho, não havia refreio contra o pecado. O primeiro homicida, Caim, foi protegido contra um vingador. Gn 4.15. Sucessivos homicidas, (Lameque, por exemplo), exigiram semelhante proteção. Gn 4.23,24. Os homens, durante séculos, haviam abusado do amor e da graça de Deus e gastaram seu tempo entregues a toda quali­dade de pecado e vício. Após o Dilúvio, o Caminho, o único Caminho para a vida eterna, ainda permanecia aberto diante deles, e cabia-lhes o direito de aceitar ou rejeitá-lo. Mas se o rejeitassem, continuando desobedientes às leis divinas, eram passíveis de punição imediata por parte dos seus con­temporâneos, pois Deus instituiu um governo terrestre que serviria de freio sobre os delitos dos ímpios. A ordem divina foi esta: "Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu". Gn 9.6. A pena capital é a função de maior seriedade do governo humano, e uma vez que Deus concedeu ao homem essa responsabilidade judicial, automaticamente todas as demais funções de go­verno foram também conferidas. O governo humano, assim constituído, exercendo a prerrogativa da pena capital, foi e é sancionado pelo próprio Deus como um meio de deter os desobedientes. Rm 13.1-7; I Tm 1.8-10. A investidura dessa autoridade e responsabilidade no homem foi uma no­vidade do novo pacto de Deus com os homens após o Dilúvio. Recentemente tem havido forte pressão pela abolição da pena capital. Infelizmente, até crentes mal informados têm sido contrários à dita pena. Do ponto de vista cristão, ar­gumentam que Deus, desde a morte de Cristo, agora trata com o mundo à base de graça. Mas tal opinião representa uma distorção dos fatos. Deus trata com os homens à base da graça, mas unicamente com aqueles que também acei­tam o Filho de Deus como Salvador. Para com os demais homens no mundo, Deus continua contemplando-os à base da lei e os juízos que por ela resultam. Se os governos se livrassem desse sentimentalismo falso que transige com o criminoso e tratassem de aplicar as penalidades previstas em lei, afastando dos seus cargos os juizes corruptos e advogados desonestos e demais elementos comprometidos com o submundo do crime e aplicassem a pena capital naquele que tirou a vida ao próximo, haveria muito menos crime do que há atualmente. As estatísticas comprovam que nos países onde eliminaram a pena capital o índice de crime aumentou proporcionalmente, levando-nos a tornar a afirmar que a instituição de pena capital é uma neces­sidade para a sociedade humana. É o único freio que o homem não regenerado respeita - o medo da morte.

Do lado humano do pacto, havia um mandamento espe-cífico e repetido, que o homem devia guardar. Gn 9.1,7. O homem devia multiplicar-se e encher a terra.

Em comparação com a aliança adêmica, notamos que há: 1) maior domínio sobre o reino animal; 2) uma dieta mais ampla; 3) a promessa de Deus que não mais destruirá toda a carne; 4) e maior repressão sobre os ímpios, incluin­do a prerrogativa da pena capital, que seria ao mesmo tempo uma ilustração do governo divino. As três primeiras con­dições ampliaram a graça e a última trouxe mais perto o juízo. Dessa maneira Deus se esforçava em persuadir os homens a aceitarem voluntariamente o Caminho da Reden­ção e por esse meio escapar ao juízo entrando na plenitude da graça divina. Mas naturalmente, se o homem persistisse em pecar contra uma mais ampla manifestação da graça, não importando que o castigo estivesse mais iminente, também seria maior a catástrofe que lhe sobreviria.
A duração desta aliança. É notável que desde o tempo de Noè nuncãT mais tem [Jeus tratado com alguém que re­presente a raça humana em sua totalidade, entregando-lhe novos termos duma aliança afeta a toda a humanidade. Por isso, desde os dias de Noé e até que chegasse o tempo de Deus dar novas leis à humanidade, essa aliança (com Noé) continuaria em vigor. Só no Milênio, sob o governo de Cristo, haverá outra aliança que substituirá a de Noé.
Vislumbres Proféticos aqui Observados. Apesar de sua promessa de nao mais destruir a terra por água, Deus deu a entender que a maldade e a impiedade dos homens bem o podiam merecer. Gn 8.21. Na restrição de comer san­gue observa-se o seu caráter sagrado já que a redenção seria por meio de sangue. Em anunciar que a "bênção" estaria nas tendas de Sem (9.27), Deus já indicava a linha­gem da qual viria a "Semente da mulher", que é Jesus, o Messias.
A Linhagem Piedosa. Outra vez achamos osfiéis servos de Deus que humildemente andaram no caminho da fé. Esses eram os semitas. Como houve dez gerações desde Adão até Noé, assim houve outras dez gerações desde Noé até Abraão, cuja vida marca outra grande crise na história humana. Gn 11.10-26.
A Grande Falha. Logo se concretizou a previsão divina que a impiedade voltaria à terra. O coração corrupto do homem não somente rejeitou o Caminho da redenção, como também deliberadamente desobedeceu ao mandamento espe­cial que os homens se espalhassem sobre a terra. Antes começaram a construir cidades e agregar-se. Nimrode, neto de Cão por Cush, começou (foi o primeiro) a ser po­deroso na terra. O princípio do seu reino foi Babel, mas construiu mais sete cidades. Gn 10.10,11. O governo humano foi instituído por ordem divina, mas o IMPERIA­LISMO de Nimrode e de outros daquele tempo já era diferente, sendo um plano de Satanás que visava unir o mundo e fazer guerra contra o Senhor Jesus Cristo. Vide Ap 16.14; 19.19. Mesmo em tempos tão remotos os homens uniram-se para fazer planos para não se espalharem (Gn 11. 4), planos pelos quais poderiam fazer para si um nome.
Gn 4.17. O ponto alto desses planos para engrandecer o nome do homem foi a construção da Torre de Babel nas planícies de Sinear (Mesopotâmia), torre que imaginavam chegaria até ao céu. Gn 11.4; II Tm 3.1-4; SI 49.11-13.
O Juízo - A Dispersão. Novamente a Trindade confé-rericiou entre bi. CT Gn 3.22; 6.7. O juízo sobre essa ímpia geração foi determinado. Gn 11.5-7. Veio na forma da confusão de línguas, tornando-se o meio utilizado por Deus para obrigar os homens a se espalharem sobre a superfície da terra. Serviu para refrear o seu caminho pecaminoso e suas ambições carnais. Só durante a Grande Tributação virá a plena medida de juízo sobre o mundo pós-diluviano. Convém observar que esta diversidade de línguas que resultou, não foi porque os homens se espalhas­sem cadafamíliapara região diferente, e, sim,foi a confusão de línguas que provocou a dispersão. Gn 11.6. Foi uma intervenção milagrosa da parte de Deus que produziu a grande diversidade, de centenas ou milhares de línguas. (Em contraste com esse fenômeno, temos no Cap. 2 de Atos dos Apóstolos, a miraculosa concessão do dom de línguas no Dia de Pentecoste, cujo grande alvo era espalhar as bênçãos do Evangelho a toda criatura em todas as partes da terra.) Podemos ainda concluir que, sendo a diversidade de línguas uma forma de juízo sobre o homem, uma vez que todos aceitarem a Jesus como o Redentor e o pecado for afastado, então haverá uma só língua pura sobre a terra. Sofonias 3.9.

A Dispersão aconteceu cerca de 100 a 300e poucos anos depois do Dilúvio, provavelmente "nos dias de Pelegue". Gn 10.25; 11.16-19. É impossível estabelecer com exatidão em que data isso teria acontecido, pois Peleque viveu 340 anos. Mas certamente foi por volta do ano 2000 antes de Cristo. A Dispersão não significou o fim da dispensação do Governo Humano, pois a mesma vigorou até a chamada de Abraão. Gn 12.1. Como terminou essa dispensação?

Será que os homens tornaram-se mais santos? Apesar das restrições impostas por Deus, e a instituição de governo, os homens seguiram o caminho e o espírito de Caim! Venceram o obstáculo da diversidade de línguas, e, ajun-tando-se em alianças, estabeleceram o imperialismo. Gn 14.1-9 apresenta os nomes de alguns dos grandes desses dias, sendo um dos mais notáveis, o rei Amrafel, rei de Sinar, conhecido na história pelo nome de Hammurábi, autor do mais antigo e famoso código de leis. Jó, da terra de Uz também viveu nesse tempo. O Senhor Deus ainda tolerará esse imperialismo até o mesmo chegar ao seu apogeu na pessoa do Anti-cristo. Dn caps. 2 e 7. Então, como nos dias de Noé, Deus visitará este mundo com castigo terrível, que será a Grande Tribulação, e marcará o fim do "Presente Século" "Pós-diluviano".

UM ESBOÇO DA DISTRIBUIÇÃO DAS FAMÍLIAS PROCEDENTES DOS TRÊS FILHOS DE NÕE

(Os seguintes esquemas são da autoria de Paul E. Ihrke, de Chicago, E.U.A.)

OS DESCENDENTES DE CÃO (Gn 10.6-20)

Quatro Raças originaram-se dos quatro filhos de Cão. Essas por sua vez subdividiram-se depois. Povoaram as terras da África, da Arábia oriental, da costa oriental do Mar Mediterrâneo, e do grande vale dos rios Tigre e Eufra-tes. Não há provas para afirmar que todas as raças des­cendentes de Cão eram negras. As primeiras monarquias orientais eram dos descendentes de Cão, por.Cuxe.

Existe uma opinião que alguns dos descendentes de Noé emigraram para a China e que de lá passaram para as

Cuxe

Etiópia

CÃO - FILHO DE NOE

'Quatro Filhos s» * / % N,

Raças turanianas e negras N

/

Pute Líbia

I

\

Canaã

Palestina

•Misraim Egito

seis filhos: Sebá

etíopes de Meroé, no Rio Nilo

sete filhos:

Ludim: Núbia (?)

Anamim

Havilá Arábia

Leabim Líbia

Sabtá Costa sul da Arábia

Raaniá Golfo Pérsico

Sabtecá

a região sul-oriental da Arábia

*Nimrode

Babilônia

* Nimrode, rei da Ba­bilônia, foi o fundador do antigo Império Ba-bilônico. Foi o falso "Messias" e fundador de toda religião falsa e idolatra do mundo.

Naftuim Na Petu (?)

Patrusim

Filístia

Caftorim Creta

* Misraim é Menes I, o primeiro rei do Egi­to, segundo o livro: "The Two Babylons", Hislop. pág. 294.

Américas através do Estreito de Béringue e do Alasca. Certos cientistas são de opinião de que em algum tempo os dois continentes estivessem ligados.

OS DESCENDENTES DE SEM (Gn 10.21-32) SEM - FILHO DE NOÉ

+ / I \ N

,. ' Cinco Filhos ^

^' 'As Raças Semíticas N >^

+ / \ \ v

' / I \ v

Elão Assur Arfaxade Lude Arã

elamitas assírios caldeus lídios sírios

Sala Héber Pelegue Joctã Arábia

Esta é a linhagem de Abraão da qual veio Jesus Cristo, o Messias.

Sem foi o pai de cinco filhos que se tornaram em cinco grandes raças e numerosas tribos menores.

Arfaxade foi o pai dos caldeus que povoaram a região marginal do Golfo Pérsico. Foi progenitor de Abraão, oito gerações anteriores. Um dos descendentes de Arfaxade foi Joctã de quem vieram treze tribos (Gn 10.25-30) as quais ocuparam as partes sul e sudeste da Península Arábica. Alguns destes nomes são mencionados na genea-logia de Cão, fato que pode indicar miscigenação entre as raças.

Ela povoou uma província ao oriente do Rio Tigre e ao norte do Golfo Pérsico.

Assur povoou a Assíria às margens do Rio Tigre, tendo Nínive como capital. Eram uma vez senhores de toda a terra ao oriente do Mar Mediterrâneo.

Lude e seus descendentes moraram nas bandas sudeste da Ásia Menor.

Arã povoou a Síria. Teve quatro filhos: Uz, Hul, Géter e Más. Uz morou no meio da Arábia setentrional. Jó foi um dos seus descendentes.

Hul e Géter ocuparam o território próximo ao Lago de Merom ao norte da Galiléia, segundo as informações.

Más, que é chamado Meseque em I Cr 1.17, possivel­mente uniu-se com o Meseque da linhagem de Jafé.

Sem, nascido 120 anos antes do Dilúvio, conheceu a seu pai, Noé, seu avô Lameque e seu bisavô, Metusela, antes do Dilúvio. Lameque, por sua vez, conheceu Adão por mais de cinqüenta anos, e Metusela o conheceu por mais de 250 anos. Esses fatos demonstram a maneira pela qual os conhecimentos históricos do princípio da raça foram comunicados às gerações posteriores. Noé viveu até ao tempo de Abraão. Sem chegou a alcançar o tempo de Isaque e Jacó, filho e neto de Abraão.

OS DESCENDENTES DE JAFÉ (Gn 10.2-5)

As raças arianas ou indo-européias são descendentes de Jafé.

Javã teve quatro filhos: Elisa, Társis, Dodanim eQuitim. Estes quatro povoaram a Grécia. Alguns descendentes de Quitim foram para a Itália, a França, e a Espanha, for­mando o povo latino.

Madai e seus descendentes povoaram a índia ea Pérsia.
\

\ \

Meseque

Rússia Madai Tiras hindus Bulgária
persas Grécia

JAFE - FILHO DE NOE

+ Sete Filhos «s ''/ ' > * \Vv

X" / t I \ N ^V

S Raças arianas e indo-europèias v»

'' / ' '

Magogue Javã Tubal Gomer

citas e Quitim Turquia alemães,

russos gregos, celtas,

latinos eslavos,

franceses escandinavos,

(suecos, dina­marqueses, no­ruegueses), goters, teutões, belgas, anglo-saxões, holan­deses, suíços.

Gomer teve três filhos: Asquenaz, Rifate e Togarma. Os descendentes de Asquenaz povoaram a Turquia, enquanto os descendentes de Rifate povoaram a luguslávia ou Sérvia e a Áustria. Os descendentes de Gomer deram origem aos celtas, os alemães e aos eslavos. Os celtas emigra­ram para as Ilhas Britânicas, Gales, Escócia e Irlanda. Algumas das tribos germânicas emigraram para a Noruega, Suécia e Dinamarca, tornando-se os escandinavos des­critos pelos romanos como altos, loiros e corpulentos. Outras tribos germânicas povoaram a Alemanha ocidental, a Bélgica, e a Suiça, tomando o nome de Goters. Os que permaneceram na Alemanha ficaram conhecidos como "teutões", ocupando o norte e o sul da Alemanha. Os do norte, por sua vez, tornaram-se os "anglo-saxoes" e os holandeses.

B. A Dispensacão Patriarcal. Gn 12.1 a Êx 18.27. } A Palavra chave é PROMESSA

2. Esta dispensacão teve início com a aliança de Deus com Abraão, cerca de 1963 anos antes de Cristo, ou seja 427 anos depois do Dilúvio. Sua duração foi de 430 anos,_ quando Israel saiu do Egito. Gl 3.17; Ex 12.40; Hb 11.9,137

3. As Condições no Mundo. Como já observamos, a terra de Sinear novamente tornou-se o centro de desobe­diência mundial contra a aliança de Deus com Noé. O espírito do pecado tornou-se tão forte e agressivo que já ameaçava de extinção a linhagem piedosa de Sem, que, embora ainda crente em Deus, adotou o culto de ídolos. Gn 31.53; Js 24.2. O décimo dessa linhagem desde Noé (como Noé era o décimo desde Adão) era Abraão, o filho de Terá. Seu lar estava em Ur dos caldeus, o centro da civilização de Nimrode. Nesse ambiente de desobediência onde adoravam a deusa Lua, Deus chamou Abraão. Enquan­to ainda estava nessa sua terra natal, a Mesopotâmia, Deus o chamou para sair dali e ir para uma terra que Ele lhe mostraria. Atos 7.2-4. Terá, seu pai, e Ló, seu sobrinho, acompanharam a Abraão e Sara até à cidade de Harã, onde moraram até à morte de Terá. Gn 11.31,32. Em Harã foi celebrada a primeira aliança com Abraão (Gn 12.1-3). Em obediência a esse pacto, Abraão e Sara saíram para a terra de Canaã, sendo acompanhados por Ló. Gn 12.4,5. Os 430 anos que durou esta dispensacão datam da sua en­trada em Canaã como peregrino e estrangeiro. Hb 11.9,13; Êx 12.40.

4^ A Grande Aliança com Abraão. A Dispensacão Patriarcal representa o período de tempo no qual Deus deu a Abraão as várias porções da aliança que leva seu nome, e os anos nos quais ele e sua descendência viviam exclusivamente debaixo da mesma. Depois da chamada original em Ur dos caldeus, o Senhor apareceu a Abraão seis vezes: Gn 12.1-3,7; 13.14-17; 15.1-21; 17.1-21; 18. 1-33; e 22.1-18. Essa aliança assim revelada a Abraão e com ele celebrada, foi confirmada a Isaque (Gn 26.2-5), a Jacó (Gn 28.13-15) e a Moisés por todo Israel. Êx 6.1-9. Ojadg__diyina.. Esta aliança apresenta os seguintes itens em que Deus Se comprometeu:

1) Durante a vida de Abraão: Çaj Abençoá-lo, 12.2; íVV faze-lo uma benção, 12.2;(cj abençoar os que o aben­çoassem, 12.3/^dj) amaldiçoar os que Ojamaldiçoassem,12.3; |) dar-lhe a terra de^ Canaã, 13.15;(f)) protegê-lo e ser o seu galardão, 15.1; e(jj ser o seu Deus, 17.7.

D Rara Abraão no futuro: (j) fazer grande o seu nome, 12.2; (b> fazê-lo extremamente frutífero. A sua semente natural ser numerosa-como a areia do mar e sua semente espiritual como as estrelas. Gn 13.16; 15.5; Rm 4.16-18.

f fazê-lo pai duma grande nação. Dele sairiam reis. i 12.2; 18.18; 17.6. (d)/ fazê-lo pai de muitas nações, 17.4;£e$ fazê-lo uma bênção a todas as famílias e nações da terra. Gn 12.2,3; 18.18.

3) Para a sua descendência obtida com Sara. Gn 15.4; 17.19. {a) A possessão da terra de Canaã, desde o Rio do Eaito ate ao Rio Eufrates, Gn 12^7: 13.14; 15.18-21; 17.7,8.

Cb) Jeová seria seu Deus, 17.8; (c/possuiriam aportados seus inimigos, 22.17; (âj por essa descendência seriam abençoadas todas as. nações da terra. Gn 22.18.

Foi nesse item da aliança onde se achava a promessa de que a "Semente" - e não "sementes", como se fossem os "descendentes" de Abraão - seria a "Semente da mu­lher", isto é, Cristo, o Redentor. Gl 3.16; Gn 3.15.

(j) a descendência de Abraão passaria aflições numa terra estrangeira durante 400 anos. Depois desse período, Deus puniria seus inimigos e libertaria o povo, que sairia dessa terra com grandes riquezas. Gn 15.12-14.

4) Para Ismael, filho de Abraão com a escrava Hagar. Esse filho também se tornaria uma grande nação. Gn 17.20.

O Lado Humano da Aliança. A aliança com Abraão era essencialmente uma aliança de "graça'. Rm 4.1-4. As obrigações impostas a Abraão não eram realmente de "obras", pelas quais "mereceria" as maravilhosas pro­messas que a aliança lhe outorgava, mas sim simples atos pelos quais demonstraria a sua fé nas promessas de Deus. Romanos 4.2,3; Tiago 2.22,23.

As Obrigações Impostas a Abraão são as seguintes:

1) Separação. O primeiro desses atos de Abraão foi a saída de Ur e depois de Harã. Gn 12.1,4. A separação demonstrou a sua fé nas futuras bênçãos prometidas.

2) Morar em Canaã foi outro ato de Abraão. Gn 12.1; 26.2. Por ter desobedecido a essa ordem (12.10-20; 13.1], e ido ao Egito, em razão da ameaça de fome em Canaã, foi punido por causa de sua incredulidade. Depois voltou a Canaã.

3) Circuncisão. 17.9-14. Esse ato constituiu o "selo da justiça da fé" (Rm 4.11), a prova de que Abraão creu que a sua semente seria uma grande nação.

4) Exercer fé que Sara teria um filho na sua velhice. 17.15-17. Abraão tinha que crer que Deus lhe dana um filho com Sara, embora ambos já tivessem passado o tempo de gerar filhos. A sua fé foi a fé especial - na vida dentre a morte - que fez Abraão o pai e grande exemplo daqueles que crêem na ressurreição de Cristo dentre os mortos, crendo assim para a vida eterna. Rm 4.19-24; 10.9.

5) O Sacrifício de Isaque. Gn 22.1,2. Este ato, a última das obrigações a ele impostas, constituiu a suprema prova de sua fé. Abraão "considerou (creu) que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos". Hb 11.17-19. Ele demonstrou a sua fé pelo seu ato. Foi realmente uma repetição da prévia prova de sua fé, constituindo evi­dência concludente a Deus e ao mundo que Abraão era temente a Deus e que creu na ressurreição dentre os mortos.

Abraão satisfez todas as provas e condições impostas por Deus, cumprindo assim o lado humano da aliança. Por conseguinte, espera-se que todas as promessas refe­rentes a essa aliança serão cumpridas.

5. O Propósito de Deus na Chamada de Abraão. JTfazer de Abraão um Exemplo e Modelo da fé. E m outras dispensações Deus havia usado outros grandes ho­mens da fé, como sejam Abel, Enoque,eNoé para servirem de exemplo em seu tempo. Hb 11.4-7. Abraão foi escolhido para ser exemplo, nessa nova dispensação e também para as sucessivas, de como se aproximar do Deus imutável. Deus ao mesmo tempo queria levantar uma nação que tam­bém servisse de exemplo e meio de bênção para todo o mundo. Abraão foi destinado a tornar-se o "pai" dos fiéis ou crentes. Ele já antes de ser circuncidado era homem de fé/ Rm 4.11. Portanto, qualquer pessoa, em qualquer nação, que resolvesse andar nas pisadas de Abraão, se tornaria a sua descendência espiritual. Rm 4.12,16,17; 2.28,29; Gl 3.6,7,9. O caminho da fé sempre foi o único caminho para Deus e a vida eterna. Gl 3.11; Ef 2.8; At 4.12. Assim se vê que logo no princípio do "Século Presente", o período em que nós também vivemos, Deus usou a vida de Abraão como ilustração do caminho da fé.

Observemos, por exemplo, os "passos da fé" pelas quais Abraão tornou-se o "amigo de Deus", sabendo que os mesmos passos poderão ser tomados por qualquer pes­soa que busca a paz com Deus. 1) Primeiramente, Abraão separou-se de sua terra de idolatria e de seus velhos com­panheiros, que também é o passo que Deus exige de nós. 2) Permanecendo na terra da Promessa, Canaã, crendo nas promessas divinas, corresponde à fé na promessa de Jesus que "os mansos herdarão a terra." O caminho do Egito conduz à derrota. 3) A circuncisão corresponde ao "des-pojamento do corpo da carne". Cl 2.11; Rm 2.28,29.

4) Crendo no nascimento de Isaque, em se tratando de pes­soas idosas como eram Abraão e Sara, corresponde à nossa crença no nascimento de Cristo em nossos corações.

5) Confiando em Deus para ressuscitar Isaque (Gn 22) cor­responde à fé que diz que "Deus o ressuscitou dentre os rriortos"! Rm 10.9.

b. Fazer de Abraão o Pai da Nação Judaica. A alian­ça adâmica prometeu que a "Semente da mulher" esmaga­ria a cabeça da serpente, Satanás. Gn3.15. Era a promes­sa do Redentor. A aliança com Abraão seria um encoraja­mento para os pós-diluvianos a continuarem a crer nessa promessa, e ao mesmo tempo seria mais um passo à frente em sua implementação. Agora ficou estabelecido que a "Semente da mulher" seria também a "Semente de Abraão" (Gl 3.16), isto é, um dos descendentes de Abraão, o Re­dentor, que redimiria todo o mundo, como de fato aconteceu.

O grande propósito em suscitar a nação judaica era o de fazê-la uma grande bênção para todas as nações do mundo. O fato é que Deus usou Israel enquanto serviu a essa finalidade (até o tempo de Malaquias), e Ele tornará a usar Israel como meio de bênção durante o Milênio, quando os judeus estarão ligados a Cristo a quem presen­temente recusam a aceitar como seu Messias.

c. Demarcar a Terra do Messias. Deus chamou Abraão a fim de também demarcar em definitivo a terra que seria o lar terrestre do Messias, a Terra Santa. As seguintes passagens bíblicas levam-nos a crer que essa terra terá como fronteiras, no sul, o Rio Nilo no Egito, ao oeste o Mar Mediterrâneo, ao norte, o Rio Eufrates, e ao leste, as águas do Golfo Pérsico e o Oceano Indico. Gn 15.17,18; 26.3,4; Êx 23.31; Dt >1.24; Ez 47.18; Gn 2. 8-14; Is 51.3. Esse território jamais foi totalmente ocupa­do pelo povo judaico o qual ainda espera essa ocupação durante o Milênio.

Essa pequena terra, por ter nela a capital do governo de Cristo durante o Milênio, em Jerusalém, servirá de bênção para todos os povos da terra.

6. Características Especiais desta Dispensarão. Pode­mos dizer que esta dispensação, que durou apenas 430 anos, faz parte dum período de cerca de 4.000 anos. A sua natureza é diferente das prévias dispensações, dos tempos jue vão de Adão a Noé. Essas, ofereciam ao homem a opcão, ou a fé ou a incredulidade; a obediência ou a desobe­diência. A aliança com Abraão não estebeleceu nenhuma condição, mas sua natureza era inteiramente à base da graça. Nem devem os 400 anos de escravidão no Egito ser considerados como "castigo", mas sim como um pe­ríodo de desenvolvimento dessa nação. Essa experiência era necessária para Deus poder mostrar Sua força. Tam­bém era necessário que a "medida da iniqüidade" dos amor-reus se enchesse (Gn 15.16), isto é, que a impiedade das nações cananéias amadurecesse. No tempo próprio (nos dias de Josué) os exércitos de Israel entrariam em Canaã para libertar a terra das influências ímpias e estabelecer a religião pura de Jeová.

Esta dispensação serve de ilustração e tipo de muitas coisas em vigor durante a dispensação da Igreja, uma vez que Abraão é o nosso pai na fé. Rm 4.1-17; I Co 10.11; Gl 3.15-22. O fim da dispensação Patriarcal é típico da vida cristã no fim do Século Pós-diluviano, assim como a vida ante-diluviana é típica da vida não regenerada nos dias antecedentes à segunda vinda de Cristo. Lucas 17.26.

QUESTIONÁRIO

LQual é a palavra chave do Século pós-diluviano?

2. Por quanto tempo durou a dispensação do Governo Humano?

3.Quem foi o pai do Século Pós-diluviano?

4. Através de quem poderia Noé ter tomado conhecimento dos eventos do tempo de Adão?

5. Mencionar duas fortes influências condizentes à santidade durante os dias de Noé.

6.Qual o nome da aliança dos tempos pós-diluvianos?

7. Na parte divina da aliança, que prometeu Deus quanto à repetição

da destruição da terra? 8.Qual o sinal que Deus deu que cumpriria Sua promessa? 9.Quais as duas mudanças na natureza, introduzidas pela aliança com Noe?

10.Que simboliza a restrição de comer sangue?

12. Em que resultou essa falta de governo?

13. Qual o refreio sobre o crime que Deus estabeleceu no período pós-diluviano?14. Qual é a mais séria função do Governo? 15.0 governo humano é sancionado por Deus?

16. Será a pena capital de utilidade para a sociedade moderna? Citar provas.

17. Qual era a obrigação do homem junto à aliança com Noé?

18. Mencionar três fatores nos quais a aliança com Noé ficou mais

desenvolvida do que a aliança com Adão. 1).................................

........ 2)........................................3).....................................

19. Os esforços de Deus visavam o que?

20. A aliança com Noé ainda continua a vigorar?

21. Qual o segredo que foi dado que indica a linhagem da qual viria o Messias?

22. Os homens cumpriram a sua parte na aliança?

23. Como manifestaram a sua atitude?

24. Que fez Deus então para obrigar os homens a obedecer?

25. A grande diversidade de línguas faladas no mundo resultou da dis­persão dos homens através do mundo?

26. Como se produziram tantos idiomas em uso no mundo no dia de hoje?

27. Em qual ocasião posterior Deus também deu instantaneamente mui­tas línguas ao Seu povo?

28. O tempo chegará quando haverá apenas só uma língua na terra?

29. Cerca de que ano aconteceu a Dispersão de Babel?

30. Quem era o líder na rebelião de Babel?

31. Além de construir Babel, que mais fez ele?

32.Qual é a atitude de Deus para com os "impérios"?

33. Que homem de Deus, cujo nome consta como npme de livro da Bíblia,

vivia nesse tempo? . 34. Quem será o último a levantar um império neste mundo, e que Deus

destruirá ao fim do Século Presente?

35. Qual a palavra chave da dispensação patriarcal?

36. Quais as três dispensações que ocorrem no tempo do século pós--diluviano?

37. Quanto tempo decorreu após o Dilúvio para iniciar-se a dispensa­ção patriarcal?

38. Qual o pecado em que incorreu a linhagem de Sem?

39. Qual era a cidade natal de Abraão? 40. Quanto tempo durou a dispensação patriarcal? < « 41. Essa dispensação estava afeta a qual aliança? /- 42. Mencionar quatro aspectos do lado divino dessa aliança. 43. Como era o lado humano desta aliança? Mencionar as cinco obriga­ções impostas a Abraão que expressariam a sua fé em Deus.

1) ...............................2) .........................3)........................

4)............................................ 5)........................................

4 44. Quais os três principais propósitos da chamada de Abraão?

45.Quais os "passos da fé" pelos quais Abraão se tornou "amigo de Deus"? - 46. Quem era a "Semente de Abraão"?


* 2)..................

, 48. Podemos nós dizer que Abraão é nosso pai? Em razão de que?

49. Em que maneira a nação judaica tem servido de bênção para as nações do mundo?

50. Em qual época estarão os judeus e o Redentor unidos a serviço da paz mundial?

51.Qual o propósito da escolha da Palestina como lar dos judeus?

52. Em que sentido foi a aliança com Abraão diferente das dispensações anteriores?

53. Qual foi a vitória ocorrida no fim da dispensação patriarcal?

54. De que é típico a dispensação patriarcal?

O século presente

Dispensação da lei

III. O SÉCULO PRESENTE (CONTINUAÇÃO)

C. A Dispensação da Lei.

1. A palavra chave

2. A Duração desta Dispensação foi de cerca de 1430 anos, desde o Êxodo do Egito até à crucificação de Cristo. "Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo". João 1.17.

3. Resumo das Prévias Alianças. A Aliança Edênica. Essa aliança concedeu ao homem plena autoridade admi­nistrativa. A responsabilidade do homem era encher a terra, guardar o Jardim e abster-se de comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Era uma aliança de "obras". Rm 11.6. Adão e Eva, a totalidade da raça huma­na nesse tempo, falharam em obedecer os requisitos da aliança, inutilizando, portanto, essa aliança. Somente no "Segundo Adão", Cristo, o homem recuperará a autoridade perdida. "Cristo reinará"!

A Aliança Adâmica. Por essa aliança Deus prometeu que a Semente da Mulher, o Redentor, esmagaria a cabeça da serpente, Satanás. Ao homem cabia crer nessa promes­sa e expressar sua fé através dos sacrifícios de sangue. Foi uma aliança de "graça". Abel e outros homens de Deus creram e aceitaram esse caminho. No Calvário satanás "feriu" o calcanhar de Cristo, mas brevemente, ao voltar do céu, Cristo esmagará a cabeça de Satanás.

A Aliança com Noé. Essa aliança concerne diretamente o mundo dos homens não-regenerados, os quais foram orde­nados a se espalharem sobre a face da terra. Pela Disper­são nos dias de Babel realmente os homens espalharam-se, e Deus, por Sua vez, tem se lembrado de Suas promessas, de não amaldiçoar mais a terra; que haveriam estações regulares do ano, que não destruiria todos os seres vi-ventes, que o medo do homem seria instilado nos animais, e que a dieta poderia incluir o uso de carne. No Milênio veremos a plena manifestação da graça de Deus em todos esses particulares. A instituição de governo humano, que se iniciou nos dias de Noé, terá sua plena complementação no governo de Cristo, o Filho do Homem.

A Aliança com Abraão. O lado humano dessa aliança foi cumprido por Abraão. Portanto, as muitas provisões da mesma ou foram cumpridas ou estão sendo cumpridas agora. A semente natural de Abraão já se tornou uma grande nação, sendo afligida em terra estrangeira (o Egito) durante 400 anos. Deus já havia punido os opressores e Israel havia saído do Egito com grandes despojos, quando foi instituída esta nova aliança com Moisés. Tudo isso havia se realizado pela graça, tudo em razão da promessa a Abraão. Mas ainda era necessário que Jeová se reve­lasse como o Deus dessa nação; que possuíssem as portas dos seus inimigos; que tomassem posse da terra de Canaã, e que através da descendência de Abraão todas as nações da terra fossem abençoadas, conforme as cláusulas da aliança com Abraão. Foi então, para implementar essas porções restantes da aliança, que Deus instituiu no Sinai a Aliança Mosaica.

4. O Início da Dispensáção da Lei [Israelita). Deus já se havia comprometido a revelar-se à semente de Abra­ão e estabelecer a mesma na terra de Canaã e torná-la em grande bênção para todas as nações - tudo isso inteiramente independente da justiça que essa semente tivesse. Dependia totalmente da palavra de juramento a Abraão. O primeiro passo que Deus tomou então foi o de revelar-Se a Si mesmo a Israel através de Moisés no Monte Sinai, apenas dois meses depois da salda do Egito. Essa apre­sentação de Si Mesmo como o Deus deles trazia consigo uma proposta e uma revelação do plano especial preparado para esse povo de Israel. A apresentaçãoe a sua aceitação marcaram o início da Dispensação da Lei, ou seja a Israelita.

5. A Aliança Mosaica. Êxodo caps. 19 a 32. É de se notar, primeiramente, que nesse plano especial Deus não tratava com eles como "filhos de Abraão", mas sim como "a casa de Jacó, os filhos de Israel". Êx 19.3. Lembra­mos que a descendência de Abraão era de duas qualidades: primeira, a espiritual, os seguidores da "fé que teve quan­do ainda incircunciso" (Rm 4.11,12); e a segunda, a des­cendência natural que guardou a aliança da circuncisão. ^Gn 17.1-14. A essa última descendência Deus havia pro­metido a terra de Canaã, e foi com essa descendência circuncidada, os filhos de Abraão por Jacó, que Deus es­tabeleceu esta aliança mosaica.

Foi através desses "filhos de Abraão", a sua descen­dência natural, que Deus havia prometido abençoar a todas as nações. Por conseguinte, podemos esperar que esta nova aliança venha a implementar e suplementar essa parte da aliança com Abraão. E assim aconteceu, pois, 1) ser­viu para revelar Deus à semente de Abraão. 2) Ajudou a formar a unidade e a garantir a preservação da nação, para que pudessem possuir as portas dos seus inimigos e en­trar na posse de Canaã. 3) Foi dessa nação da qual nasceu o Messias, que seria a grande bênção para todas as nações em servir-lhes de Redentor. 4) A aliança mosaica ajuda­ria a conter a transgressão em Israel. Contudo, a Aliança Mosaica é diferente da Aliança com Abraão, tendo suas próprias condições, e de maneira nenhuma poderia deter o cumprimento da Aliança feita com Abraão. Gl 3.17. Que Deus se interessava muito em estabelecer esta aliança com Seu povo se pode observar pelo fato de que prefaciou Sua proposta do plano, dizendo que Israel havia presenciado o juízo sobre os egípcios e a misericórdia do Senhor em libertá-los da escravatura. Êx 19.4.

a. Os Propósitos Divinos:

(1) Fazer de Israel uma propriedade peculiar. Êx 19.5. Embora "toda a terra" pertencesse ao Senhor, o povo de Israel seria para Jeová um povo especial e mais chegado a Deus. É de se lembrar que qualquer nacionalidade poderia gozar dos benefícios desta aliança e da Aliança com Abraão, identificando-se com o povo de Deus através do rito da circuncisão. Êx 12.48,49. Dessa forma todas as nações poderiam tornar-se "uma proprie­dade peculiar", separando-se das nações vizinhas e cum­prindo as provisões da Aliança Mosaica.

(2) Fazer de Israel um reino de sacerdotes. Êx 19.6. Observa-se que havia uma provisão dupla: seriam "sacerdotes" e um "reino". Os sacerdotes intercedem a favor de outrem; assim Israel estaria ocupado em inter-cessão diante de Deus a favor das demais nações. E na­turalmente, quando há um "reino" há também um rei. O rei de Israel seria o próprio Deus que Se comprometia a servir nessa capacidade. Dt 33.5; I Sm 8.7. Que privilé­gio para Israel ter o próprio Deus como Rei!

(3) Fazer de Israel uma nação santa. Êx 19.6. Jamais houve purificação do pecado a não ser através do sangue, como também nunca houve uma santidade natural que Deus pudesse contemplar. Por conseguinte, notamos nesta cláusula uma promessa que envolvia a aplicação do sangue de Jesus e a implantação de Sua santidade.

(4) A Cura Divina era outra promessa de Deus incluída neste pacto, pois junto as águas de Mara Ele lhes dissera, "... nenhuma enfermidade virá sobre ti das que enviei sobre os egípcios, pois eu sou o Senhor que te sara." Êx 15.26.

b. O Lado Humano. Israel tinha por obrigação "diligentemente ouvir a voz do Senhor". Êx 19.5.

(1) Os Mandamentos. No capítulo 20 o "Rei" estabeleceu a "Magna Carta" do "reino de sacerdotes", a qual consistiu dos 10 Mandamentos, ou seja a Lei Moral, que expressa a vontade de Deus.

(2) Os Estatutos. Em Êx 21.1 a 23:33 temos a interpretação e a aplicação dos 10 Mandamentos em forma de Estatutos, ou Ordenações, que constituíram a Lei Civil, promulgada pelo próprio "Rei".

(3) As Instruções Religiosas. A voz do Senhor em seguida deu a Israel instruções concernentes ao Taber­naculo. Êx 25.1 a 31.18. Tratava-se da Lei Cerimonial. O Tabernaculo seria: (a) a corte do Rei. Deus como "Rei" tinha o direito de estabelecer todos os planos. Êx 25.8; (b) a figura das coisas que se acham nos céus (Hb 9.23), e somente Deus conhecia essas coisas. João 3.12. (c) As várias partes do Tabernaculo também simbolizavam as coisas invisíveis do próprio Rei, sendo, portanto, uma revelação de Sua própria Pessoa. Todo o livro de Leví-tico apresenta a maneira do funcionamento da corte nas suas relações entre Israel e seu Rei. Está repleto de figuras das coisas celestiais e de símbolos das realidades invisíveis em Cristo, o Redentor. Foi por meio dessas ordenanças ou instruções que Israel adorou ao seu Rei, vindo os "mandamentos", os "estatutos" e as "instruções" a constituírem "a voz do Senhor". A obrigação de Israel era a de obedecer a essa voz.

6. A Natureza da Aliança da Lei. A Aliança Mosaica, que foi chamada a "Lei", não era aliança de 'obras", no sentido de Romanos 11.6. Jamais a salvação foi conseguida pelas obras da lei. Romanos 3.20; Gl 3.11; Hb 11.6,33. Na parte divina dessa aliança, o povo foi feito "santo" pela purificação do Seu sangue e a implantação de Sua justiça.

Então, tendo a Sua vida dentro deles, foi lhes dado o caminho dos Seus mandamentos a fim de que nele andassem. A lei era o caminho da vida e não o caminho para a vida. Era a maneira de viver na qual essa "propriedade peculiar", o "reino de sacerdotes", e a "nação santa" deveria andar. Esse caminho de Deus era um deleite para aqueles cujos corações Deus havia tocado. I Sm 10.26; SI 1.2; 119.32, 97,103,127,162,174; e SI 19.7-11.

A Aliança Edênica, como aliança de "obras", e dada sem ser mencionado o Redentor, foi terminada quando uma única vez o homem deixou de cumprir a sua parte. A Aliança Mosaica, por outro lado, foi quebrada inúmeras vezes e em todos os seus detalhes, no entanto, Deus per­sistiu em cumprir a Sua parte, provando assim que essa aliança era aliança de "graça" e não de "obras", e basea­va-se, na realidade, nos méritos do Redentor. Êx 34.6,7; Mt 9.13; 23.23.

O sangue foi derramado na ocasião da inauguração desta aliança (Ex 24.5-8), assim indicando a "graça" como o seu fundamento verdadeiro e apontando a Jesus, o Sacrifício substitutivo, como Cordeiro de Deus. João 1.29.

Deus cumpriu a Sua parte da Aliança mesmo antes que o homem houvesse cumprido a sua parte. As bênçãos di­vinas prometidas dependiam de eles andarem à luz da lei. Gl 5.25.

Nos dias da lei muitas vezes se ouvia a palavra "Reden­tor". SI 19.14; 78.35; Is 41.14; 59.20; Jr 50.34. Esse fato indicava a sua dependência do sangue remidor.

O Novo Testamento informa que havia "misericórdia" e "fé" debaixo da Velha Aliança. Mt 9.13; 23.23; Os 6.6; He 2.4.

7. A Aceitação e o Desvirtuamento da Aliança da Lei. É verdade que muitos israelitas fizeram da lei um caminho de estabelecer a sua salvação, pois "os sentidos deles se embotaram". II Co 3.14. Gerações posteriores conside­ravam a lei como código legalista, e para eles, de fato, ela se tornou "o ministério da morte", e "ministério da con­denação". II Co 3-7,9,14. Mas isso não constitui prova de que fosse essa' a intenção de Deus. O nosso Evangelho também é para al9uns "o cheiro de morte para morte" bem como "aroma de vida Para vida". "O deus deste sé­culo cegou os entendimentos dos incrédulos" de alguns em nossos dias também. II Co 2.16; 4.4. Apesar da puri­ficação do Seu salgue, o poder de Sua vida, e os muitos mandamentos que encontramos no Novo Testamento, muitos nesta época da gr3Ça também caíram no erro dos gaiatas (Gl 3.1-3), como também o formalismo (II Tm 3.5). Os "filhos de Abraão"/ Pe'a fé» encontraram na lei o caminho da vida e um deleite Para suas a'mas, porque temeram ao Senhor em seus coraÇÕes e sabiam como andar em retidão perante ele. Àqueles °iue deixaram de perceber o pensa­mento de Deus e fizeram da Aliança Mosaica apenas umas tantas leis duma religião legalista e de auto-justiça, Deus disse, "Estou farto dos holocaustos de carneiros... o incenso é para mim abominação, e também as luas novas, os sá­bados, e a convocaÇão das congregações..." Is 1.11-15; SI 40.6; Os 6.6; Mt 23.23.

8. Os Propósito* da Lei. Rm 7.9,10; Mt 12.1-8.

a. Ela proibiu o pecado. "Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi ac'ic'onada Por causa das transgressões". Gl 3.19. A aliança da promessa havia sido dada a Abraão para que pela circ^ncisão a sua semente herdaria as pro­messas. Mas as transgressões abundavam tanto entre a sua descendência, °.ue a lei foi "adicionada" à Aliança com Abraão a firí1 <*e eliminar tais transgressões. A Aliança Mosaica portanto fortaleceu a Aliança com Abraão por proibir o pecacP-

b. Ela exp5s ° pecado. Por proibir o pecado a lei expôs o pecado. "••• Pe'a 'ei vem ° pleno conhecimento do pecado". Rm 3.20- O pecado estava no mundo antes da lei (Rm 5.13), mas "onde não há lei, também não há trans­gressão". Rm 4.16- Paulo ainda diz, "... mas sobrevindo


o preceito, reviveu o pecado, e eu morri." Rm 7.9. A lei foi dada para que "o pecado... pelo mandamento se mostrasse sobremaneira maligno". Rm 7.14. Assim todos os homens poderiam compreender a sua necessidade de en­contrar um Salvador. Gl 3.22.

c. Ela encerrou os homens para Cristo. A lei serviu de "condutor" dos homens levando-os a Cristo. Neste processo qualquer infração da lei de Deus traria punição. Paulo emprega a figura de pedagogo que levava os meninos à escola onde os entregava ao mestre para receberem a devida instrução. Neste caso Cristo é o Mestre que justifica os homens pela fé. Dele recebem a justiça de Deus. ^ Assim como a submissão do menino ao pedagogo era para um determinado tempo só, assim a sub­missão à lei era só até ao tempo quando Cristo aparecesse. Gl 3.23-25.

9. A Missão da Lei Terminada. Sendo que a Lei não passava dum assistente à Aliança com Abraão e um meio de defender Israel e conduzi-lo a Cristo, quando Ele viesse e Se revelasse a Israel então não haveria mais necessidade da lei. "Foi adicionada por eausa das transgressões, até que viesse o Descendente a quem se fez a promessa". Gl 3.19. "Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos su­bordinados ao aio (o pedagogo, a lei)" Gl 3.25. A lei cum­priu a sua missão em trazer os homens a Cristo, ficando então obsoleta e sem força para agir, como se vê nas seguintes passagens: II Co 3.7,11,13; Rm 6.14; 7.4,6; 10.4; Gl 3.13,19,25; 5.18; Hb 7.18; 8.13; 9.10; 10.9; Ef 2.15; Cl 2.14-17; Mt 5.17,18; Lc 16.16.

10. O Destino da Lei com a Vinda de Cristo.

a. Os mandamentos, com a exceção do quarto, fo­ram repetidos na Nova Aliança do Evangelho, da seguinte maneira: 19 Mt 4.10; 29 I Jo 5.21; 39 Mt 5.34-37; o quarto não consta; Cl 2.16,17; Rm 14.5; 59 Ef 6.1; 69 Gl 5.21; T- Gl 5.19; 89 Ef 4.28; 99 Ef 4.25; 109 Ef 5.3.
b. As Instruções religiosas cumpriram-se em Cristo e Sua Igreja. Mt 5.17,18* Jo 1.29;tl Co 5.7;,Hb 9. 11-14,23,24.

c. A maior parte dos Estatutos, a Lei Civil, que regulavam a vida nacional e social do povo, foi dispensada quando a nação judaica foi dispersa, pois perderam a sua vida nacional.

11. A Atitude de Israel Para com a Lei. Quando Moisés falou as palavras desta Aliança aos filhos de Israel, "todo o povo respondeu a uma voz, e disse: Tudo o que falou o Senhor, faremos". Êx 24.3. Em três diferentes ocasiões solenemente assumiram as obrigações da Aliança (Êx 19.8; 24.3,7) e em seguida o sangue foi aspergido sobre eles como selo do empreendimento.

Contudo, Moisés mal havia voltado ao monte para re­ceber outras instruções, quando o povo abandonou a Deus e Sua Aliança e fez para si outros deuses. O fracasso foi tão grande da parte do homem, que Deus ameaçou revogar a Aliança em sua totalidade e destruir inteiramente a nação. Mas Moisés invocou a Aliança com Abraão (e aparentemente invocou a base redentora da Aliança Mosaica também) e Deus atendeu à sua intercessão em favor de Israel. Êx 32.11-14,30-33.

Vez por outra Israel falhou em guardar os Mandamentos do Senhor, seus Estatutos e Instruções, mas, apesar de puni-los muitas vezes por seus pecados, Ele jamais reti­rou a Sua oferta de fazê-los a sua propriedade peculiar, o reino de sacerdotes e nação santa. A história de Israel, quer no deserto, quer na terra prometida, sob os reis ou os ministérios dos profetas, no cativeiro ou na restauração, é uma longa história de falha e fracasso, que culminou no pecado maior de todos, o de crucificar o Herdeiro, o pro­metido Messias.

Ós Pecados de Israel - no deserto - 1) adorar o bezerro, Êx 32. 2) cobiçar carne. Nm 11; 3) recusar entrar em

Canaã. Nm 14; 4) Moisés bateu na rocha. Nm 20.7-12; 27.14. Devia ter simplesmente falado.

Os Pecados de Israel - na terra da Pr omissão: (De­pois de terem renovado a promessa de fidelidade, pouco antes da morte de Josué. Js 24.14-26). O inteiro livro de Juizes é o relato de falhas e fracassos, apesar das repetidas libertações dcrs povos vizinhos por parte de Jeová. 1) Idolatria. Jz 2.1-5,10,11; 2) Pediram um rei.

I Sm 8.3-8; 3) Não destruíram os amalequitas. I Sm 15. 17-35; 4) O adultério e homicídio de Davi. II Sm 11.13-18; 5) Idolatria de Salomão. I Rs 11.1-13. 6) A Idolatria de Jeroboão. I Rs 12.25-33; 17.7-23; 7) A impiedade de Reoboão. I Rs 14.21-24; Atalia. II Rs 11.1-3; Acaz. II Rs 16.1-24; Manasses (o mais ímpio), II Rs 21.1-18; Zedequias (em cujo tempo Judá foi levado ao cativeiro na Babilônia).

II Rs 25.1-26.

Os Pecados de Israel no Cativeiro. Naturalmente, jul­garíamos que os exilados judeus na Babilônia tivessem aprendido essas lições que Deus lhes ensinava. O minis­tério do profeta Ezequiel durante esse cativeiro, foi para com um povo de rebeldes, de duro semblante e obstinados de coração, homens que levantaram os seus ídolos dentro do seu coração. Ez 2.3,4; 14.3.

Os Pecados de Israel na Restauração. Israel aprendeu apenas parcialmente a lição do cativeiro, pois o resto que voltou para a Palestina logo se afastou do Senhor e tra­tou casamentos com os ímpios cananeus que haviam per­manecido na terra. Ed 9.1,2. A segunda leva de exilados que voltou nos dias de Neemias jurou obedecer à lei (Ne 9.1; 10.29) mas não demorou muito e esses também começaram a violar o Sábado e a tratar casamentos com os demais habitantes da terra. Ne 13.15-30. Malaquias foi o último dos profetas que Deus lhes enviou. Sua rígida mensagem denunciava a sua apostasia e a corrupção do sacerdócio. Ml 3.7-15. Ofereciam pão poluído e animais cegos, aleijados e doentes. Ml 1.7-14. A família sacerdotal corrompeu a aliança levítica e afastou-se do caminho do Senhor. Ml 2.7-15.

O Período de 400 Anos Entre Malaquias e Cristo. Jeová manteve silêncio durante esse período, até à vinda do Seu Filho. A Palestina nesse tempo ficou sob o domínio dos persas, sírios, e romanos. Durante o reinado de Antíoco Epifânio (175 a 164 a.C), rei da Síria, os judeus tiveram alguns verdadeiros heróis, como sejam os filhos de Ma-tatias, o sacerdote. Judas Macabeu era o mais proemi­nente desses sete filhos, sendo ele quem chefiou um le­vante santo da nação em sua Juta contra Antíoco e seus comparsas ímpios, que tiveram a intenção de conduzir toda a nação às abominações do culto, ao falso deus Baco, o deus do vinho. A maioria dos judeus, contudo, era apóstata e quando Cristo apareceu em Israel, Ele encontrou a nação sendo dirigida pelos escribas e fariseus os quais Jesus denunciou como sendo hipócritas, orgulhosos, auto--suficientes e injustos. O maior pecado da nação israelita foi o de crucificar o seu Messias e Rei, por causa da insistência desses líderes.

12. O Juízo de Deus sobre a Nação. Esse juízo divino sobreveio à nação judaica pela destruição de Jeru­salém pelos exércitos romanos sob o General Tito, no ano 70 a.D., ou seja quarenta anos depois da crucifiação de Jesus. A história registrou a morte de mais de 1 milhão de judeus nessa ocasião e que a nação ficou espalhada entre as nações do mundo, em cumprimento dos avisos dados por Moisés. Dt 28.25.

13. A Aliança com Davi. II Sm 7.16; SI 89.28,34-37. Após os primeiros 450 anos de fidelidade da parte de Deus e de infidelidade da parte do homem, Israel acrescentou mais um pecado à longa lista de transgressões contra a lei de Deus. Israel se enfadou de sua relação de ser sa­cerdote em favor das demais nações e queria ser igual às outras. Não quiseram mais Jeová como Rei sobre eles, mas queriam um rei como as outras nações. Mesmo assim, a paciência e a graça de Deus não se esgotaram e Deus concedeu-lhes o seu pedido, reservando para Si apenas o direito de escolher esse rei. O primeiro rei que escolheu foi aquele que a nação teria escolhido, um homem de boa aparência, alto, que ficava de cabeça e ombros acima dos demais. O mal que Saul praticou e o desapon­tamento que ele causou a Israel, serviram para preparar o caminho para a coroação da escolha de Deus, Davi, filho de Jessé.

Com esse jovem Deus fe^ aliança, porque era homem "segundo o coração de Deus", prometendo-lhe que: 1) de . sua semente viria o PROMETIDO; e 2) o Messias sentar--se-ia no trono de Davi eternamente. Dessa maneira, a promessa messiânica feita pela primeira vez em Gn 3.15, e plepois a Abraão, Isaque, Jacó e Judáf agora se concen­trou na casa real de Davi. V

14. Deuteronômio. O livro de Deuteronômio é uma repetição das provisões da Aliança Mosaica, como o nome indica, (segunda lei) escrito em benefício do povo que estava para entrar em Canaã. Os capítulos 29 e 30 são considerados por certos eruditos como um novo pacto com Israel, ou seja a Aliança Palestínica.

15. A Dispensação da Lei é Exclusivamente Judaica. A dispensação da lei é exclusivamente a dispensação do povo de Israel. Êx 19.3; 20.2. As provisões dessa aliança com seus mandamentos e promessas concernem somente a Is­rael. A instituição do Sábado era uma instituição exclu­sivamente judaica, a qual foi dada como "sinal" entre Jeová e Israel (Êx 31.13-17), tal qual o arco-íris era o sinal da Aliança com Noé e a circuncisãoo sinal da Aliança com Abraão.

O propósito de Deus para com esse povo foi o seguinte: a. Dos judeus viria o Rei, o Messias, cujo ministério de redimir a humanidade é amplamente prefigurado no Ta-bernáculo, e nos sacrifícios. Os detalhes do Seu minis­tério e reinado foram apresentados nas profecias de Moisés, Davi, Isaías, e todos os profetas. b. A nação de Israel serviria diante de Jeová como "sacerdotes", inter­cedendo como mediadores a favor dum mundo ímpio . cx 19.6. Nesse ministério Israel foi um grande fracasso. Em vez de desejar a salvação das nações, desejava a destrui­ção das mesmas, como foi o caso de Jonas que Deus enviou a Nínive. c. Através de sacrifícios e oferendas, Israel foi preparado a receber e presenciar em seu meio a glória de Deus. Nesse sentido foi o mais favorecido de todos os povos da terra, sendo o povo no meio do qual Deus se mani­festava. Êx 33.16. Foi através de Israel e no meio dele que todos os povos do mundo teria o conhecimento de Deus. d. O povo judeu recebeu, preservou e transmitiu as Es­crituras do Velho Testamento, as quais constituem uma grande luz para o mundo inteiro, e. Muitas vezes Israel foi o instrumento de juízo sobre as ímpias nações cananéias. f. Em razão de seus repetidos fracassos e cons­tante demonstração da misericórdia do Senhor, Israel serviria para demonstrar a todas as nações do mundo que Deus usa de grande misericórdia para com os homens, g. A incapacidade de Israel de guardar a lei, anão ser pelo poder de Deus, demonstraria perante todo o mundo que a verdadeira justiça não se consegue pelas obras da lei, como Israel em sucessivas gerações tentava conse­guir durante um período de 1500 anos, sem resultado. Rm 8.3,4. h. A experiência cotidiana desse povo, através da aplicação da lei, revelaria a eles e ao mundo todo, a natureza excessivamente má de toda transgressão contra a vontade de Deus. Rm 7.13; 3.20; Gl 3.24.

Esses propósitos de Deus para com o povo judaico durante a dispensação da lei cumpriram-se. É verdade que Israel em si fracassou em guardar a lei, e por isso Deus foi obrigado a afastá-lo de Sua presença. No entanto, quanto ao plano maior que Deus teve em mente, isto é, de prover a redenção para toda a raça humana, esse plano sim se concretizou. Portanto, a dispensação da lei alcançou
a utilidade prevista por Deus. A dispensação nos seus momentos finais viu o juízo divino descer sobre os judeus, mas ao mesmo tempo serviu para introduzir outra dispen­sação, a mais espiritual até então conhecida, a dispensação da graça.

QUESTIONÁRIO

LQual é a palavra chave da Dispensação israelita? ,2. Quanto tempo durou essa Dispensação? Quais os eventos que marcam seu início e seu encerramento? v 3. Mostrar como a Aliança Edênica era aliança de "obras*.

— 4.Quem realmente guardou os requisitos dessa aliança?

- 5.Qual era a obrigação do homem debaixo da Aliança Adâmica?

6. Qual a certeza que temos que Deus cumprirá a Sua parte da aliança? . 7. Em que época ocorrerá?

8. Quais as promessas de Deus segundo a Aliança com Noé? . 9. Nos dias de quem haverá a plena complementação do governo humano? 10.Qual a parte da Aliança com Abraão que ainda não fora cumprida

no começo da Dispensação israelita? 11. Qual foi o primeiro passo que Deus tomou ao cumprir a Aliança com Abraão nesse tempo? ■• 12. Com quem Deus tratou ao instituir a Aliança Mosaica? 13.Quais as duas qualidades de descendentes de Abraão?

14. Que relação existe entre a Aliança Mosaicae a Aliança com Abraão?

15. Mencionar quatro maneiras em que a Aliança Mosaica serviu essa relação.

16.Quais os três principais propósitos divinos da Aliança Mosaica?

D.............................. 2)............................ 3)........................

17. Como poderiam as nações gentílicas beneficiar-se das provisões,

e das alianças com Abraão e com Moisés? 18.Quem era o verdadeiro rei de Israel?

19. Qual seria a relação de Israel para com o resto do mundo? • 20. Que lugar ocuparia o sangue dos sacrifícios em tornar Israel em

"nação santa"?

21. Como figurava a saúde física de Israel nessa Aliança Mosaica?

22. Como se definem os três aspectos do lado humano da Aliança Mosai­ca? 1)..........................2)......................... 3).........................

23 Quais os três propósitos a que o Tabernáculo serviu? 1)..............:

'...........2)....................................3)..........................:..........

24. Os judeus foram salvos pelas obras da Lei?

25. A Lei era o caminho da vida ou era caminho para a vida?

26. Que significa o fato de ser derramado o sangue à inauguração da Aliança Mosaica?

. 27. Havia "misericórdia" e "fé" debaixo da Aliança Mosaica?

28. Mencionar as duas maneiras em que a Lei foi considerada pelo povo. 1)............................................. 2)........................................

29. Foi só no Velho Testamento que o povo perverteu a Lei? Isso acon­tece hoje também?

. 30. Mencionar três propósitos da Lei. 1).........................................

2)........................................... 3)...............'...........................

i31.Até quando serviu a Lei?

32. Citar cinco passagens que provam que a Lei terminou e ficou obsoleta.

33. Que aconteceu com os Dez Mandamentos quando Jesus chegou?

34. Que aconteceu com as "Instruções Religiosas"?

35. Que aconteceu com os "Estatutos", ou seja a lei civil?

36. Israel guardou a sua parte da Aliança Mosaica?

37. Que pecados cometeram no deserto?

■ 38. Que aliança Moisés invocou ao ver o povo ameaçado pela ira de Deus? .39. Mencionar alguns dos pecados cometidos por Israel na terra da

Promissão. •40. Durante o Cativeiro onde os israelitas levantaram seus ídolos? •41. Quais os pecados que Israel cometeu ao voltar do Cativeiro? v42. Quais as condições espirituais reinantes em Israel durante os 400

anos entre o Velho e o Novo Testamentos? •43. Quem era rei da Síria nos anos 175 a 164 a.C? -44. Qual judeu que mais lutou contra Antíoco?

• 45. Como Jesus avaliou o estado espiritual dos escribas e fariseus? 46. Qual foi o maior pecado de Israel?

•47. Que aconteceu em 70 ã.D.?

-48. Por que Deus escolheu Saul como rei de Israel? •49. Pela Aliança com Davi quais as duas coisas que Deus lhe prometeu? D.............................................. 2).......................................

50. Como essa aliança se relacionava com a promessa de Gn 3.15?

51. Que significa Deuteronômio e qual a sua utilidade?

52. Qual foi o "sinal" da Aliança Mosaica?

53 Qual foi o "sinal" da Aliança com Noé?

54' Qual foi o "sinal" da Aliança com Abraão?

55 Por quanto tempo durou a Aliança Mosaica?

56'Quais os eventos com que começou e terminou?

57 Mencionar oito propósitos de Deus para com Israel: 1)

' 2)............................ 3).........................4)............

5)...........................6).......................... 7)............

8)...........................

58" Realizaram-se esses propósitos?

59. Como terminou a Dispensação da Lei?

O século presente Dispensação Eclesiástica

• D. A Dispensação Eclesiástica.

1. A palavra chave é "Graça".

A Duração desta Dispensação vai dacrucificaçãode Cristo à Sua Segunda Vinda, período que já abrange quase 2.000 anos. Com a morte de Cristo, Deus consagrou um "novo e vivo caminho" de acesso à Sua Pessoa. Hb 10.20. Esse acesso ao "trono da graça" (Hb 4.16) e a abolição do ceminho cerimonial foram simbolizados pelo rasgar do véu do Templo no momento em que Jesus morreu. Mt 27.51. Com efeito, esta Dispensação foi inaugurada no Dia de Pentecoste quando o Espírito Santo foi derra­mado. A experiência pentecostal do poder do Espírito Santo torna real na vida dos crentes, aquilo que Jesus proveu pela Sua morte na cruz. Atos cap. 2.

3. Introdução. Como já observamos, no período pós-diluviano, Deus havia separado um homem, Abraão, e sua família para com eles efetuar a Sua vontade entre os homens. Foi a Dispensação Patriarcal. Em seguida, Deus separou a descendência natural de Abraão, a nação de Israel, para ser o instrumento pelo qual abençoaria o mundo. Infelizmente, essa nação de tal modo desobedeceu a Deus que Ele foi obrigado a espalhá-los sobre a face da terra, terminando sua utilidade direta no plano de Deus de servir o mundo pós-diluviano. Contudo, a Semente -Cristo, havia chegado ao mundo e, através de Sua morte e ressurreição e glorificação, Deus cumprirá Suas promes­sas ao mundo.

4. Cristo, o Cumprimento das Profecias. Cristo cumpriu todas as profecias messiânicas do Velho Testa­mento. 1) Cristo foi a Semente da Mulher (Gn 3.15), de nascimento virginal, cuja obra foi esmagar a cabeça da serpente (Lc 10.18; Jo 12.31) e redimir o homem do poder de Satanás. Mt 20.28. Ao efetuar esse resgate, Cristo tam­bém foi ferido. Mt 27.26. 2) Cristo foi a Semente de Abra­ão (Gl 3.16) que veio ao mundo a libertar não somente Israel dos seus inimigos, como também a todo o mundo, a ser uma bênção para todas as nações. Is 66.19; Mq 4.2. Em Cristo todas as cláusulas da Aliança com Abraão refe­rentes aos territórios do Oriente Médio serão cumpridas. Ez 47,48. Será quando esse povo, grandemente arrepen­dido, tiver sido purificado (Zc 13.9; 12.10; 8.23), que Deus o fará uma grande bênção a todas as famílias da terra. 3) Cristo foi o "Profeta semelhante a Moisés" (Atos 3. 22-26), que veio para falar-lhes a Palavra de Deus. Dt 18.15; Jo 12.49. Cristo foi "nascido sob a lei", Gl 4.4, e veio cumprir a lei. Mt 5.17,18. Os tipos e simbolos do Tabernáculo, e dos estatutos da Aliança Mosaica foram todos consubstanciados em Cristo. Cl 2.16,17; Hb 10.1. Muitas outras profecias e ocorrências encontradas no Pen-tateuco, nos Salmos e nos Profetas têm seu exato cumpri­mento em Cristo. Lc 24.27-44. 4) Cristo veio como "Filho de Davi". Na Sua primeira vinda ao mundo, Cristo não veio para imediatamente restabelecer a dinastia de Davi, pois logo em seguida Israel suportaria intensa disciplina - a Dispersão entre as nações. O "Filho de Davi", quando terminada a obra da redenção, retirou-Se à presença do Seu Pai, onde está sentado no trono (Ap 3.21), aguardando o momento para retornar à terra a fim de sentar-se sobre o "trono de Sua glória", durante o reino mundial de 1.000 anos. Mt 25.31.

5. A Nova Aliança. Tal qual Moisés foi mediador da Aliança Mosaica, assim Cristo é o Mediador da Nova Aliança. Hb 8.6; 9.15; 12.24. Com a vinda de Cristo, a Velha Aliança, a Mosaica, terminou, como Paulo afirma em Rm 10.4; Gl 3.19. Seria o caso de esperar que Ele então apresentasse a Nova, o que de fato aconteceu quando celebrou a Ceia com Seus discípulos, Lc 22.20; I Co 11.25. Ele disse: "Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue derramado em favor de vós". Lc 22.20; Mc 14.24; Mt 26.28.

Uma aliança é um pacto ou concerto. A Nova Aliança inclui a presença de "testamento" ou "legado", que se torna válido à morte do Testador, que é Cristo. Gl 3.15. "Porque onde há testamento é necessário que intervenha a morte do testador; pois um testemunho só é confirmado no caso de mortos; visto que de maneira nenhuma tem força de lei enquanto vive o testador." Hb 9.16,17. Esse período jurídico referia-se também à Velha Aliança Mo­saica, pois essa também foi introduzida, dedicada e san­cionada pelo derramamento de sangue. Hb 9.18-20. O derramamento de sangue significava a morte do testador e concedeu a natureza de "dádiva" ou "graça" à aliança. É o que significa a presença dum "testemunho" ou "legado". A Aliança Mosaica era transitória e de qualidade "assis-tencial", não definitiva; como se pode entender pelo fato de serem animais que foram sacrificados como tipos do Cordeiro de Deus que posteriormente daria a Sua vida. Quando Jesus então anunciou que o Seu sangue seria o san­gue da Nova Aliança, entendemos que Ele Mesmo era o Testador (o Doador) da Nova Aliança e do Novo Testamento. Hb 9.25,26; 10.29; 13.20. A Nova Aliança é portanto um "legado" da graça divina e ela entrou em vigor à morte de Cristo. I Pe 1.4. Essa é a Aliança que foi prometida em Jr 31.31-34.

As superiores Promessas da Nova Aliança são rela­tadas em Hb 8.6-13. 1) Haveria remissão dos pecados, como Jesus disse: "... isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remis­são de pecados". Mt 26.28. Lembra-nos que uma das pro­visões desta Aliança seria o perdão dos pecados. Ez 36.25; Hb 8.12. 2) Haveria um novo coração. Hb 8.10. "Dar-vos--ei coração novo, e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne." Ez 36.26. Jesus disse ao povo: "... o pão que eu darei pela vida do mundo, é a minha carne". Jo 6.51. "Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a svida eterna..." Jo 6.54. São expressões que indicam que foi pela Sua morte que Jesus nos deu a vida eterna. Tam­bém nos prometeu a Sua paz e Seu gozo. Jo 14.27; 15.11. Ele afirmou ainda: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele morada". Jo 14.23. Em Sua oração sacerdotal Jesus também disse: "... eu neles e Tu em mim", Jo 17.23. São expressões que cumprem a promessa dum "novo coração", que será obra de Jesus e do Pai, pelo poder do Espírito Santo. 3) Haveria também a concessão do Seu Espírito. Em Ez 36.27 foi prometido: "Porei dentro em vós o meu Espírito..." Jesus, na qual idade de Mediador da Nova Alian­ça, explicou: "E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco", o Espírito da verdade... o Espírito Santo". Jo 14.16,17,26. Ele também prometeu: "Eis que envio sobre vós a promes­sa de meu Pai..." (Lc 24.49), promessa que se referia ao batismo no Espírito Santo como foi recebido no dia de Pentecoste. At 2.1-4. 4) Haveria Cura Divina para os males físicos. Tal qual a Velha Aliança (Cap. VI), assim a nova prometeu: "Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da Igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados." Tg 5.14,15.

A Responsabilidade do Homem para com a Nova Alian­ça, à semelhança da Aliança Adâmica é, que ele creia em Jesus e expresse a sua fé, confessando publicamente o nome de Jesus. Mc 16.16; Jo 6.47; Mt 10.32; Rm 10.9,10; Jo 14.15; Tg 2.17.

Uma Nova Característica desta Aliança é a sua uni­versalidade, fato que Jesus claramente declarou. Suas provisões e promessas seriam em benefício de todas as nações e de toda criatura. Lc 24.47; Mc 16.15; Mt 28.19,20.

Em suma, podemos dizer que Cristo é o Mediador, o Testador (Doador) e o Legado da Nova Aliança, sendo o Seu sangue que a inaugurou. Suas provisões são destina­das a todos os homens, tendo por condição única, a fé em Jesus Cristo.

6. A Relação da Nova Aliança Com as Prévias. Em certo sentido a Nova Aliança pode ser considerada como aliança "renovada" (I Jo 2.7,8), sendo que a finalidade de todas as alianças sempre foi a de servir de bênção para a humanidade. Ela é chamada de "aliança eterna" (Is 61.8; Jr 32.40; Ez 16.60), pois sem dúvida as suas provisões já estavam no coração de Deus quando antes da fundação do mundo o Cordeiro de Deus foi morto. A Nova Aliança cumpre a Aliança Adâmica, acrescidos vários detalhes maravilho­sos. A Aliança com Abraão também encontra a sua expla­nação, expansão e um quase completo cumprimento na Nova Aliança. Gl 3.6-9,14. As maravilhosas promessas feitas a Israel soba Aliança Mosaica tornaram-se agora extensivas aos crentes de todas as nações. Ap 14.9.

7. O Propósito Divino Nesta Dispensação. Na Dispensação Israelita, era a intenção de Deus habitar entre o Seu povo e prover-lhes purificação (SI 32.1,2; Is 1.18), ser a vida e santidade deles (SI 27.1; 71.16), e por meio deles ser uma bênção a toda a terra. SI 67. Mas em razão do pecado de Israel e seu fracasso, Deus foi obrigado a afas­tar-se deles (Ez 10.4; 11.23) e deixar-lhes a casa vazia. Mt 23.38; 12.43-45. Na Dispensação Eclesiástica Deus pretende fazer a mesma oferta a cada indivíduo em todas as nações do mundo. Mc 16.15; Jo 17.20,21; Ap 3.20. Assim se vê que agora Deus concede a Sua própria vida e natu­reza (II Co 5.17-20; 13.5), e o batismo no Espírito Santo. At 2.4,38,39. Essas verdades devem ser pregadas em todo o mundo pelos convertidos a Cristo (Mt 28.20; II Tm 2.2) para que toda criatura tome conhecimento da faustosa oportunidade de receber a plena salvação. "A grande van­tagem da Dispensação do Evangelho é esta, que agora ficaram liberadas para todo o mundo, as riquezas da graça que previamente estavam sob a custódia dos judeus que não as administraram bem." - Stevens.

Sob a Dispensação da Lei, Israel constituiu "a congre­gação no deserto" (At 7.38), mas sob a Dispensação da Graça, todos os indivíduos de todas as nações que aceitam a Cristo, Seu sangue, e Seu Espírito, constituem a "igreja dos primogênitos" (Hb 12.23). Trata-se da igreja redi­mida pelo sangue de Cristo, o grande povo salvo. Gl 3.28; I Co 12.12,13; Cl 3.11; Jo 17.20-23. Israel antigo partici­pou do mesmo manjar espiritual e bebeu da mesma fonte espiritual. I Co 10.3,4. A igreja também participa do corpo e do sangue de Cristo (Jo 6.53; II Pe 1.4), tornando--se membro desse mesmo corpo. Rm 10.12; Ef 2.14-18; 1.22,23. O propósito de Deus, então, nesta Dispensação Eclesiástica, é formar um povo todo Seu, coeso e forte que O glorificará por toda a eternidade.

O Meio que Deus usa para conseguir esse objetivo supra é a pregação do Evangelho da graça. Mc 16.15; I Co 1.21; Rm 1.16.

O propósito de Deus nesta Dispensação não é o da con­versão total do mundo, mas sim "chamar para fora" do mundo (no grego "ek-klesia" - o vocábulo do qual deriva a palavra "igreja"), um povo para o nome de Jesus. At 15.14-17; Mc 16.15,16; I Co 1.21. Muitos não crerão e nem buscarão a Deus, mesmo durante o tempo das pragas que assolarão a terra durante a Grande Tribulação. Ap 9.20,21.

8. O Resultado da Dispensação Eclesiástica. As Parábolas de Mateus cap. 73 revelam claramente que nem todo o mundo será convertido pela pregação do Evangelho, mas sim que todo o curso e o fim desta dispensação caracterizar-se-á por uma mistura do bem e do mal.

Pela Parábola do Semeador (13.3-8,18-23) Jesus preco­nizou que somente uma quarta parte da semente (Palavra) produz colheita. A expressão "palavra do reino" (v.19) refere-se a toda a Palavra de Deus, como proclamada por Cristo, pela igreja, verbalmente, pela imprensa e mesmo pelo exemplo do povo de Deus. Na primeira si­tuação a Palavra não foi compreendida e Satanás facil­mente conseguiu arrebatar a semente antes que germi­nasse. Vers. 19. Na segunda situação a Palavra-semente germinou, mas sendo que faltou profundeza de terra, foi arrancada pelos ventos de perseguição ou queimada pelo sol da tribulação. Vers. 20,21. No terceiro caso os espi­nhos, entre os quais a semente foi lançada, representam "os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas" que suficam. a palavra. Vers. 22. Paulo pesarosamente relata o caso de Demas que amou o presente século e abandonou a obra. II Tm 4.10. Na quarta situação a boa terra repre­senta o coração compreensivo e aberto que produz abun­dante colheita espiritual. Vers. 23.

A Parábola do Joio ensina-nos a mesma lição: que a pregação do Evangelho não fará converter todo o mundo. Mesmo no campo mais frutífero, Setanás semeia o joio que nasce e cresce junto com o trigo até o tempo da ceifa. Mt 13.24-30; 36-43. A semente nesta parábola já é diferente da semente da parábola do semeador, sendo que ela representa "os filhos do maligno". Vers. 37,38. Satanás introduz a sua semente de evangelhos falsos no meio dos homens, produzindo um cristianismo espúrio. Vers. 38. A colheita é a consumação do século (presente), quando Deus tomará as providências necessárias, por Seus agentes, os anjos, que recolherão o cereal verdadeiro para os celeiros divinos e ajuntarão o joio para o queimar, "na consumação do século" (Grego-aioon). Vers. 39-42.

A Parábola do Grão de Mostarda (Mt 13.31,32), ao con­trário da interpretação popular, que ela represente o crescimento da igreja, começando como uma coisa insig­nificante e finalmente enchendo a terra, abrigando nações (as aves do céu) em seus ramos, ensina a corrupção geral no fim dos tempos. Chamamos a atenção ao fato de que esçe crescimento é anormal e sem substância, pois a mos­tarda não passa duma erva pequena do campo. Ela não poderá transformar-se em árvore. A parábola realmente ensina que o cristianismo, começando pequeno, •em vez de procurar um desenvolvimento normal e sadio, de sepa­ração do mundo, tornou-se uma grande instituição, até política em caráter, como se vê na Igreja Católica Ro­mana, essa organização em cujo meio existem muitas "aves" - gente não convertida, e mesmo poderes de de­mônios (Ap 18.2). As aves nesta parábola não significam nada bom quando na parábola do semeador (vers. 4 e 19), na mesma série de ensinos, representam as artimanhas de Satanás. Concluímos então afirmando que grande parte do cristianismo, em vez de desenvolver uma vida normal espiritual, de pobre de espírito e separado para Deus, tornou-se uma instituição mundana, com feição política que jamais tentou esconder.

A Parábola do Fermento, segundo a interpretação po­pular, ensinaria que o fermento é o evangelho que a mulher, a Igreja, introduziu no mundo (as três medidas de farinha). Esse fermento, dizem eles, operando secretamente, espa­lha-se por toda a massa e no fim produzirá a conversão integral de todo o mundo. * Não concordamos com essa teoria, porque a história da Igreja até aqui não a confirma. Em nenhum pronunciamento ou profecia Jesus prometeu tal coisa, e nem tão pouco os apóstolos. É altamente perigoso criar uma doutrina com base só em parábola. O bom senso ensina buscar a interpretação de parábolas em claras e indiscutíveis doutrinas dos Evangelhos e das Epístolas, e também observar o curso da história.

A parábola realmente representa a introdução do ele­mento falso na igreja. A mulher é a igreja falsa que coloca a doutrina falsa no meio do ensino de Cristo, representado pelas três medidas de farinha, ou seja a oferta de cereais do Velho Testamento, que é claramente uma figura de Cristo, o "Pão da vida", e Seus ensinos. Jo 6.35,63. "Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus". Mt 4.4. "As palavras que Eu vos tenho dito são Espírito e são vida". Jo 6.63. A palavra ou dou­trina de Cristo fica adulterada pela introdução da doutrina errônea da parte da falsa igreja. O uso da palavra "fer­mento" no Velho Testamento é prova dessa asserção, pois o fermento era proibido na festa da Páscoa e em todas as ofertas cerimoniais, com exceção de alguma oferta que claramente tipifica a má natureza do pecado. Êx 12.8; Lv 7.18; Lc 23.6-14,15-17; Am 4.4,5. Nunca se usou fer­mento em qualquer oferta de cheiro suave. O uso da pala­vra "fermento" no Novo Testamento confirma ainda mais essa opinião. Em I Co 5.6-8 Paulo fez o fermento símbolo da malícia e da maldade, em contraste com os pães asmos da sinceridade e da verdade. Jesus avisou Seus discípulos contra três formas de doutrina errada: 1) Dos Fariseus (Mt 23.14,15,23-28), que representam a religião formal, hipócrita, que tem a "forma de piedade, negando-lhe, en­tretanto, o poder". II Tm 3.5. 2) Dos Saduceus (Mt 22. 23-29), que eram os "modernistas" do tempo de Jesus, que negavam toda operação sobrenatural, a existência de anjos, e milagres de qualquer espécie. 3) Dos Herodianos (Mt 22.16-21; Mc 3.6), que eram judeus que se submetiam ao jugo romano e que evidentemente haviam perdido qualquer esperança messiânica. Não passavam dum partido polí­tico. Seriam os precursores das atividades políticas que hoje se vê no cristianismo que ostenta tantas reformas por meio de legislação, educação e união com o mundo de modo geral. Especialmente o Concilio Mundial de Igrejas, cuja influência se faz sentir em todo o mundo, até mesmo junto aos governos dos países, está envolvido corn esse tipo de atividade.

Em conclusão sobre o ensino dessas quatro parábolas citamos o Dr. G. Campbell Morgan: "Evidentemente, estas quatro parábolas não retratam uma época em que o bem ganha a ascendência até a perfeição se concretizar; mas é uma época caracterizada por conflitos em que se julgava que o mal triunfaria e não o bem. Na parábola do semea­dor se vê a obra do Rei, espalhando a boa semente a fim de conseguir os resultados do reino de Deus. A obra do inimigo é manifesta por suas tentativas de impedir tais resultados por prejudicar a semente através da terra em que foi semeada. Na parábola das duas sementes (joio) é revelada a obra do Rei como também do inimigo que semeou o joio no mesmo campo. Na parábola da mostarda, a qual, contrário às leis da natureza, produz uma grande árvore, notamos um cresimento anormal, um aborto, algo não cogitado, e que por conseguinte falta todos os elemen­tos de firmeza e resistência. No fermento... temos a forma mais simples de corrupção".

O século presente

G. A Grande Tributação

1. O Fato da Tributação. (O estudante deve localizar a Grande Tribulaçào no Mapa das Dispensações).

Em Seu discurso no Monte das Oliveiras, respondendo às interrogações dos discípulos, Jesus mencionou a vinda dum período de tributação sem paralelo em toda a história do povo de Deus. Mt 24.21,22. Não devemos confundir essa profecia com os sofrimentos dos habitantes de Jerusalém por ocasião da queda dessa cidade no ano 70, provocada pelos exércitos romanos sob o general Tito. Há várias coisas que não aconteceram em 70 que deverão acontecer em algum tempo futuro, por exemplo a vinda de Cristo logo depois dessa tribulaçào. Mt 24.30.

O profeta Jeremias teve uma visão profética concernente a Israel em que viu como essa nação ficou liberta do jugo das nações gentilicas, sendo restaurada ao favor divino. Mas antes que isso acontecesse, ele viu que Israel passou por um tempo de "tribulaçào" sem igual. Jeremias o chamou do "tempo da angústia para Jacó". Jr 30.4-9.

O profeta Ezequiel teve a mesma revelação, vendo Israel trazido de novo para a sua terra, procedente das nações gentílicas para onde fora espalhado. Israel, segundo esta visão, será purificado, sendo os rebeldes contra o Senhor separados do seu meio, "passando debaixo do ca­jado" do Senhor, como um pastor de ovelhas separa o seu rebalho. Ez 20.33-44. Em Ez 22.17-22 o mesmo processo de purificação é repetido sob a figura do fogo do refínador. Ml 3.1-3.

Daniel recebeu do Senhor uma revelação especifica so­bre este tempo de tribulação no fim deste "século" pre­sente em que temos um vislumbre da relação entre as regiões celestiais e as terrestres. As hostes celestiais, sob o comando de Miguel, o arcanjo, entrarão em choque com os inimigos de Israel, tanto os visíveis como os invi­síveis, conseguindo libertar os israelitas fiéis.

Em várias profecias do Velho Testamento encontramos a expressão "o dia do Senhor" (ou Jeová) que se refere ao juízo de Israel e das nações gentí li case ao tempo da Grande Tribulação de modo geral. Is 2.10-22; Jl 1.15; 2.1; 3.14; Am 5.18-20. Estas profecias às vezes referem-se a algo que ia acontecer em futuro imediato, no tempo do profeta mas, no entanto contexto revela que muitas vezes se re­ferem também a um juízo muito remoto e que precede por pouco o tempo da restauração de Israel. Sem dúvida a expressão "o dia do Senhor" refere-se à Tribulação. No Novo Testamento também encontramos semelhante expres­são, "o dia do Senhor". I Co 5.5; II Ts 2.2,3, e "o dia de Cristo" (I Co 1.8; II Co 1.14; Fl 1.6-10), expressões que se referem ao período de tempo entre o Rapto da Igreja e a Revelação de Jesus Cristo. Será nesse "dia" em que a Igreja receberá o seu galardão e será unida com Cristo nas Bodas do Cordeiro. Encontramos ainda no Novo Tes­tamento a expressão "o dia de Deus", a qual evidentemente se refere à renovação da terra por fogo e o início do per­feito estado eterno. II Pe 3.12.

2. A Duração da Tribulação. A duração desta período é calculada pelo estudo da passagem em Daniel 9.24-27. Foi revelado a Daniel na ocasião de sua fervorosa oração em favor do seu povo, Israel, que "Setenta Semanas" (ou seja "setes" de anos e não de dias, como o versículo 2 in­dica) foram determinadas (ou "marcadas") sobre o seu po­vo e a cidade santa, Jerusalém. Nesse período seriam realizados os seguintes seis importantes eventos: 1) "fa­zer cessar a transgressão" (vers. 24), isto é, por fim à rebelião secular de Israel contra Deus. Israel crucificou o Messias quando Ele chegou ao mundo, e conseqüentemen­te foi castigado. Sua incredulidade será transformada em fé à segunda vinda de Cristo, quando essa nação aceitar Je­sus como Messias. Toda a nação "nascerá de novo". Rm 11.25-29; Is 66.7-10; Ez 36.24-30. 2) "dar fim aos pecados" (vers. 24), isto é, por um ponto final aos muitos pecados e à rebelião de Israel, evento que se realizará depois da Tribulação. Ez 36.24-30; 37.24-27; 43.7; Zc 14.1-21. 3) "expiar a iniqüidade" (vers. 24), isto é, rea­lizar a expiação em favor desse povo espiritualmente per­verso. Isso aconteceu na cruz do Calvário em favor do mun­do todo, mas Israel, como nação, até hoje não se valeu dessa maravilhosa providência divina. Mas à vinda de Cristo, Israel se arrependerá dessa atitude. Zc 13.1-7; Rm 11.25-27. 4) "trazer a justiça eterna" (vers. 24), isto é, a justiça que Cristo proveu pela morte na cruz. Is 9.6,7; 12.1-6; Dn 7.13,14,18,27; Mt 25.31-46; Rm 11.25-27. 5) "selar a visão e a profecia" (vers. 24), isto é, chegar ao cumprimento das profecias concernentes a Israel e Jeru­salém. Todos conhecerão ao Senhor, desde o menor até ao maior deles. Jr 31.34; Is 11.9.

6) "ungir o Santo dos Santos" (vers. 24), isto é, a purificação do lugar santíssimo do templo dos judeus e a cidade de Jerusalém dos efeitos da "abominação da desolação" e demais sacrilégios pra­ticados pelos gentios durante a Tribulação. Incluirá tam­bém a consagração do templo milenial previsto em Ez 40-43; Zc 6.12,13.

Este período de "Setenta Semanas", ou seja setenta vezes sete anos, corresponde, portanto, a 490 anos sacros de 360 dias em cada ano. O período teria início com um decreto para reconstruir a cidade de Jerusalém. Tal decreto foi realmente expedido por Artaxerxes, rei da Pérsia, no "dia 4 de março do ano 445 antes de Cristo. Na profecia ficou revelado a Daniel que esse tempo de 490 anos seria dividido em três períodos da seguinte ma­neira: 1) Sete "setes", ou seja 49 anos sacros. Dn 9.25. Reinaram sobre a Pérsia os reis Ciro, Xerxes e Arta­xerxes. Foi este último rei que lavrou o decreto ao qual se refere a profecia, em 445 a.C, que é mentionado em Neemias 2.1-6.19. A profecia cumpriu-se com a restau­ração de Jerusalém notempo de Neemias, 49 anos depois, quando havia terminado o cativeiro babilônico. 2) Ses­senta e dois "setes", ou seja 434 anos sacros. Este pe­ríodo teve início logo após o primeiro período de 49 anos é continuou sem interrupção até ao tempo quando Jesus, o Messias foi morto. Dn 9.26. A palavra hebraica "karath", traduzida "tirado" (Almeida) refere-se à crucificação de Cristo, fato que se deu no dia 10 de Nisan, do ano 30 a.D. que corresponde ao dia 6 de abril do nosso calendário. Com esse acontecimento haviam decorrido exatamente as "Sessenta e nove Semanas", ou seja 483 anos sacros. Isso deixa ainda "uma semana" de anos, ou seja sete anos, a se cumprir depois da crucificação de Cristo. 3) Um "sete" de anos sacros, ou seja um período de 7 anos sacros que completará o período de 490 anos previsto na profecia de Dn 9.24-27. Com a morte de Cristo por cruci­ficação, que significou a recusa total do Messias por parte de Israel, Deus também suspendeu suas relações com esse povo. Israel ficou "quebrado" na sua incredulidade. Rm 11.17. Temos esperado por dezenove séculos para o início deste último período de 7 anos da profecia. Agora que Israel está novamente na posse de sua terra, parece imi­nente a realização desta "semana" que ainda está faltando. Estes sete anos serão o fim da Dispensação da Graça e durante este período haverá um pacto entre Israel e o Anti-cristo e todos os eventos previstos em Ap 6.1 a 19.21 terão então seu cumprimento. Esta "semana" terá seu início logo depois do Rapto da Igreja, à segunda vinda de Cristo. O período de intervalo que tem havido entre a 69a. e a 70a. "semana" tem sido o período da Igreja, du­rante o qual Israel é rejeitado. O plano de Deus foi este que as nações gentilicas tivessem a sua grande oportuni­dade de encontrar a salvação em Cristo, o Messias.

Agora, o que acontecerá durante a Grande Tributação, este período de sete anos? Vamos considerar Dn 12.1 e as profecias que a antecedem. No fim do capítulo 11, vers. 36 a 45, está prevista a chegada ao poder, nos últimos dias, de um imponente governante que é "o rei" (vers. 36). Esse personagem é o Anti-cristo (II Ts 2.3-10), que pro­ferirá blasfêmias e se exaltará muito num regime o mais autocrático possível.- Não respeitará as leis estabelecidas e nem as religiões, vers.37. Por meio de suas conquistas militares e sua riqueza (vers. 38,39), ele terá o domínio do Oriente Médio (Síria, Egito e Palestina) e se colocará como rei em Jerusalém, vers. 40-45. Certos judeus após­tatas (Dn 12.10) aliar-se-ão a ele, mas um remanescente permanecerá fiel a Deus. Em favor desse grupo Deus agi­rá por meio do anjo Miguel. Dn 12.1. Isso ocorrerá du­rante a segunda metade desse período de sete anos (Dn 12.7), que o profeta denominou "tempo, tempos e metade dum tempo", significando três anos e meio.

O apóstolo João em sua visão na ilha de Patmos (Ap 12) tomou conhecimento do mesmo período da grande Tribu-lação concernente a Israel. Na visão, Israel era repre­sentado simbolicamente como uma mulher vestida do sol, com a lua debaixo dos pés e com uma coroa de doze es­trelas na cabeça. Ela deu à luz um "filho varão", que por alguns é tido como sendo o grupo dos 144.000 israelitas. Ap 7.1-9; 12.5; 14.1-5. O mesmo arcanjo Miguel vem pro­teger Israel nos últimos dias (Ap 12.7), por ocasião da guerra nos céus. Nota-se que as passagens Ap 12.6,14 e Dn 12.7 são cronologicamente idênticas. Esta peleja espiritual tem por alvo vencer Satanás e preservar a "mulher", para que ela não seja destruída nesta derradeira investida do Diabo visando destruir o povo de Israel. Esse esforço da parte das nações, de inspiração satânica, para destruir os judeus, será para esse povo "o tempo da an­gústia de Jacó". Durante a Segunda Guerra Mundial o ditador alemão Hitler ordenou o massacre de 6 milhões de judeus. Foram asfixiados em câmaras de gás e seus corpos cremados. O autor destas linhas teve oportunidade de visitar um desses campos de concentração em Dachau, na Alemanha, onde centenas de milhares dessas pobres vítimas pereceram. Não duvidarmosem dizer que essa perseguição anti-semita de tão tremendas proporções cons­titue ao menos uma parte do cumprimento das profecias a respeito do povo de Israel.

Os Eventos que acontecerão durante a Tributação. No princípio deste período de sete anos o Anticristo fará uma aliança com o povo de Israel que na maioria será um povo apóstata. Dn 9.27. No meio da semana, ou seja de­pois de três anos e meio, ele quebrará a aliança cujas cláusulas certamente permitiriam o restabelecimento da antiga religião judaica e a reconstrução do Templono mes­mo lugar onde Salomão o construiu. Por enquanto o local é ocupado pela Mesquita de Ornar, um dos mais sagrados lugares da religião muçulmana. O Anti-cristo então er­guerá no Santo dos Santos desse Templo reconstruído o que Daniel e Jesus chamaram "a abominação da desola­ção". Dn 9.27; Mt 24.15. Isso bem pode ser uma imagem de si próprio, como os antigos imperadores romanos cos­tumavam fazer, a qual seria obrigatoriamente adorada por todos. Veja Ap 13.15. Assim, a segunda metade da sep-tuagésima "semana" de Daniel será a GRANDE TRIBULAÇÃO propriamente dita. Mt 24.15,21.

Em resumo, vemos então como a Grande Tributação concerne diretamente a Israel e constitue o juízo de Deus sobre essa nação em face de sua prolongada apostasia e negligência para com seu Rei, Jesus Cristo, o Messias. A Grande Tribulaçao será ao mesmo tempo um processo de refinamento para preparar alguns para receber Cristo e expurgar os rebeldes entre eles. A Tribulaçao também afetará o mundo todo, pois o problema do povo judeu é um problema mundial. O novo Estado de Israel foi reconhecido em 1948 pela Organização das Nações Unidas. As quatro guerras entre Israel e as nações árabes, em 1948, 1956, 1967 e 1973, têm sido causa de agitação e preocupação em todos os meios políticos em todo o mundo. Não deixam de ser sinais dos tempos da Tributação que estão chegando. A Guerra do "Yom Kippur" em outubro de 1973 teve re­percussões as mais intensas, provocando a crise mundial do petróleo, que também ameaça lançar toda a civilização moderna na maior depressão deste século. Já se nota as características dos dias descritos no livro do Apocalipse. Aparentemente, o início da Grande Tribulaçao será um tempo de grande prosperidade quando todos estarão pro­clamando "paz e segurança" (I Ts 5.3), por terem alcan­çado o estado muito desejao de "Utopia" sob o governo do "superhomem", o grande dirigente político universal que a Bíblia chama de Anti-cristo.

Na segunda parte da Grande Tribulaçao Deus derrama­rá seus juízos, cada vez mais severos (V. Ap 16) e a terra sofrerá grandes pragas como o Egito sofreu as pragas nos dias de Moisés. Esses juízos virão porque os homens serão mais depravados ainda do que os homens nos dias de Noé e Ló. Gn 6; Mt 24.37-39; Lc 17.22-37; II Tm 3.1-12. Os homens rejeitarão a verdade ao ponto de acreditar no "engano de injustiça" propagado pelo Anti-cristo, que resul­tará em sua condenação. II Ts 2.8-12; II Pe 3.1-9. Mesmo depois que se iniciaram esses juízos terríveis sobre os homens, esses desafiarão ao próprio Deus. Ap 9.20,21, 6.2-11; 17.1-18; 18.1-24. Não há palavras para descrever a rebelião e a iniqüidade praticadas pelos homens durante este período da derradeira luta entre Deus e Satanás pela posse da Terra. Ap 11.15; 12.7-12; 19.11-21; 20.1-3. No fim deste período, quando Jerusalém estiver cer­cada pelos exércitos nas nações aliadas sob o Anti-cristo (Zc 14.1-4; Jl 3.9-17), e quando Israel não dispuser de mais nenhum meio de resistência, e quando parecer que Israel desaparecerá como nação e sendo totalmente des­truído, nesse momento esse povo se arrependerá, invo­cando o nome do Senhor, pedindo-lhe socorro. Is 64; Zc 12.8-10. O Senhor se manifestará do céu, vindo como seu Libertador e vingando-se dos seus inimigos. Ele jul­gará as nações e implantará seu glorioso governo de 1.000 anos de paz sobre a terra. A capital desse governo será a própria cidade de Jerusalém. Mt 24.27-31; 25.31-46.

QUESTIONÁRIO

I.Qual a passagem da Escritura em que Jesus mencionou a Tribula-ção?

2. Provar que a destruição de Jerusalém em 70 a. D. não foi a Tri-bulação.

3. Mencionar três passagens do Velho Testamento que descrevem a Grande Tribulação final.

4. Qual a outra expressão muitas vezes encontrada no Velho Testa­mento que também se refere à Tribulação? Citar exemplo.

5. No Novo Testamento encontramos semelhante expressão, que tam­bém se refira à Tribulação? Dar referência.

6. Demonstrar por Dn 9.24-27 de que maneira a duração da Tribula­ção é calculada cronologicamente.

7. Quais são os seis eventos que aconteceriam até ao fim das "70 semanas"? Explicar o significado de cada evento.

8.Que significa "ungir o Santo dos Santos"?

9. Como se dividem as 70 Semanas? Quantos anos haverá em cada período?

10. Explicar o significado do intervalo entre a 69a. e a 70a. Semana.

11. Mencionar os eventos principais que acontecerão durante a Tri­bulação.

12.Que significa a expressão "tempo, tempos e metade dum tempo"?

13. A qual nação a Tribulação concerne diretamente?

14. Como é Israel representado simbolicamente em Ap cap. 12?

15. Mencionar certos acontecimentos nestes últimos anos, que demons­tram estar próximo o período da Tribulação.

16.Que significa "a abominação da desolação"?

17.0 início da Tribulação será marcado por prosperidade ou por crise financeira?

18. Qual será a situação do Anti-Cristo durante a Tribulação?

19. Descrever os juízos divinos sobre o mundo durante a segunda meta­de da Tribulação, isto é, os três anos e meio.

20. Descrever os eventos em relação a Jerusalém e Israel bem no fim da Grande Tribulação.



O século vindouro

A. A dispensação do governo divino (O Milênio)

A juntura destes "século" presente e o vindouro fornece um nítido exemplo de sobreposição dasdispensações, isto é que às vezes há um período transitório entre uma e outra. As suas fronteiras não são bem demarcadas. Assim vemos que certos prenúncios do Milênio apresentam-se pelo menos sete anos antes, servindo de introdução a este período. Uma boa parte da população da terra terá desaparecido durante os juízos divinos e terá havido muitas mudanças nas distinções entre as nações e bem assim os limites geográficos de suas terras. O próprio Cristo voltará lite­ralmente a esta terra onde Ele esteve durante 33 anos e pessoalmente reinará sobre a mesma por um espaço de 1.000 anos, e consigo trará a Sua igreja dos redimidos que voltará dos céus onde foi levada na hora do arrebata-mento e da primeira ressurreição. O plano de Deus para com o mundo é fazer "convergir nele (em Cristo) na dis­pensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da terra". Ef 1.10. Havendo efetuado a redenção dos homens pelo sangue derramado na cruz, Deus também tem por propósito "mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus". Ef 2.7. Podemos dizer que a cruz.é o ponto central de todo este glorioso plano e propósito divinos. Anteriormente, tudo que passou teve a cruz em prospecto e tudo que acontece posteriormente tem a cruz em retros­pecto. No Velho Testamento, sob a lei e suas sombras e tipos temos o reino de Deus em prospecto. Na dispensa-ção atual, a da graça, já vemos o reino de Deus sendo estabelecido em seu aspecto espiritual. É verdade que * Satanás ataca o reino de Deus, procurando corrompê-lo, como o vemos nas Parábolas de Mateus cap. 13, havendo certa mistura do bem e do mal. Convém esclarecer neste ponto que os termos "reino dos céus", em Mateus, e "reino de Deus", em Marcos e Lucas, sào idênticos quanto ao significado, e referem-se à presente dispensação do evan­gelho na qual o reino está sendo proclamado. Quem aceita a Cristo, entra no reino pelo novo nascimento. Contudo, Deus não está sendo glorificado na terra como devia ser e como ainda será. A Oração Dominical - "...Venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu" -ainda será cumprida futuramente. O reino de Deus se manifestará de modo glorioso sobre toda a face da terra. Este período será a Dispensação do governo divino, dos mil anos de paz.

O termo "milênio" significa mil anos. É usado seis vezes na passagem Ap 20.1-7. É o tempo durante o qual Satanás será amarrado e lançado no abismo enquanto Cristo reina em poder e glória sobre a terra. Na visão de Daniel, em que viu a grande imagem e as bestas (Dn 2 e 7), ele viu uma sucessão de quatro grandes reinos ou impérios mundiais, seguidos pelo "reino da pedra". Dn 2.45; 7.13,14. Este último reino é o reino de Cristo a ser estabelecido quando Ele for revelado, vindo do céu, vingando--se do Anticristo que será destruído (II Ts 2.8), juntamente o Falso Profeta, e ainda efetuando o julgamento das nações. Jl 3.9-17.

Quando Cristo voltar à terra (Ap 1.7; Zc 14.4), Ele trará consigo os santos, revestidos de corpos gloriosos, pessoas essas que morreram em Cristo desde o tempo de Abel para cá. I Ts 4.16,17; Jd 14,15. Esses estarão com Cristo na administração dos reinos e governos da terra. Ap 11.15. Os judeus perderão grande parte de sua popula­ção durante a Grande Tribulação. Zc 13.8,9; Cf Gn 45. Tendo Cristo como seu Messias e Cabeça, Israel tornar--se-á a nação líder do mundo, e não mais a "cauda". Dt 28.13,44; Is 60.10-15; Zc 8.20-23. Assim sendo, os habitantes da terra, durante o Milênio, consistirão de Cristo como o Rei supremo, os santos ressuscitados, os judeus que abraçaram a fé em Jesus, e as nações sim­patizantes.

1. A Forma de Governo. A terra será regida, não por monarquia, nem por democracia, nem por autocracia, mas sim por uma TEOCRACIA, isto é, o próprio Deus regerá o mundo na Pessoa do Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo. Lc 1.32,33; Dn 7.13,14. Certas passagens das Escrituras indicam que o rei Davi, de cuja linhagem veio Jesus, segundo a carne, tomará parte no governo de Israel já restaurado, servindo como príncipe ou co-regente. Os 3.5; Jr 30.9; Ez 37.24,25; Is 2.2-4. Cristo prometeu a Seus discípulos que se assentariam "em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel." Mt 19.28.

2. A Sede do Governo. A capital do mundo não será nem Washington, nem Londres, nem Tóquio e nem Paris, mas sim Jerusalém, a desprezada cidade tantas vezes pisada pelos exércitos invasores. Essa cidade será total­mente restaurada, vindo a realizar-se a visão do salmista que disse: "Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, na cidade do nosso Deus. Seu santo monte, belo e sobran-ceiro, é a alegria de toda a terra; o monte de Sião, para os lados do norte, a cidade do grande Rei. Nos palácios dela, Deus se faz conhecer como alto refúgio." SI 48.1-3; Cf. Is 2.2-4.

3. O Território de Israel. Há diferença de opinião quanto à extensão do território de Israel durante o Mi­lênio. Sabemos que a terra prometida a Abraão em Gn 15.18, jamais foi totalmente ocupada por essa nação, nem mesmo durante os prósperos reinados de Davi e Salomão. A concessão original estende-se do "Rio do Egito", que na opinião de certos eruditos seria o Rio Nilo e de outros, dum pequeno rio chamado El Arish, procedente da Penín­sula do Sinai, perto do Egito, até o Rio Eufrates. Se en­tendemos que toda a extensão do Rio Eufrates é incluída como fronteira, então a promessa incluiria toda a península arábica. As referências Dt 11.24 e Ez 47.18, que mencio­nam "o mar ocidental" (o Mediterrâneo) e "ornar oriental", provavelmente não se referem ao Mar Morto, mas sim ao Mar Índico. "O ermo exultará e florescerá como o nar­ciso". Is 35.1. Haverá grande aumento de população, tornando a nação forte. Is 60.22. Para cumprir essas pro­fecias, seria necessário um território bem maior do que Israel atualmente possue (1974), isto é, aquela faixa entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão e mais os altos de Golã e o deserto do Sinai, tomada na Guerra dos Seis Dias em 1967.

4. A Cidade Milenial. Ez 48.1-35. Nesta passagem temos a repartição do território de Israel entre as doze tribos em largas faixas, estendendo-se do oeste ao leste, a partir da tribo de Dã no norte, e terminando com Gade no sul. Colocada entre as tribos de Judá e Benjamim, haverá uma área conhecida como a "região santa", um território de sessenta milhas (cerca de 100 km) quadradas, no meio da qual estará a cidade de Jerusalém, inclusive as terras dos levitas e sacerdotes. O templo judaico mi­lenial, localizado no centro da terra dos sacerdotes, terá mais de uma milha quadrada de extensão. É notável que as tribos de Judá e Benjamim, que eram as mais leais a Davi no tempo da divisão do reino, agora achar-se-ão em lugar mais privilegiado quanto à proximidade da "região santa".

5. O Rio Milemal. Ez 47.1-12; Zc 14.1-8. Esta pas1 sagem de Ez 47.1-12 costuma ser interpretada de modo espiritual a significar o rioda salvação, aságuas do Espirito Santo, que começaram a fluir no dia de Pentecoste, em profundidade crescente, que veio a atingir com suas bênçãos toda a face da terra. Por muito bem que sirva como ilustra­ção, o rio que o profeta descreve é um rio literal que sai debaixo do altar do templo restaurado, fluindo na direção oriental, desaguando finalmente no Mar Morto. As águas salubres deste rio transformarão esse mar, atualmente muito salgado, em mar de água doce. Então haverá peixe nesse mar. Hoje não há. Nas suas margens haverá terre­nos frutíferos. O leito desse rio que fluirá na direção oriental (o que atualmente seria impossível), provavelmen­te será aberto por terremoto na ocasião em que Jesus des­cer sobre o Monte das Oliveiras (Zc 14.4). O sismo fará o monte dividir-se em duas partes, uma deslocando-se para o norte e a outra para o sul, permitindo o rio passar entre ambas. Quem conhece a topografia dessa região, como o autor destas linhas a conhece, diria que tais acontecimentos jamais poderiam realizar-se. Só podia ser por meio de milagre e com Deus nada disso é impossível. As profe­cias cumprir-se-ão!

6. O Templo Milenial e seu Serviço. Ez 40.1 a 44.31. O profeta Ezequiel teve uma visão extraordinária sobre a ordem das coisas durante o Milênio, tanto civil como reli­giosa. Essa visão prove uma descrição detalhada do pró­prio santuário do templo, o ritual realizado no mesmo, o ministério dos sacerdotes e levitas, e as instruções mi­nuciosas para sacerdote e povo quanto ao culto a Jeová. Em nossa opinião, esse templo será construído no início do Milênio, não concordando com a opinião de alguém que o mesmo seja o da visão do templo de Zorobabel recons­truído depois do cativeiro dos setenta anos, e nem tão pouco que seja o templo de Herodes, o Grande, os quais ja foram destruídos.

O Sacerdócio Arônico. Ez 44.13-31. Temos que ter em mente que a descrição dada nesta profecia não condiz estritamente com as coisas que conhecemos na pre­sente dispensação da igreja. Deus aqui está tratando com o povo de Israel, a nação que foi afastada temporaria­mente das bênçãos da aliança, e que será novamente rein­tegrada a essa posição. Cremos que é por isso que vemos na dispensação milenial os antigos sacrifícios restabele­cidos, sacrifícios esses que nós julgávamos passados para sempre. Escreve o pastor W.C. Stevens a respeito: "... es­tes sacrifícios podem ser considerados sob o ponto de vista retrospectivo; em ambos os casos seu valor consiste, em contemplá-los através da Pessoa de Jesus Cristo, dis­cernindo os vários aspectos do Seu sacrifício por nós. Jesus deu a entender, por exemplo, que depois do Seu re­torno, celebraria a ceia do Senhor, prometendo beber o novo vinho conosco no Seu reino. Semelhantemente, Jesus imprimirá uma nova significação a esses sacrifícios reno­vados, pelo fato dEle estar presente".

Não nos deve causar tanta estranheza que Israel, uma vez restaurada à sua terra, fato já concretizado, e gozando das bênçãos de Deus como nação, celebre novamente as festas da Páscoa e dos Tabernaculos. Ez 45.21; 45.52; Zc 14.16-19. Tais datas são para os judeus como o dia Sete de Setembro é para os brasileiros. A Páscoa continua­rá a ser uma lembrança da libertação do Egito e a Festa dos Tabernaculos, lembrança da preservação miraculosa durante a jornada no deserto. Contudo, haverá Certas diferenças. Em Levítico o ano findou com uma expectativa de expiação futura. Em Ezequiel o ano começa com um memorial (45.18) duma expiação perfeitamente realizada. Em lugar dos sacrifícios duplos de Levítico na ocasião da Páscoa e dos Tabernaculos, haverá durante o Milênio a celebração de Sete Ofertas, simbolizando uma expiação perfeitamente revelada. Em Levítico havia um sacrifício pela manhã e outro pela tarde. Agora haverá um só sacrifício (holocausto), simbolizando que não há mais a noite moral e espiritual sobre Israel. Está com eles o próprio "Sol da Justiça" - Jesus, o Messias! Na ordem milenial também se nota a ausência dum sumo-sacerdote, e isso em razão de Jesus, o supremo Sacerdote, estar pes­soalmente com Seu povo. Também não há menção da arca da aliança, na qual sempre esteve guardada, a lei de Moi­sés. A lei agora estará, não na arca, mas sim no próprio coração do povo. Jr 3.16-18; 31.33,34. Assimtambém o véu, os pães da proposição, e o candeeiro estão ausentes, pois esses memoriais do Messias ausente, perdem o sentido estando Eie presente. Pela mesma razão a Festa das Se­manas (o Pentecoste) desaparece pelo fato de se ter reali­zado a colheita geral, isto é, o rapto da Igreja.

7. As Condições Espirituais. As condições espirituais em evidência durante o Milênio contrastarão fortemente com as prevalecentes nos dias atuais. Então terá sua plena realização a profecia de Joel 2.28,29, havendo um derra­mamento do Espírito Santo sobre Israel, nessa época reno­vado, e sobre as demais nações. Zc 12.10; Ez 36.25-27. O contexto da passagem Jl 2.28,29, mostra que tais bênçãos seguir-se-ão aos juízos do "dia do Senhor", dos quais o remanescente fiel de Israel será libertado. O derrama­mento do Espírito no dia de Pentecoste e o atual movi­mento pentecostal são da mesma qualidade daquela de Jl 2.28,29, permitindo Pedro dizer, "... ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel", At 2.16. Contudo, nenhuma dessas efusões do Espírito representa o cum­primento total ou a plena medida vista em Joel 2.28-32. Esse cumprimento ainda aguarda o início do Milênio. O povo pentecostal costuma errar na exegese desta passa­gem, atribuindo ao movimento atual o pleno cumprimento da profecia. Repetimos que em qualidade ou natureza é igual, mas em grau não o é. Dias gloriosos ainda esperam a Israel e às nações!

O Conhecimento do Senhor será Universal durante o Milênio. Zc 8.22,23; Is 11.9; Jr 31.34. Tal qual hoje prevalece o mal e muitas nações jazem nas trevas da ido­latria, naquele tempo a justiça prevalecerá e todas as nações conhecerão o nome de Jeová. Ml 1.11.

A Glória "Shequinah" se Manifestará Continuamente sobre a Cidade de Jerusalém. Em sua visão, Ezequiel viu a glória de Deus afastando-se paulatinamente do templo e da cidade de Jerusalém, vindo a desaparecer de vez a leste do Monte das Oliveiras. Ez 9.3; 10.4; 10.18; 11.23. Esse fenômeno deu-se em razão das horríveis abomina-ções idolatras e pecaminosas dessa nação. Mas o profeta viu quando novamente a glória do Senhor começou a voltar do oriente, vindo a encher o templo. Ez 43.1-5. Esta gló­ria da presença do Senhor permanecerá continuamente sobre a Cidade Santa. Is 4.5,6.

Satanâs Será Amarrado durante o Milênio. Esse ini­migo, tanto de Deus como do homem, será algemado e lançado no "abismo", de maneira que ele ficará impossibi­litado de exercer o seu nefasto programa de engano entre os homens. Que vitória empolgante será! Os céus, como também a terra, serão purificados de todas as influências maléficas de Satanás e suas hostes. Ap 12.7-12; 20.1-3; Jó 15.15.

Haverá Paz Universal durante este período em estudo. Não serão mais esmagados debaixo dos enormes orça­mentos bélicos os habitantes da terra que durante séculos têm mantido essas forças armadas, com as quais amea­çam as demais nações. Is 2.4; Mq 4.3,4. A história uni­versal é a história de guerras cada vez mais devastadoras. Só neste Século XX passamos por duas guerras mundiais, além de muitas outras de conseqüências desastrosas para todos nós. As Nações Unidas, organização mundial, que têm por alvo promover a paz entre as nações, também não consegue seu objetivo. As freqüentes conferências de paz também não o conseguem, por muito nobres que sejam esses esforços. Sabemos que a paz mundial será concre­tizada somente com o estabelecimento do reino de Cristo, que na Bíblia é conhecido como "Príncipe da Paz". Os estadistas esquecem-se de que as guerras só serão afas­tadas quando a causa das guerras, a iniqüidade no coração humano, for erradicada.

8. As Condições Físicas e Prosperidade da Terra da Palestina. Essa terra era uma vez a "terra de trigo e cevada, de vides, figueiras e romeiras; terra de oli­veiras, de azeite e mel". Dt 8.8; 11.11. Mas a bênção do Senhor foi retirada por causa da desobediência do Seu povo, que resultou nas chuvas serem retidas) Durante séculos essa terra permanecia abandonada, sendo verdadeiramente arruinada. Mas agora, pelo restabelecimento de Israel a Palestina, e o emprego de métodos modernos e científicos de agricultura, a terra está novamente florescente. Com a canalização das águas do Jordão em direção sul até o deserto do Neguev, esse ermo agora está literalmente trans­formado em producentes fazendas de toda espécie. As chu­vas "têmporas" e "serôdias" já voltaram a regar aterra, como o autor destas linhas em recente viagem a Israel pôde constatar. Cremos que tudo isso que hoje acontece em Israel é prenuncio das ainda maiores bênçãos que se evidenciarão ali durante os mil anos de paz sob o regime de Jesus Cristo. Jl 3.18; Am 9.13,14; Is 35.1; SI 67.6; Jl 2.23-26; Is 55.13; Ez 36.8-11.

A Ferocidade dos animais será removida e todas as espécies viverão em paz e harmonia entre si e "um peque­nino os guiará". Is 11.6-8.

A Vida Humana será Prolongada. O homem outra vez viverá até alcançar idade provecta, de centenas de anos, como nos dias ante-diluvianos, registrados em Gênesis 5.1-32; Isaías 65.20-22; Zacarias 8.4. Isso pode ser atri­buído a algumas mudanças climáticas ou ambientais e mes­mo à remoção da influência maléfica de Satanás. Cf. Jó 119; Is 65.20.

Os Raios Benéficos solares serão acrescentados sete vezes em potência e a lua brilhará como o sol, segundo Isaías 30.26. Aparentemente, Jerusalém e as circunvi-zinhanças serão iluminadas, não apenas pelo sol e a lua, como também pela presença gloriosa de Deus. Is 45.5,6; Êx 13.21,22.

9. A Confluência de Alianças. Qual junção de vários rios para formar um só grande rio, assim no Milênio vemos a confluência de todas as alianças celebradas entre Deus e o homem. Ap 11.19. A Aliança Edênica, que res­taurou a supremacia do homem sobre a criação animal e a própria natureza; a Aliança com Adão, com sua promessa de redenção; a Aliança com Noé, com suas provisões go­vernamentais; a Aliança com Abraão, com a chamada do povo judeu e a restauração da Palestina; a Mosaica, com seu sistema de ritos e festas anuais; a Aliança com Davi, cujo cumprimento está em Cristo, o Filho de Davi; e ainda a Nova e Eterna Aliança da graça divina - todas essas contribuem para tornar esta dispensação milenial aquela em que Deus e os homens se aproximaram mais do que nunca sobre esta terra.

a. A Aliança Edênica. Jesus, o Filho do homem, cumpriu o lado humano desta aliança e, por conseguinte, tem o direito de abrir o livrou ou a "escritura" deste mundo e assumir o domínio sobre o mesmo, domínio que o primeiro Adão perdeu. Ap 5.1-7; Rm 8.19-23. A cria­tura não está mais sujeita ao usurpador que é Satanás e não seguirá mais o seu mau exemplo. Ef 2.2; Gl 5.15. Sa­tanás, a velha serpente, é destituído de sua posição de "deus deste mundo". II Co 4.4; Ap 12.7-9; 20.1-3. No lugar dele reinará Cristo! Glória a Deus! Ap 11.15. Até a pró­pria criação recebe a influência da presença de Cristo na terra. Tudo está em paz e tranqüilidade maravilhosa. Is 11.6-9; 65.25; Os 2.18; Is 35.1-10; 55.13.

b. A Aliança com Adão. A Aliança com Adão havia prometido que o Redentor esmagaria a cabeça da serpente, satanás, e a primeira coisa que observamos nesta dispen-sação é a expulsão desse anjo das regiões celestiais e sua remoção de sobre a face da terra e seu confinamento no abismo. Ap 12.7-9; 20.1-3. A expressão "... um Cordeiro como tinha sido morto" (Ap 5.6) é prova de que esses acontecimentos são cumprimento dessa Aliança, pois foi no Calvário que o domínio de Satanás foi quebrado. Hb 2.14; Jo 12.31. Ouve-se o cântico dos redimidos no céu, anun-ciando-se o fato de que a muito esperada salvação já chegou! Ap 5.9,10; 15.3; I Pe 1.5; Ap 12.10. Assim no Milênio vemos a muito desejada esperança da redenção sendo realizada, e Cristo, o Redentor, pessoalmente assumindo a direção política de toda a terra. Os redimidos de todos os séculos estarão sobre tronos junto a Ele. Os judeus, agora convertidos, tornar-se-ão missionários para as na­ções. O mundo todo estará cheio do conhecimento do Senhor e Seu nome em toda parte será engrandecido. Is 66.19; Hb 2.14; Zc 8.20:23; 14.16-21; Is 61.5,6; Ml 1.11.

c. A Aliança com Abraão. Durante o Milênio a Aliança com Abraão cumprir-se-á em sua plenitude. Nesse tempo, como nunca dantes, o povo judaico será uma bênção para todas as nações. Gn 22.18; Zc 8.23; Is 66.19. Pela primeira vez em toda sua história, esse povo herdará as terras desde o Rio Nilo até o Rio-Eufrates, e de mar a mar, como lhe foi prometido a Abraão em possessão perpétua. Gn 17.8; Ez 37.25-28. As várias tribos terão a sua própria faixa de terra, conforme descrito em Ez 48.

d. A Aliança Mosaica. Esta Aliança, naturalmente, tornou-se nula à cruz do Calvário, mas de qualquer ma­neira, além de ver todos seus princípios morais reencor-porados na Nova Aliança, vemos também o sistema do ritual do templo e de festas anuais novamente utilizados no culto a Deus. O templo será reconstruído, sendo as instruções para a sua construção elaboradas em Ez 40.1 a 43.17. Os rituais que ali serão celebrados não significam que fosse restabelecida a antiga lei, mas que apenas servirão de "memoriais" do amor e da morte de Cristo, no mesmo sentido em que a Ceia do Senhor também tem e continuará a ter esse sentido. Lc 22.16,18,30; Mt 26.29; Mc 14.25.

e. As Alianças com Noé e Davi. Observamos que o arco-íris da Aliança com Noé envolve nesta época o trono de juízo, Deus lembrando-Se de Sua promessa de não castigar todo ser vivente. Gn 9.13-15; Ap4.3. As provisões desta aliança que afetam a natureza e o reino animal, natu­ralmente são incluídas na renovação da Aliança Edênica. A instituição de governo humano será perpetuada ea Alian­ça com Davi cumprir-se-á na íntegra no reino do Deus--homem, o Filho de Davi, Cristo, e Seus santos que com Ele reinarão. Lc 1.32,33; Dn 2.45; 7.13,14; Ap 5.10; 11.15; 12.5; 20.4,6. Pela primeira vez em toda a história, a justiça absoluta será aplicada a quem comete pecado, e isso imediatamente. Is 11.1-5; SI 2.9; Ec 8.11; Ap12.5. Jerusa­lém será capital desse governo mundial de Cristo e Davi será o príncipe da Palestina. Is 2.2-4; Ez37.24,25. Duran­te este reino milenial não haverá guerra nenhuma em toda a terra. Mq 4.3,4.

f. A Nova Aliança durante o Milênio. Como já ob­servamos, todas essas alianças fundamentam-se sobre a Nova ou a Eterna Aliança. Portanto, consideramos que tenham o seu cumprimento integral no período milenial, sendo elas realmente expressões ou partes integrais da grande Nova Aliança. É evidente que quando essa Aliança foi prometida, ela associava-se às condições mileniais descritas no Velho Testamento e prometidas especialmente aos judeus quando esses estariam restaurados à sua terra, a Palestina. Ez 36.19-28. É evidente que o derramamento do Espírito Santo, previsto por Joel (2.28-32), concerne de modo especial ao povo judeu no princípio do Milênio. Zc 12.10. Esse fato não contradiz nada que aprendemos a respeito da Dispensação da Igreja, isto é,quea Nova Alian­ça é a Aliança vigente durante esse período. O Espírito Santo claramente ensina que a Nova Aliança cumpre-se vrdadeiramente durante a atual dispensação. Contudo, um cumprimento ainda maior nos espera em dias vindouros. Hb 8.7-13; 10.16,17.

A Nova Aliança proveu purificação dos pecados, um co­ração novo e a presença do Espírito Santo, bênçãos previs­tas para o povo de Deus tanto durante a Dispensação da Igreja como para a Dispensação Milenial. Assim vemos que a Nova Aliança será plenamenteoperante, demonstrando em todo o mundo, e mui particularmente na Palestina, as suas bênçãos, resultando em que a grande maioria dos homens do mundo buscarão a Deus e aprenderão a justiça. SI 72; Is 11.9; 26.9; Zc 14.16-21; Ml 1.11.

10. O Fim do Milênio. O estado de depravação na­tural do coração humano é revelado pelos acontecimentos ao fim desse período de 1.000 anos, durante o qual o homem foi exposto às melhores influências espirituais possíveis. Satanás estava algemado e Jesus Cristo e o Espírito reina­vam supremos em todo o mundo. Mas ao fim do Milênio Satanás será solto do abismo por "pouco tempo" (Ap 20.3,7-9), quando uma vasta multidão de gente o acompa­nhará em uma rebelião contra o Senhor Jesus Cristo em Jerusalém. Essa rebelião será fustigada imediatamente e dominada por Deus que enviará fogo do céu que os devo­rará. Esse será o verdadeiro e terminantefim da carrejra de Satanás quanto a esta terra, quando então ele será lançado no lago de fogo, onde será atormentado para sempre. O fim do Milênio marcará também o fim de todas as dispensações terrestres e o fim do tempo. Havendo muitos fracassados durante esta derradeira dispensação em que se manifestou a presença do Senhor eSua influência, que visava a salvação e a vida eterna, não resta mais nada para os tais a não ser a indignação abrasadora de Deus. Deus havia prometido a Noé que nunca mais destruiria a terra por água, e essa promessa Deus tem cumprido à risca. Por­tanto, esta vez a destruição será por fogo,como Pedro o revela em II Pe 3.7-12; Ap 20.9. Assim como os salvos da época ante-diluviana foram resguardados dentro da arca, assim Deus guardará os redimidos desta dispensação milenial enquanto a terra é renovada por fogo. Is 51.16. É nessa conjuntura que surgirá O GRANDE TRONO BRANCO, perante o qual todos os ímpios de todos os séculos terão que comparecer. Serão julgados por Deus, o todo Poderoso. Ap 20.11-15. Os justos das primeiras seis dispensações foram julgados durante a Grande Tribulação (Ap 11.18; II Co 5.10; I Co 3.10-15), e se algum justo apa­recer em juízo perante o Grande Trono Branco, será des­ses que se converteram a Cristo durante o Milênio. Esse será o derradeiro julgamento de todos os tempos. As sen­tenças aqui entregues determinarão a sorte dessas almas para toda a eternidade.

11. O Estado Eterno. Depois do juízo do Grande Trono Branco e da destruição ou renovação do antigo céu e a terra, o Senhor outra vez "plantará os céus e fundará a terra, enquanto esconde os Seus na sombra da Sua mão". Is 51.16; 65.17; Ap 21.1-8. Nessa ocasião descerá dos céus a "Noiva", a esposa de Cristo, como a NOVA JERU­SALÉM, sendo o próprio Jesus Cristo o eterno templo de Deus. Ef 2.19-22. Quem preparou esta cidade foi Jesus. Jo 14.2; Ap 21.16. A cidade será quadrangular, sendo suas dimensões cerca de 2.500 quilômetros de comprimento, e dimensões idênticas de largura e de altura. Se fosse divi­dida em ruas, haveria lugar para 8 milhões de ruas de Z500 quilômetros de comprimento cada uma! Em com­paração com esta cidade celestial, a maior cidade atual do mundo seria como insignificante aldeia rural! Se o espaço do mesmo fosse dividido em lotes para residências haveria um lote para cada pessoa que já nasceu neste mundo em todos os tempos! As ruas serão transparentes e total­mente limpas. Nessa cidade "não haverá noite, nem pre­cisam eles de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos". Ap 22.5. Que lar glorioso para residência dos fiéis do Senhor!

O curso da história da salvação do homem realmente tem o seu ponto final em Apocalipse 21.8. A passagem de Ap 21.9 a 22.5 serve de explicação mais detalhada sobre essa cidade santa que é a Nova Jerusalém. Enquanto os santos gozarão eternamente da presença de Deus, os incré­dulos sofrerão o castigo eterno nas chamas do Lago de Fogo. Ap 20.11,13-15; 21.8. Assim Deus terá separado de Si para sempre todos os rebeldes e incrédulos, e trazido para a Sua presença todos os que aceitaram a Jesus por seu Salvador. Aleluia! Que o leitor seja um desses!

QUESTIONÁRIO

I.Que significa "sobreposição" de dispensações?

2. Que significa que no Velho Testamento os santos tiveram a cruz em "prospecto e hoje a temos em "retrospecto"?

3. Que tem a oração dominical a ver com o reino milenial de Cristo?

4. O termo "milênio" significa o que?

5. Identifica o "reino da pedra" na sucessão de governos mundiais visto em Dn cap. 2.

6. Qual será a posição de Israel durante o Milênio em relação às de­mais nações?

7. Que forma de governo haverá durante os 1.000 anos?

8. Em que cidade Jesus estabelecerá a sede do Seu governo?

9. Segundo as promessas a Abraão, quais os territórios que Israel possuirá durante o Milênio?

10. Descrever a distribuição de terras em Israel durante o Milênio. Onde será localizada a "região santa"? Onde será localizada a cida-dade de Jerusalém?

11. Descrever o rio Milenial que nascerá debaixo do altar.

12. Quando será construído o templo milenial? Tem alguma coisa a ver com o templo de Zorobabel ou o de Herodes Grande?

13. Por que os sacrifícios levíticos serão restabelecidos?

14. Por que a Festa dos Tabernáculos e a Festa da Páscoa serão restabelecidas?

15. Que simbolizam as sete ofertas?

16. Por que estará ausente qualquer sumo-sacerdote na celebração dessas ofertas?

17. Por que desaparece a Festa do Pentecoste?

18. Descrever o pleno cumprimento de Joel 2.28,29 durante o Milênio em comparação com a efusão do Espírito nos dias atuais.

19. Que significa que o "conhecimento do Senhor" será universal?

20. Descrever a manifestação da glória "Shequinah" sobre a cidade de Jerusalém.

21. Que resultará do fato de Satanás ser algemado no abismo?

22. Esboçar as razões porque haverá regime de paz mundial durante o Milênio.

23. Descrever a futura prosperidade da terra da Palestina.

24. Haverá qualquer mudança na natureza dos animais?

25. Que revela a Bíblia sobre a longevidade durante o Milênio?

26. A cidade de Jerusalém, além dos raios solares, será iluminada por qual tipo de luz?

27. Que significa a "confluência" das alianças?

28. Em que sentido Cristo cumprirá a aliança edênica?

29. Explicar como Cristo cumprirá a aliança com Adão, especialmente na qualidade do "Cordeiro" que foi morto.

30. Quais os pontos principais do cumprimento integral da aliança com Abraão?

31. Qual a finalidade de serem novamente utilizados certos rituais da lei?

32. Que parte tomará Davi no regime de Cristo?

33. Qual das grandes alianças, vigorará durante o Milênio?

34.0 número de pessoas que buscarão ao Senhor será grande ou pe­queno?

35. Explicar como poderia acontecer a revolta de Gogue e Magogue.

36. Por qual meio Deus destruirá o mundo?

37. Quem será o Juiz no julgamento do Grande Trono Branco?

38. Quem será julgado?

39. Descrever a Nova Jerusalém quanto às dimensões e o sistema de iluminação.

40. Em que ponto da Bíblia realmente termina a história da salvação do homem?

As ressurreições e os julgamentos

I. AS RESSURREIÇÕES

As Escrituras ensinam três tipos de ressurreições: 1) Nacional, como é o caso de Israel que em nossos dias está ressuscitando, em cumprimento à profecia deEzequiel 37 e Oséias 6.1-4; 2) Espiritual, que éo caso da pessoa que experimenta o novo nascimento, passando da morte espi­ritual para ávida eterna em Cristo. Ef 2.1-6; 5.14; Rm 6.11; e Jo 5.24; e 3) Física ou Material. Esta refere-se ao corpo que foi sepultado. O espírito do homem não morre, mas sim volta para Deus que o deu. Quando a pessoa morre, ocorre a separação entre o corpo e o espírito. Jesus e os apóstolos Paulo, João e Pedro ensinaram que à ressurrei­ção unir-se-ão novamente o corpo e o espírito. Jo 5.28; Lc 20.35-37; At 24.15; I Co 15.22.
Os casos de Lázaro, a filha de Jairo e Dorcas e casos semelhantes, não são propriamente casos de "ressurrei­ção", mas sim de restauração à vida natural. Todos es­ses tornam a morrer. A pessoa uma vez "ressusci­tada" não morre mais. Rm 6.9; Lc 20.36; Ap 19.20. A ressurreição significa que o gérmen da vida física é revestido dum corpo glorificado e espiritual. I Co 15.35-55; M Co 5.1-4; Jó 19.25-27. Todos os mortos serão ressuscitados. Jo 5.28,29; Dn 12.2; I Co 15.22. Somente os justos receberão corpos glorificados, semelhantes ao corpo de Jesus após a Sua ressurreição. Fl 3.21; I Jo 3.2; Rm 6.5. Os incrédulos, na segunda ressurreição, receberão apenas um corpo, e esse não glorificado, no qual poderão sofrer durante a eternidade. Ap 20.5,10,12; 14.9-11; 21.8. O corpo glorificado é composto de ossos e carne, mas não de san­gue. Lc 24.39-43.
A. A Primeira Ressurreição. A "primeira ressurrei­ção" beneficiará a todos os justos que faleceram até o tempo da segunda vinda de Cristo. Ap 11.18; 20.6. Essa ressurreição realizar-se-á principalmente durante o perí­odo da Grande Tribulação e em grupos sucessivos. I Co 15.23; Lv 23.10,15-17,22. O termo "ordem" em I Co 15.23 significa literalmente uma fileira ou formação militar, sugerindo, portanto, que na ressurreição dos justos haverá vários grupos.

Notemos agora três grupos específicos:

a. Cristo, as Primícias. Cristo é as "primícias" dos que dormem no Senhor. I Co 15.23; Cl 1.18. Também são incluídos como espécie de "primícias" os santos ressusci­tados que estavam com Ele naquele dia em que ressuscitou. Mt 27.52,53.

b. Os "Vencedores". Esses representam "os pães das primícias", os "ressuscitados" "de entre" os mortos cristãos. Fl 3.11; Hb 11.35; Lv 23.17; I Co 15.51,52.

c. A Colheita Geral. Esta é a ressurreição quase total dos justos dentre os mortos. Lv 23.22; Lc 14.14; I Ts 4. 16,17; I Co 15.51,52.

d. As Respigas. As "respigas" da primeira ressurrei­ção serão recolhidas durante a segunda metade da Grande Tribulação. Cf. Lv 23.22; Ap 14.13-16; 15.2; 20.4.

B. A Segunda Ressurreição. A "segunda ressurreição" abrangerá a todos os iníquos mortos de todos os séculos desde Adão, e realizar-se-á depois do Milênio, no tempo da renovação da terra por fogo. Ap 20.5; 11.15. Portanto, será 1.000 anos distante da primeira ressurreição.

(O leitor deve localizar essas ressurreições no Mapa das Dispensações. )

II. OS JUÍZOS

A opinião geral entre o povo é que o mundo será final­mente convertido pela pregação do Evangelho, fato que fará surgir o Milênio. Após esse período, os mortos, tanto justos como injustos, e de todas as épocas, serão submetidos sumariamente a um julgamento perante o trono de Deus. Em seguida, segundo essa opinião, o mundo será destruído por fogo.

Não podemos concordar com essa posição pois ela, carece de fundamento bíblico. A Bíblia fala de três tronos ou tribunais de juízo:

a) O Tribunal, ou "Berna" (grego) cfe Cristo, a realizar­-se nas regiões celestiais. II Co 5.10. Comparecerão nesse julgamento somente os cristãos. s

b) O Trono da Glória de Cristo, a realizar-se sobre a terra, quando Ele sentar-se-á como Rei, durante o Milênio, a julgar as nações. Mt 25.31,32: Lc 1.32.

c) O Grande Trono Branco, a realizar-se no céu, perante o qual comparecerão todos os mortos ímpios. Ap 20.11,12.

As Escrituras apresentam sete julgamentos, ou fases de julgamento que tratarão de todas as inteligências do universo quanto à sua responsabilidade perante Deus, isto é, "os vivos e os mortos", anjos e homens. Estes julga­mentos são: o julgamento dos pecados dos homens, o auto--julgamento do cristão, o tribunal de Cristo, o juízo das nações, o juízo de Israel, o juízo dos ímpios mortos, e o juízo dos anjos.

Todo filho de Deus terá que passar por este tríplice julgamento: 1) como PECADOR, Cristo foi julgado em seu lugar na cruz do Calvário; 2) como FILHO da família, ele está sendo julgado ou disciplinado pelo Pai celestial; e 3) como SERVO, será julgado na presença do grande Senhor da seara, quanto à sua atuação no campo de trabalho. Em todos estes julgamentos há cinco itens a conside­rar: 1) as pessoas indicadas; 2) a época de sua realização; 3) o lugar onde realizado; 4) a base do julgamento; e 5) o resultado final.

A. O Julgamento dos Pecados. Jesus morreu crucificado no Calvário, em Jerusalém, no ano 30a.D., como o Cordeiro de Deus que tirou o pecado do mundo. Jo 1.29; I Jo 2.2. Foi uma obra perfeita, consumada, e completa. "Nessa vontade é que temos sido santifiçados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas". Hb 10.10. Na cruz. Cristo sofreu a penalidade que o pecador mere­cia, satisfez as exigências justas divinas contra o pecador, por esse ter violado a lei de Deus, dessa maneira abrindo a porta da justificação. Em razão dessa obra propiciatória, Deus agora pode "ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus". Rm 3.26.
Entra neste ponto a questão da atitude do pecador para com esse Sacrifício perfeito, que determinará se esse Sacrifício se tornará ou não efetivo no seu caso. Contudo, uma vez que o pecador se torna crente em Jesus, aceitando--O como o seu Substituto em juízo, o julgamento do seu pecado já se realizou. Rm 10.4; Gl 3.13; I Pe 2.24; Rm 8.1,2.
"Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida". João 5.24.B. O Auto-julgamento do Cristão. Em I Co 11.31 e 32 Paulo menciona o princípio espiritual de auto-julgamento, por parte do cristão, dizendo: "Porque, se nós julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. Mas quando jul­gados, somos disciplinados pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo". Esse princípio teve aplicação não somente a certos casos específicos na igreja de Corinto, mas aplica-se também à vida do crente individual enquanto está neste mundo.

Esse princípio teve aplicação não somente a certos casos específicos na igreja de Corinto, mas aplica-se também à vida do crente individual enquanto está neste mundo. É o julgamento que ele aplica em si, como filho na casa do Pai. O crente às vezes é relapso na obediência à Palavra de Deus, ou deixou de confessar certos pecados diante de Deus e às vezes para com algum outro irmão. I Jo 1.9; 3.20-22; Tg 5.16. O Espírito Santo aplica a Palavra de Deus ao nosso coração à medida que nela meditamos em atitude de oração. Mas se deixarmos de seguir essa Palavra e recusarmos a luz do Espírito Santo, então podemos esperar a vara da correção do Senhor, nosso Pai amoroso. II Sm 7.14; I Co 5.5; Hb 12.5-11. Essas passagens revelam o princípio segundo o qual o Senhor trata com aqueles que são filhos de Sua casa. O castigo, e não a rejeição como filho, é o resultado se o egoísmo não for julgado pela própria pessoa.
O propósito de Deus em abrir para nós esta porta de auto-julgamento é que nós tenhamos progresso na graça do Senhor, que nós diminuamos e que o Mestre cresça. Jo 3.30. Quando o crente aceita a correção que o Espírito faz contra uma falta qualquer, então já está progredindo espiritualmente. A batalha contra o velho "eu" está sendo vencida! Muitas vezes esse progresso depende justamente de disposição para aceitar opinião e correção de outrem. E necessário ver-nos a nós mesmos como os outros nos vêem.

C. O Tribunal de Cristo. "Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo". II Co 5.10.

Esse julgamento não foi estabelecido para determinar se as pessoas que diante dele comparecerem são culpadas ou inocentes, isto é, salvas ou perdidas, uma vez que este julgamento é exclusivamente para os salvos. A questão da salvação individual fá foi resolvida, há muito. Agora se trata da questão de recompensas, que será resolvida conforme a fidelidade ou infidelidade do crente, como mor­domo na casa do Mestre. I Co 3.11-15.

Na sua primeira epístola (2.28), João revela a possibi­lidade do crente sofrer grande vergonha nesse dia, dizendo: "Filhinhos, agora, pois, permanecei nele, (.ara que, quando ' ele se manifestar, tenhamos confiança e dele não nos afas­temos envergonhados na sua vinda". Sem dúvida, muitos crentes, perante esse tribunal ficarão cabisbaixos, cheios de remorso e em pranto, pensando como durante seus poucos dias no mundo foram tão preguiçosos e negligentes em obedecer às ordens do Mestre. O Juiz será o próprio Senhor Jesus, Aquele cujo aspecto é descrito em Ap 1.13-17, o "Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus". Diante do Seu olhar coisa nenhuma será oculta. Bom será então que a pessoa hoje muito utili­ze o seu privilégio de auto-juízo! ,

Na antiga Grécia realizavam-se muitos jogos ecorridas e outras provas desportivas. Ao término desses os atle­tas reuniam-se defronte ao palanque ou "tribunal", cha­mado "bema" na língua grega, onde estaria sentado o juiz, que então distribuía os prêmios aos vencedores. As coroas eram de folhas de louro, portanto "corruptíveis". Bem podemos imaginar o desapontamento dos demais atletas que não ganharam o prêmio e tiveram que presen­ciar a entrega dos lauréis aos competidores. I Co 9.24-27.

Na descrição de Paulo sobre este julgamento as obras do crente feitas por motivos indignos comparam-se a feno, palha, e madeira, substâncias de fácil combustão, enquanto as obras realizadas no amor de Deus e pelo amor às almas são como ouro, prata e pedras preciosas que resistem a prova de fogoJ O sábio Salomão afirma em Ec 2.1-11 que as obras do homem são loucura ou vaidade, e isso em razão de tê-las realizado num espírito egoísta, "para si" e para sua própria glória. Faz parte do "feno, palha e madeira".

A Bíblia menciona as coroas reservadas para o povo de Deus. 1) A Coroa da Vida. Tg 1.12; Ap 2.10. É a coroa especial do mártir ou aquele que estiver tão consagrado ao Senhor que alegremente daria a sua vida na causa de Cristo. A palavra "testemunha" em Atos 1.8, no original grego, é "mártir", fato que ensina que a verdadeira teste­munha de Jesus é aquele que está pronto a ser morto pelo nome de Cristo. 2) A Coroa de Glória, I Pe 5.2-4. Esta coroa está reservada para os servos fiéis que trabalharam não por amor ao lucro, nem para exercer domínio, mas trabalharam de boa vontade, pelo amor a Deus e às almas. I Ts 2.19,20; Fl 4.1; Dn 12.3; Pv 11.30. As próprias almas que ganhamos para Cristo são como "coroa". Fl 4.1. 3) A Coroa da Justiça. II Tm 4.8. Esta coroa está reser­vada para aqueles que amam a vinda de Cristo. 4) A Coroa Incorruptível. I Co 9.25-27. Esta coroa está reservada para aqueles que venceram a carne, não vivendo segundo as cobiças da carne, mas sim vivendo no Espírito. Gl 6.8. Que Deus nos ajude a nos esforçar para que ganhemos essas coroas de tão alto valor.

Apresentamos agora o "Sonho do Obreiro" que ilustra as verdades salientes do Juízo do Tribunal de Cristo. Esse tal obreiro do Senhor certa noite sentou-se no sofá, extremamente cansado dos seus muitos trabalhos. Muita gente havia se convertido. Oobreiro sentia realmente gran­de alegria em trabalhar para Jesus! O trabalho ia bem, e estava coeso debaixo da sua orientação. Seus sermões estavam fazendo grande efeito entre os ouvintes. A igreja estava superlotada. Cansado assim, o obreiro passou a dormir e sonhou que uma pessoa estranha entrou na sala sem se anunciar ou pedir licença. Ela trazia consigo vários instrumentos para medir as coisas, como certos químicos e aparelhos diversos, que lhe dava um aspecto deveras estranho. O estranho aproximou-se do obreiro a dormir, e, estendendo a mão lhe disse: "E como vai com o seu zelo?" O obreiro no momento pensou que o estranho estivesse falando de sua saúde. Mas não, a interrogação tinha a ver com o ZELO, a qualidade chamada "zelo", com o qual qualquer obreiro trabalha. Assim ele logo respondeu que o seu zelo era muito grande e não duvidou, nem por um minuto, que o estranho aprovaria na Integra a sua afirmação. Esperava ver aquele sorriso de aprovação total. No sonho o obreiro julgou que o zelo fosse uma coisa de qualidade física. Assim meteu a mão contra o peito e retirou de si esse objeto, o zelo, e o apresentou ao estranho para ele fazer um exame minucioso do mesmo. O estranho procedeu a colocar o "zelo" primeiramente na balança, dizendo, "o zelo do senhor pesa 100 quilos!" O obreiro logo sentiu uma certa satisfação ao saber que pe­sava tanto, mas então notou que o estranho mantinha um aspecto de pessoa um pouco atribulada. Ele não se definiu e se notava que logo em seguida faria outros testes e pes­quisas. Foi então que ele dividiu o montante do zelo em átomos e pôs tudo isso num cadinho, o qual foi posto no fogo. Quando a massa toda se fundiu, então o retirou do fogo e deixou-o esfriar. Quando estava rio, notou-se que se havia separado em camadas ou estratos. Quando o homem da ciência bateu de leve com o martelinho, tudo se separou. Então cada camada foi novamente analisada e posta na balança para verificar o seu peso. O estranho fazia muitas anotações enquanto se processava a pesquisa. Quando terminada a pesquisa, o estranho entregou ao obreiro todas as anotações, estando o seu semblante marcado por certa tristeza e apreensão, e compaixão ao mesmo tempo. Contudo, não lhe disse nenhuma palavra a não ser: "Que Deus tenha misericórdia de você!" Com isso saiu da sala e desapareceu! As anotações diziam o seguinte:

ANALISE DO ZELO DO SENHOR JUNIO
Peso bruto 100 quilos
Intolerância religiosa 11 quilos
Ambição pessoal 22 quilos
Amor aos elogios 19 quilos
Orgulho denominacional 15 quilos
Orgulho dos talentos 14 quilos
Espírito autoritário 12 quilos
Amor a Deus 4 quios
Amor ao próximo 3 quilos
Total 100 quilos
Naturalmente, o obreiro levou um susto muito grande. Tentou encontrar algum erro nas anotações, mas conven­ceu-se que estava tudo certo. Serviu para provocar nele uma atitude realmente positiva, pois o estranho havia de­morado um pouco no corredor. O obreiro soltou um grito, dizendo, "Senhor, salva-me" e na mesma hora ajoelhou-se ao lado do sofá, com o papel na mão, os olhos contemplando--o demoradamente. De repente o papel transformou-se em espelho e o obreiro viu no mesmo o seu próprio coração refletido. Estava tudo certo! Ele o reconheceu e o sentiu de perto. Confessou que foi verdade mesmo! Deplorou esse estado de coisas e buscou a graça de Deus, até às lágrimas, que Deus o ajudasse livrar-se do seu egoísmo. No meio daquela angústia profunda, o Sr. Junio acordou! Para livrar-se do inferno, ele já havia pedido ao Senhor, mas para se ver livre de si mesmo, essa foi a primeira vez que pediu tal coisa. Ele continuou em oração até que sentiu aquele fogo refinador ter feito a sua obra, queimando tudo que não é de Deus e transformando o coração para a obe­diência total a Cristo. Assim, irmãos, todos nós, lá no céu, estaremos aos pés de Jesus, o grande "Químico", para Lhe agradecer ter revelado a nós os nossos defeitos e as nossas falhas. Jesus, o nosso Mestre, espera de nós.

Seus servos, uma mordomia fiel sobre as coisas a nós confiadas, conforme a revelação de Sua Palavra.

D. O Julgamento de Israel. A nação de Israel, os judeus, goza duma relação especial com Deus em razão do pacto com eles, por Ele ter escolhido essa nação como testemu­nha entre as nações da terra; Is 43.10; Rm 3.1,2. No plano de Deus ficou estabelecido que dela viriam a salvação e bênção pelo fato de que o Messias procederia de Israel e também, quando restaurado ao favor divino essa nação tornar-se-ia uma bênção. Por causa dessa relação pactuai, Deus os chama "meus filhos" e trata-os com castigo quando Lhe desobedecem. Is 43.6. Estêvão trata-os de "Homens de dura cerviz, e incircuncisos de coração e ouvido; vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim vós como vossos pais". At 7.51. Era verdade. Conseqüente­mente, a mão do Senhor pesou sobre eles. Jerusalém já foi cercada e destruída mais do que qualquer outra cidade do mundo. Os judeus foram espalhados para os quatro cantos do mundo em cumprimento das profecias.

De entre eles Deus tem separado "um resto, segundo a eleição da graça" Rm 11.5. Contudo, a grande maioria dos judeus permanece até hoje incrédula e apóstata. Re­jeitaram a Deus e nos dias de Samuel pediram um rei como tinham as demais nações. Quando Cristo o Messias deles, e o Libertador da humanidade, chegou, eles disseram: "Fora com ele; não O queremos para mandar em nós!" Mesmo depois de completada a Sua obra redentora e estar aberta a porta da salvação para eles, recusaram a convicção do Espírito Santo, recusaram Seus mensageiros, Estêvão por exemplo, e trouxeram sobre si o juízo de Deus, a destruição de sua cidade pelos romanos no ano 70, e a subseqüente dispersão entre as nações.

Contudo, Deus prometeu recongregá-los, mais não sem arrependimento de sua parte. O movimento sionista do fim do século passado, iniciado por Teodoro Herzl resultou no regresso de cerca de três milhões de judeus para a Palestina, e o estabelecimento do novo Estado de Israel, sob os auspícios das Nações Unidas. O novo Estado já esteve envolvido em quatro guerras com as nações árabes, cada vez consolidando a sua posição entre as nações. Esse ressurgimento de Israel, após 1300 anos de dispersão, é claramente um sinal dos tempos, um indício seguro de que o fim desta dispensação se aproxima. Contudo, nesta altura temos que reconhecer que Israel, por enquanto, julga que tais vitórias são resultado de sua capacidade militar e política e que ele merece um lugar de destaque entre as nações em razão de seus feitos no mundo científico. Mas Israel passará ainda por um grande desapontamento, sendo que Deus não está em seus pensamentos. Serão enganados pelo Anticristo e sofrerão os horrores do tempo da "An­gústia de Jacó", durante a Grande Tribulação. Jr 30.4-8. No momento em que seriam esmagados pelas nações inve­josas, no fim desse período, passarão "debaixo do cajado" (Ez 20.37), que simboliza uma aproximação de Deus. Os justos clamarão no nome do Senhor em profundo arrependi­mento. Is 64; Zc 12.10 a 13.1. Os rebeldes entre eles serão destruídos e o remanescente fiel entre eles tornar--se-á o núcleo dum Israel renovado espiritualmente. Vede Jr 23.5-8; Is 19.23-25; 60.10-22; Ez 36.8-15; Am 9.11-15. Será nessa hora que a nação, em sua totalidade, reconhe­cerá a Jesus como o seu Messias, sendo por Ele convertida. Is 66.8.

E. O Julgamento das Nações. Este julgamento é descrito por Jesus em Mateus 25.31-46, como julgamento das nações. Certos eruditos têm considerado este juízo idêntico ao juízo predito em Ap 20.11-15, isto é, que se refeririam a um julgamento geral de todos os homens perante o Grande Trono de Deus. A seguinte comparação destes dois julgamentos demonstrará que não são idênticos.Mt 25.31-46 Ap 20.11-15

1 - Nenhuma ressurreição mencionada 1-E mencionada a ressurreição.

2-Serão julgadas "as nações". 2-Serão julgados "os mortos".

3 - O julgamento realizadona terra 3-A terra e o céu já fugiram (Joel 3.2) .

4 - Há classes de julgados: ovelhas, 4 - Há uma só classe - os mortos.

cabritos, e "irmãos".

5 - Nenhum livro é mencionado. 5 - Os livros serão abertos.

6 - Ocorrerá antes do Milênio. 6 - Ocorrerá depois do Milênio

Esta comparação prova claramente que um desses juízos terá lugar na terra enquanto o outro terá lugar nas regiões celestiais e que serão separados por um espaço de 1.000 anos. O julgamento de Mateus 25 não concerne a Igreja, pois ela estará associada com Cristo neste julga­mento (I Co 6.2,3). Nem tão pouco concernerá o povo judeu, pois o julgamento desse será em separado como acabamos de notar nos parágrafos anteriores. Não é contado entre as nações. Nm 23.9.
Portanto, este julgamento não concerne a indivíduos, mas sim às nações. Conseqüentemente, a cena descrita em Mt 25 é representativa, um exemplo entre muitos casos que serão tratados. Seria impossível as nações em sua totali­dade comparecer perante o trono de Cristo, a não ser na forma descrita, representadas. As "ovelhas" representam uma classe de nações e os "cabritos" representam outra classe. Os "irmãos" de Jesus (segundo a carne), na opinião de eruditos, são os judeus. A base do julgamento será então a maneira pela qual essas nações trataram Israel. Mt 10.6; Jo 1.11; Rm 9.5. O propósito é determinar quem entrará no reino (Dn 7.9-14,22; Ap 11.15) e a dar aos mansos a terra como prometido. SI 37.11; Mt 5.5. Este princípio de rela­ções divinas com as nações foi estabelecido há muitos sé­culos passados, na ocasião do pacto com Abraão. Gn 12.1-3. "... abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem." Essa promessa refere-se, não somente a Abraão, como também à sua posteridade.
Os eventos desenrolar-se-ão na vizinhança de Jerusalém, no Vale de Josafá. Jl 3.2,9-17; Zc 14. Embora o Vale do Cedrom tenha sido identificado como o Vale de Josafá desde o quarto século da nossa era, nenhum vale em Israel teve esse nome nos tempos antes de Cristo. Talvez em razão do rei Josafá ter conseguido uma grande vitória sobre Amon e Moabe no deserto no sul da Judéia, essa vitória se tenha tornadofigurativa do juízo que Deus aplicará contra os adversários de Israel. Em Jl 3.9-17 Deus desafia as nações a oporem-se contra Ele e Seus propósitos para com Israel. Vemos então como as hostes ajuntam-se contra Jerusalém em desrespeito blasfemo contra o Altíssimo. Zc- 14.1-3. Mas o local dessa última batalha decisiva, a de Armagedom, será nas planícies de Megido, na Galiléia. Ap 16.13-16; 19.11-21. O nome Armagedom (Hebraico: har Megiddo) significa outeiro ou alto de Megido. Locali­zava-se no Vale de Esdraelom e desde tempos remotos era o grande campo de batalha da Palestina. Ali se deram duas grandes vitórias: de Baraque contra os cananeus (Jz4.15) e de Gideão contra os midianitas (Jz 7), e ali também regis­traram-se duas grandes derrotas: a morte de Saul (I Sm 31.8) e de Josias (II Rs 23.29,30; II Cr 35.22). Por conse­guinte, o nome Armagedom tornou-se uma expressão sim­bólica de conflito terrível e final. Na visão de Patmos o Armagedom serviu de tipo da grande batalha a travar-se no fim dos tempos, à vinda de Cristo, quando os judeus estarão sendo sitiados pelos poderes gentílicos sob o reino do Anticristo (Ap 13.1-10) e o Falso Profeta. Ap 13.11-18. Aparentemente, as forças inimigas, cujo ataque contra Jerusalém é tipificado em Isaías 10.28-32, e que é de ins­piração demoníaca (Ap 16.13-16; Zc 12.1-9), voltaram para Megido após os eventos descritos em Zc 14.2. Ali começa a sua dizimação que é depois completada em Moabe e Iduméia. Is 63.1-3. Esta última grande batalha dos "tempos dos gentios" e do presente século, tem seu cumprimento na profecia da "pedra (cortada) sem auxílio de mãos" (Dn 2.35,45) que esmiuçará a grande estátua e que inaugu­rará "o dia do Senhor", quando Deus de modo visível ma­nifestará o Seu glorioso poder na destruição dos Seus ini­migos. (Dicionário de Merrill F. Unger). Haverá muitos sinais na terra e nos céus quando o Senhor virá em defesa do Seu povo com que mantém o Seu pacto. Cf. Mt 24.29-31. O remanescente de Israel será então recongregado de entre as nações em toda a terra e o reino milenial de Cristo terá início, em que Israel será "a cabeça" e não a "cauda" entre as nações. O resto das nações (as ovelhas"), reconhecerão a Deus e ao lado do povo israelita honrarão ao Senhor. Zc 14.16.
F. O Julgamento dos ímpios Mortos. Ap 20.11-15. Este julgamento terá lugar ao fim do Milênio, mil anos de­pois do julgamento das nações, realizando-se, não sobre a terra, como foi o caso do julgamento das nações, mas sim nas regiões celestiais onde Deus habita. Provavelmente terá lugar simultaneamente com a renovação da terra por fogo. II Pe 3.7,12,13. A primeira ressurreição (Ap 20.6) ocorrerá antes do início do Milênio e será para os mortos justos pertencent&s a.todas as dispensações, à Igreja, e ao grupo salvo durante a Grande Tribulação.
Sendo que os participantes da primeira ressurreição são descritos como "bemaventurados e santos", natural­mente os demais mortos que não viveram até ao fim do Milênio, não o são. Por essa razão cremos que perante o Grande Trono Branco comparecerão somente os mortos ímpios.
A mengão do "Livro da Vida" poderia levar à conclusão de que alguns justos também estivessem presentes para serem julgados. Se é o caso, só poderiam ser alguns que, morreram durante o Milênio, mas nos parece mais prová­vel que os justos viverão durante todo o período do Milê­nio, sofrendo a morte, e alcançando a inauguração do novo céu e da nova terra. A presença do Liv.ro da Vida explica--se como necessário na condenação daqueles que alegarão os méritos das suas boas obras, quando deveriam ter acei­tado a JESUS Cristo como seu Salvador, fato que teria colo­cado seus nomes nesse "Livro do Cordeiro".
Haverá vários graus de punição, como também haverá de recompensa. Os ímpios serão julgados segundo as suas obras e perante este tribunal terão que comparecer todos os ímpios desde o princípio do tempo até ao fim do Milênio. O registro de suas obras será aberto e lido para determinar o grau de castigo. De qualquer maneira será uma coisa horrível ter que comparecer perante o Juiz de toda a terra e por Ele ser condenado.
O Lago de Fogo será para todos os ímpios o lugar final de separação de Deus. Para este lugar serão removidos para sempre a morte e o Hades. O universo será purificado da presença de todo o mal e a justiça prevalecerá na terra e no céu, que serão renovados.
G. O Julgamento dos Anjos. Jd 6. O tempo quando os anjos serão julgados não está definitivamente estabelecido nas Escrituras, mas nos parece que provavelmente ocor­rerá na mesma ocasião do Grande Trono Branco, ao fim do Milênio. Satanás e algumas de suas hostes, pelo menos, estão em liberdade agora para operarem os seus desígnios, dentro dos limites estabelecidos por Deus, enquanto alguns dos anjos (Jd 6), por causa de pecados especiais, estão algemados nas trevas, aguardando o juízo daquele grande dia. Satanás será primeiramente algemado ao início do Milênio e então, ao fim desse período, será banido para sempre ao Lago de Fogo.
QUESTIONÁRIO
1.0s três tipos de ressurreição de que as Escrituras falam são: 1).............................. 2)............ ............ 3)..-.......................

2. A ressurreição física é a reunião do............... e do ..................

3. Qual é a diferença entre a "ressurreição" de Lázaro e a ressurrei­ção de Cristo?

4. Na segunda ressurreição receberão um corpo? De que qualidade é? 5.Quais os três grupos incluídos na primeira ressurreição? 1)........

.......................... 2)............................... 3)..............-.............

6. Que percentagem de ímpios serãojulgados na Segunda Ressurreição?

7. Por que não concordamos com a opinião generalizada que no fim do tempo haverá um só julgamento de bons e maus, seguido da destruição do mundo por fogo?

8. Quais são os sete juízos?

9. Quais os três juízos em que todo filho de Deus figura?

10. Quais são os cinco itens a considerar em cada um dos julgamentos?

11. Explicar o julgamento a que o pecador foi submetido na cruz do Calvário.

12. Explicar o "auto-julgamento" do cristão.

13.Qual é o propósito de Deus em prover para nós este "auto-jul­gamento"?

14.0 tribunal de Cristo determinará se a pessoa julgada irá para o céu ou para o inferno?

15. Este tribunal é exclusivamente para .................................

16. Qual o assunto que este juízo resolverá?

17. Quem será o juiz?

18. Em que época se realizará?

19. Quais as obras que se comparam a ferio, palha e madeira? Quais se comparam a ouro, prata e pedras preciosas?

20.Quais as quatro coroas reservadas para os crentes e qual o signi­ficado de cada uma?

21. Contar o sonho do Sr. Júnio.

22. É verdade que existe um pacto especial entre Deus e o povo de Israel?

23. Por que a cidade de Jerusalém foi destruída tantas vezes?

24. Que significa o restabelecimento de Israel em sua terra em nossos dias?

25. A quem essa nação atribue as vitórias conquistadas?

26. Que significa o "remanescente" de Israel?

27. Como e quando Israel será julgado e qual será o resultado? 28 Onde e quando terá lugar o julgamento das nações?

29. Dar as seis razões porque este julgamento não é idêntico ao Julga­mento do Grande Trono Branco.

30. Que representam as "ovelhas", os "cabritos" e os "irmãos" men­cionados em conexão com este julgamento?

31. Onde se desenrolarão os eventos desse juízo?

32. Quando terá lugar o Julgamento dos ímpios Mortos?

33. Por qual razão concluímos que a este-julgamento comparecerão somente os ímpios?

34.Que pode inferir a menção do "Livro da Vida" nesse julgamento?

35. De que maneira funcionará esse livro para condenar aqueles que deixaram de crer em Cristo?

36. Haverá graus de punição e de recompensa?

37. De quais épocas da história humana comparecerão essas pessoas?

38. Qual será o destino final da morte e do Hades?

39. Quando provavelmente serão julgados os anjos decaídos?

40. Que será o destino eterno de Satanás e seus anjos?

O mundo dos espíritos

Introdução
Tendo estudado os sucessivos estágios da existência da própria terra e dos grandes períodos no desenvolvimento do plano divino da redenção do homem decaído, vamos agora examinar, à luz da Palavra de Deus, aquele mundo miste­rioso habitado durante os séculos pelos espíritos.
Sendo esparsas as informações que a Bíblia nos fornece sobre certas áreas deste estudo, o nosso comentário também será breve. Esta informação, de modo geral, divide-se em três seções: Espíritos Bons, Espíritos Maus, e Espíritos de Seres Humanos Falecidos.

I. ESPÍRITOS BONS

A. Origem. Os anjos não são eternos, pois foram cria­dos (Cl 1.16; Ne 9.6) em um tempo antes da criação do mundo, evento ao qual estiveram presentes e no qual regozijaram-se. Jó 38.7. Eles não morrem e nem se casam. Lc 20.35,36; Mt 22.30. São inumeráveis (Hb 12.22; II Rs 6.17; Ap 5.11) e ministram geralmente ao redor do trono de Deus (Dn 7.10; Mt 22.30; Ef 3.10; Jo 1.51; Lc 2.13, 15), mas ministram também aos santos em qualquer lugar, às ordens de Deus. Hb 1.13,14; I Rs 19.5-8; Mt '4.11; Lc 22.43; SI 91.11,12; Dn 6.22; II Rs 6.15-18; Mt 26.53; Gn 19.11; Mt 18.10; At 5.19; 12.8-11; 8.3-6; Lc 12.22; Mt 24 31; SI 103.20; Lc 1.11-13,19; Mt 2.13,19,20; 1.20; II Rs 19.35; II Ts 1.7.

A palavra "anjo" significa "mensageiro". A lei foi dada pelos anjos. Hb 2.2; Gl 3.19; At 7.35. Eles acompa­nharão a Jesus na Sua volta aterra. Mt 25.31,32; II Ts 1.7,8. São executores da ira de Deus. Mt 13.24-30, 39-42, 47-50. São mais poderosos do que os homens. II Pe 2.11; SI 8.4,5; At 5.19; 12.7,23. São muito inteligentes (Dn 10.13; Mt 24.36) mas não são oniscientes e nem onipotentes. As prerrogativas de onisciência e onipotência só a Deus per­tencem. Mc 13.32; Ef 3.10,11; I Pe 1.12. Não são dignos de adoração (Hb 1.6; Ap 22.8,9), apesar de serem gloriosos, Lc 9.26; Mt 28.2,3.

B. Categoria de Anjos. A Bíblia fala de serafins, que­rubins, arcanjo, anjos, tronos, principados, poderes e governadores, todos sujeitos a Cristo. Hb 1.6; Ef 1.21.

1. Serafins. São mencionados só uma vez nas Escri­turas. Is 6.1-8. Aparentemente, proclamam a santidade de Deus e providenciam a purificação para os santos, pre-parando-os para servir a Deus.

2. Querubins. São mencionados muitas vezes. Gn 3.22-24; Êx 25.17-20; Ez 1.5-25; 10.1-22; Ap 4.6-8. Dada a sua posição como guardas à porta do Jardim do Éden, sobre o lugar expiatório da Arca da Aliança, e em Ap 4.6-8, entendemos que o ministério deles seja o de vindicar a santidade de Deus contra o orgulho presunçoso do§ ímpios, que, apesar de serem pecadores, desejam comer da árvore da vida. Gn 3.22-24. Em sua posição sobre a Arca con­templavam o sangue aspergido, o qual simbolicamente fa­lava da justiça divina, provida pelo sacrifício de Cristo.

25.17-20. A palavra "querubim" aparentemente signi­fica "guardar" ou "cobrir". Entendemos que esses seres angelicais representam a glória da redenção. A glória do querubim, à porta do Jardim do Éden, relembrou Adão da glória perdida e ao mesmo tempo, daquela que Cristo restabeleceria. Entendemos também que as "criaturas viventes" de Ap 4 e as de Ez 1 são idênticas. Essas passa­gens indicam que o número de querubinséquatro. Contudo, esse número pode ser representativo. SI 68.17. Em algum tempo do passado houve mais um, o "querubim que co­bria" - Satanás. Ez 28.14. Em razão do seu grande peca­do, Satanás não está mais incluído ria categoria de "que­rubim".

3. O arcanjo Miguel. Existe-só um arcanjo, Miguel, mencionado por nome nas Escrituras. Jd 9; Dn 10.13,21; 12.1; I Ts 4.16; Ap 12.7. Ele tem um ministério relacio­nado com o povo de Israel, na qualidade de guerreiro, e com a ressurreição dos mortos.)

4. Gabriel. É outrç anjo cujo nome é mencionado na Bíblia. Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19,26,27.

5. Tronos, Principados, Poderes, e Governadores. Sem dúvida esses nomes significam diversas ordens ou categorias de seres angelicais, I Pe 3.22; Cl 1.16; Ef 1.21.

II. ESPÍRITOS MALIGNOS

A. Satanás. Muitos negam a existência de Satanás, como fazem por exemplo os adeptos da seita falsa "Ciên­cia Cristã", declarando que ele é simplesmente um "prin­cípio mau" ou um erro que penetrou no pensamento humano. Satanás é geralmente representado em forma de caricatura, como tendo chifres, patas, rabo e garfos na mão e presidindo ao reino do fogo e enxofre. Os homens costumam envolver seu nome em pilhérias, enquanto outros o encaram como um ser intangível, mais parecido com os micróbios causadores de doenças. 1. Que dizem das Escrituras?

a. Satanás não é apenas um princípio, mas sim uma pessoa. I Pe 5.8; Ap 13.1-3.

b. Satanás tem muitos nomes. Ele é chamado "satanás" (hebraico - adversário); Diabo (grego - caluniador ou acusador); deus deste mundo e chefe das potestades do ar, etc. Ele é mencionado de diferentes manei­ras 177 vezes na Bíblia.

2. Ele é um grande dominador celestial. Ef 1.21; 6.10-12; II Co 4.4. Satanás não é deus do universo, nem da terra, pois, "A Jeová pertence a terra e a sua plenitude; o mundo e os que nele habitam". Contudo, ele é o "deus deste século", "o príncipe deste mundo", da presente or­dem de coisas, e dos sistemas mundiais, incluindo as ati­vidades comerciais, sociais, políticas e até religiosas. Vide Mt 4.8. Ele é também o autor da morte e reina sobre a mesma. Hb 2.14; Jo 12.31; 14.30: 16.11; Lc 4.5,6.
As passagens Ef 6.10-12 e Dn 10.12 e 11.1 indicam claramente que o reino de Satanás é organizado à base de principados e poderes, pois o anjo Gabriel foi impedido pelo príncipe do reino da Pérsia (Dn 10.13) de trazer a revelação de Deus a Daniel. Gabriel então foi auxiliado pelo anjo Miguel, o arcanjo, em sua peleja com aquele príncipe. Miguel também informou que teria que pelejar contra o príncipe da Grécia. Dn 10.20. Essas passagens provam que existe uma satânica oposição organizada contra Deus e o cumprimento das profecias. Satanás ocupa uma posição tão elevada que nem o próprio arcanjo Miguel tem coragem de proferir-lhe insultos. Jd 9.
3. A Origem de Satanás. Pelo "Oratório da Criação" de Jó 38.1-7 e passagens paralelas sabemos que as hostes angelicais foram criadas antes da criação do mundo mate­rial. Cl 1.16; Gn 1.1,31. Os anjos presenciaram essa criação. Jó 38.7. Em seguida foi criado o homem. Gn 1.26,27.
4. Chamado "o querubim ungido que cobre". Ez 28. 11-19. Um estudo minucioso desta passagem revela que o "rei de Tiro" mencionado aqui não pode ser um mero ho­mem mortal, mas sim um ser angelical descrito como pos-sujndo "a perfeição da sabedoria e da formosura". O '•'Éden" mencionado não é o Éden do tempo de Adão, em que Satanás entrou como rebelde e usurpador, mas sim um "Éden" anterior ao qual ele presidia. E interessante comparar as pedras mencionadas aqui com aquelas de Ap 21.11-21. Esse esplendor talvez indique algo da glória do palácio em que Satanás residia, em que provavelmente recebia altas honras da parte dos demais anjos. A descri­ção no versículo 14 indica que Satanás ocupava um lugar de destacada honra e que tinha acesso à glória divina. Vide Êx 24.10-17; Ez 1.15,22,26; Jó 1.6; Zc 3.1,2.
5. A Queda de Satanás. Ezequiel 28.15-1G revela que a queda de Satanás foi provocada pelo pecado de orgulho, ambição pessoal, e soberba de espirito. Is 14.13,14. Pro­vavelmente teve inveja de Jesus, o Filho de Deus, que ocupava uma posição ainda mais elevada. I Tm 3.6. Se­gundo a opinião de certos eruditos, Ez 28.16 poderia ser assim traduzido: "Pela abundância da tua calúnia encheu-se de violência o teu interior". Assim se verificou a queda. Satanás até a presente data continua sua obra de caluniar a Deus perante os homens e caluniar os homens perante Deus. I Tm 3.6; Ap 12.10. Seu nome em grego é "ho diabolos", o caluniador. Jó 1.6-9; Gn 3.15.
Quanto à época em que se deu sua queda, certamente foi em algum tempo antes da restauração da terra pre­sente, pois logo no início do estágio presente da terra, Satanás penetrou o cenário terrestre para exercer a sua malícia. Gn 3.1-5. Certos eruditos consideram a queda de Satanás e dos anjos que o acompanharam como o fator principal da grande ira de Deus contra a terra original, resultando disso sua ruína, descrita em Gn 1.2. Essa opinião naturalmente pressupõe que Satanás e seus anjos eram os habitantes originais da terra. Ez 28.13.
6. A Obra de Satanás. Em Gn 3.15 lemos: "Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente é a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar". À luz desta profecia, vemos a razão de muitas coisas que de outra forma dificilmente se explicariam. As atividades de Satanás através dos séculos sempre visaram "A Semente da mulher", o Messias, por Quem o mundo seria redimido. János dias ante-diluvianos Satanás quase conseguiu corromper toda a raça humana, sendo fiel a Deus apenas a família deNoé. Gn &.5,7. Outra vez ele quase conseguiu conduzir toda a humanidade no caminho da idolatria, no caso da Torre de Babel. Gn 11. Ainda procurou arruinar a linhagem eseolhida de Abraão, tentando corromper Sara. Gn 12.14-16. Felizmente, não o conseguiu. Depois ele tramou um plano para Abraão ter um filho fora do plano de Deus. Esse foi Ismael, filho de Hagar, o qual quase chegou a ocupar o lugar desti­nado ao filho da promessa, que era Isaque. Gn 17.18. Em outra ocasião Sara esteve em sério perigo de ficar envol­vida com Abimeleque, rei de Gerar. Gn 20.7. Com o nascimento de Isaque (Gn 21.1-3), observamos como Sa­tanás persistiu em seus ataques contra a descendência desse homem, por meio de Esaú, o qual procurou matar seu irmão Jacó, portador do direito de primogenitura. Gn 27.41-45.
Acompanhando a história de Israel, agora multiplicada em grande nação, vemos a mão de Deus na preservação de José no Egito (Gn 50.20), na chamada de Moisés para ser o libertador do povo (Êx cap. 2), e na preservação de Israel na travessia do Mar Vermelho. Êx 15.1-14. Re­velando a mais tenaz perseguição, Satanás tentou acabar com essa nação, visando impedir a vinda ao mundo do Redentor. Junto ao Monte Sinai (Êx 32), Satanás conseguiu corromper a nação de Israel, e se não fossp a oração intercessória de Moisés, que se interpôs entre o povo e Deus, Ele teria eliminado todos os israelitas.
A história dessa luta continua através do deserto, du­rante os quarenta anos de perseguição, e já na própria terra prometida, e até ao tempo dos juizes e dos reis. Especialmente contra Davi, com quem Deus renovou a aliança, Satanás lançou alguns dos seus ataques mais ferozes. (Considerando este fato, talvez poderemos ter mais complacência para com Davi, apesar do seu grande pe­cado.) Em certa ocasião a casa de Davi ficou reduzida a um só herdeiro, Joás, um menino. Contudo, a linhagem real foi maravilhosamente preservada pela fidelidade de Jeoiada, e o príncipe Joás chegou ao trono, a despeito das maquinações de Ataláia.
Muito poderíamos relatar da luta de Satanás contra o plano da salvação através do período do Cativeiro, do regresso para a Palestina, e até contra a própria vida de Jesus Cristo, por exemplo, Herodes e sua matança dos inocentes. Na vida de Jesus muitas vezes Satanás O atacou, mas graças a Deus Jesus venceu, sendo a Sua maior vitória a da cruz no Calvário e a ressurreição ao terceiro dia. Assim a redenção, prometida à raça humana em Gn 3.15, veio a concretizar-se integralmente! Glória a Deus!
7. O Caráter de Satanás. Verificamos que o nome Satanás (Heb. Satan; Grego - Satanás) revela não só a sua personalidade como também o seu caráter. Significa que ele é o inimigo, e o adversário. O nome Diabo (grego -diabolos) significa o falso acusador. Ele é o pai da men­tira, o homicida, e o ímpio. É a causa primária dos peca­dos e é muito astuto. Ap 12.7-11; II Co 2.11; Ef 6.11,12; II Co 11.14; Jo 8.44; I Jo 3.8. Satanás é maligno. Lc 8.13; I Pe 5.8; II Co 4.4; I Jo 5.19. Ao mesmo tempo ele é covarde. Tg 4.7. Satanás é conhecido pelos nomes: dragão, o maligno, o anjo do poço do abismo, o príncipe deste mundo, o príncipe das potestades do ar, o deus deste mundo, apoliom, abadom, Belial e Belzebu.
8. Os ardis de Satanás. Imbuído de inveja, Satanás conseguiu dominar os nossos primeiros pais, e com eles toda a raça humana. Somente pela regeneração poderá o homem livrar-se do poder de Satanás. E mesmo depois de se converter, a pessoa ainda passará por muitas tenta­ções que têm por objetivo fazê-la cair novamente. Parece que quanto mais o crente se esforça para fazer a vontade de Deus, mais severos ficam os ataques do inimigo. Satanás não somente ataca o indivíduo, como também a cole­tividade, inspirando a maior parte das religiões do mundo, justamente para enganar os homens. Jesus quando veio ao mundo não veio como inventor de religiões, mas sim para dar a Sua vida para nos prover da vida eterna! Glória a Deus!

a. A diversão. II Co 4.4; ' Tm 3.7. Satanás sempre procura ocupar os pensamentos dos homens com as coisas temporais, com os prazeres da carne que passam logo, para evitar que pensem em Deus, na eternidade e nas coi­sas espirituais. Ele nega o caminho da redenção pelo sangue e substitui essa verdade pelas atraentes teorias falsas.

b. Ilusão. Gn 3.4; Ez 13.22; II Ts 2.9-11. Satanás faz o homem pensar que poderá estabelecer a sua própria justiça através de boas obras e rituais religiosos.

c. Vacilação. Mt 6.24; II Co 6.14,15; 7.1. Muitas pessoas, pelo ardil satânico, julgam que podem andar com Deus e com o mundo ao mesmo tempo. A Bíblia afirma que isso é impossível. O homem terá que escolher, ou Deus ou o mundo.

d. Ceticismo. Rm 14.23. Por suas sutis insinua­ções, Satanás semeia dúvidas nos corações. Sua maliciosa interrogação no Jardim do Édem "E assim que Deus disse?" serviu para envenenar o clima espiritual do mundo desde então. Gn 3.1-6.

e. Trevas. Is 50.10; Rm 1.21; II Co 4.4. O "prín­cipe das trevas" não somente subjuga os ímpios em tre­vas, como também procura ofuscar a experiência do próprio crente. Mesmo os mais ilustres homens de Deus têm pas­sado por esses repetidos ataques do maligno.

f. Desânimo. Hb 6.1; 9.14. Às vezes é pelo desâ­nimo que o inimigo procura vencer o crente. Mesmo a fraqueza ou enfermidade física pode enfraquecer um servo de Deus, se não estiver bem firmado sobre a Rocha.

At 10.38; Lc 13.16. Não raras vezes Satanás se utiliza de acusações falsas para provocar desânimo.

g. Procrastinação. At 24.25; 26.28; Êx 8.25-28, 10.24,25. Este ardil é um dos mais perigosos para qual­quer pessoa, sendo responsável pela destruição no inferno de milhões de incautos que alimentavam o desejo de, algum dia, aceitar a Jesus por seu Salvador. Mas a morte os surpreendeu privando-lhes da oportunidade, e jamais se­rão salvos. É triste!

h. Transigência com o mal. O Diabo procura de toda maneira levar o crente a transigir e tolerar o mal. Uma parte deste trama satânico é o movimento ecumê­nico que visa unir todas as religiões, sob uma só bandei­ra. Ap 3.9; II Co 11.14,15.

9. Como o Crente Poderá Defender-se contra Satanás.

a. Revestir-se da armadura de Deus. Ef 6.10-18.

b. Perceber as maquinações e espertezas dele. II Co 2.11.

c. Não dar lugar a Satanás. Ef 4.27. (Note o con­texto, vers. 26, a referência à ira).

d. Resistir-lhe. Tg 4.7.

e. Ser sóbrio e vigilante. I Pe 5.8.

f. Vencê-lo (Ap 12.11) pela: 1) PALAVRA (I Jo 2.4), a espada do Espírito. Hb 4.12; 2) pelo SANGUE, e pela palavra do testemunho (Cl 2.14,15); e 3) EM CRISTO. Ef 1.19-22; 2.6; I Jo 5.8; Cl 1.13; Jo 10.28,29. A vitória de Jesus sobre Satanás é nossa também, mas é imprescin­dível que permaneçamos nEle e que o poder do Espírito Santo opere em nós.

10. O Destino de Satanás. Satanás já foi deposto do seu elevado estado que outrora ocupava. Ez 28.16; Lc

.10.18; Jo 8.44. Jesus o viu cair. Durante a Grande Tri-bulação ele será lançado por terra. Ap 12.9-12. Como foi predito em Gn 3.15, Satanás já é um inimigo vencido, vencido por Cristo durante a Sua vida (Mt 4.1-11; Jo 14.30)

e na Sua morte no Calvário. I Jo 3.8; Hb 2.14; Cl 2.15; Jo 12.31; I Co 15.55; Rm 16.20.

a. Será algemado por 1.000 anos no poço do Abismo. Ap 20.1-3. (Confira no Mapa das Dispensações, observando a linha ondulada da Grande Tributação ao Abismo).

b. Depois de 1.000 anos será solto. Ap 20.7,8. Esse espaço de tempo será curto, mas suficiente para ele sair enganando as nações da terra para fomentara rebelião de Gogue e Magogue, citada na referência acima.

c. Será lançado para sempre no Lago de Fogo. Ap 20.10. Isso acontecerá depois do levante de Gogue e Ma­gogue. Mt 25.41; Is 14.17,18; II Ts 2.8. (O estudante deve seguir a linha ondulada referente a Satanás, no Mapa das Dispensações, verificando que ela sai do Abismo, vai para a terra e depois para o castigo eterno no Lago de Fogo). 11. Por que Deus tolera Satanás aqui no Mundo? Oferecemos as seguintes três razões: 1) Para desenvolver

0 caráter do cristão, e bem assim a sua fé. Lc 22.31; Rm 8.28. Adão foi provado a fim de que a sua inocência passasse a ser santidade, que é algo mais perfeito do que a simples inocência. 2) Prover um conflito, para que os santos possam ser vencedores e receber recompensa. Jó 1.2; I Jo 2.13. Essa vitória não será de nós mesmos.

1 Jo 4.4; II Co 12.7,8. 3) Demonstrar nos decaídos seres humanos que o poder de Deus é muito maior do que o poder de Satanás.

B. Os Anjos Decaídos.

1. Os anjos atualmente associados com Satanás. Es­tes são os instrumentos de Satanás no seu domínio sobre o mundo. Ocupam posições de autoridade sobre,as nações e os povos. Dn 10.13,20; Is 20.21. O "príncipe do reino da Pérsia" resistiu ao mensageiro/de Deus por 21 dias e o "príncipe da Grécia veio contra ele, na volta. Parece que o único anjo santo que tem jurisdição sobre uma nação é Miguel, o grande príncipe quese levantaa favor dos filhos de Israel. Dn 12.1; 10.21. Os anjos lutarão ao lado de Sa-tanás contra Miguel e seus anjos na grande guerra nos céus descrita em Ap 12.7-9. Serão lançados na terra. (Sendo que o fogo eterno foi preparado para o Diabo e seus anjos (Mt 25.41), concluímos que este será o destino eterno desses seres decaídos.

1. Os Anjos Atualmente Algemados nas Trevas. Esta classe de anjos, mencionada emJd6ell Pe 2.4, está reser­vada em cadeias e trevas, ou no lugar chamado Tártaro (Tártarus em grego), classificado por alguns eruditos como sendo um lugar separado do Hades, ou, como é mais pro­vável, o próprio Abismo. (Verificar no Mapa das Dispen-saçõss). A razão por que D&us não lhes permite liberdade certamente é porque o seu pecado, o de deixar o seu pró-prjo domicílio (ou reino de vida e de ministério) foi muito grave. Jd 6. Pode ser também que sejam revestidos de tanto poder que Deus julga inconveniente estarem em liber­dade. Serão julgados certamente na ocasião do Grande Trono Branco. Os crentes ajudarão a julgar os anjos. I Co 6.3.

C. Demônios. É necessário fazer distinção entre "de­mônios", "anjos decaídos" e o "Diabo". O Diabo chama--se "ho diabolos" em grego, e só há um Diabo. Não se usa o nome no plural. Ap 12.10; 20.2. Os demônios chamam--se "daimonia" em grego, sendo a palavra usada 56 vezes no Novo Testamento. A palavra "daimon" é usada cinco vezes. Os demônios também se chamam "espíritos" em Mt 8.16; 17.18; Mc 9.25; Lc 8.23; 10.17,20.

A diferença entre demônios e anjos decaídos é que os primeiros são espíritos descarnados, sem corpo, enquanto os outros possuem um corpo espiritual, Lc 20.35. É evi­dente que os demônios não possuem corpos porque estão constantemente procurando entrar nos corpos dos homens a fim de usá-los como se fossem seus. Mc 9.25; Mt 12.43-45. Em Mt 8.31 notamos que eles aceitaram até os corpos dos porcos. Um missionário da índia relatou-nos um caso de um demônio que entrou num veado, o qual logo demonstrou os mesmos sintomas da pessoa de quem fora expulso o referido demônio.

a. Personalidade. Os demônios têm personalidade, pois Jesus dialogou com eles, interrogou-lhes e dos mes­mos recebeu respostas. Lc 8.26-33. São dotados de grande inteligência, conhecendo que Jesus é o Filho de Deus e que serão finalmente encarcerados no lugar de tormento. Mt 8.29.

b. O Poder dos Demônios sobre o Corpo Humano.

Os demônios podem causar mudez (Mt 9.32,33), cegueira (Mt 12.22), loucura (Lc 8.26-35, cólera e homicídio (I Sm 18.10,11; 19.9,10), mania de suicídio (Mc 9.22)ede ferir-se (Mc 9.18), e outros defeitos e deformações. Possuem força sobrenatural. Uma vez de posse dum corpo, podem sair e entrar à vontade deles. Lc 11.11-26.

c. O Caráter dos Demônios. Nota-se o caráter maligno desses espíritos nas suas doutrinas falsas (I Tm 4.1), nas heresias destruidoras (II Pe 2.1), nas orgias, festas e cultos pagãos. I Co 10.20,21. Sem dúvida alguma, as falsas doutrinas modernas, como sejam; a Ciência Cristã, Novo Pensamento, Baiísmo (com sede em Haifa, Israel), Teosofismo, Espiritismo, Telepatia, Esoterismo, Necromancia, e semelhantes são todas de origem e ins­piração demoníaca. São falsas porque todas elas negam que Cristo veio em carne e que a redenção da raça huma­na seja efetuada pelo sangue de Cristo. I Jo 4.1; I Co 12.3.

d. São os Espíritos Familiares da Antiga Feiticaria.

O povo de Israel foi proibido por Deus, sob pena de morte, de ter qualquer comunicação com espíritos familiares, como os cananeus e outros povos pagãos costumavam fazer. Lv 20.6,27; Dt 18.10,11; Is 8.19. No moderno espiritismo eles personificam os mortos. Os médiuns são pessoas endemoninhadas como era a moça pitonisa que Paulo libertou em Filipos. At 16.16-18. Erapossessa dum espírito adivinhador.

O rei Saul, quando desesperado por não ter conseguido nenhuma comunicação com Deus, nem por sonhos ou visões, nem pelo Urim e o Tumim e nem pelos profetas (Samuel morrera cerca de dois anos antes), de noite procurou a feiticeira de Endor. Antes ele mesmo havia destruído os feiticeiros, agora ele mesmo ocupou uma tal pessoa, fato que denuncia o quanto estava desviado dos caminhos do Senhor. I Sm 28.6-25. A mulher, pelo poder dos demônios, enganou a Saul fazendo-o pensar que realmente havia tido comunicação com o falecido profeta Samuel. Tudo não passou duma personificação que só serviu para a condenação do rei angustiado. Apresentamos as seguintes nove razões por­que NÃO foi Samuel que subiu. 1) Uma vez que Deus, antes disso, recusou comunicar-se com Saul pelos meios nor­mais (sonhos, visões, Urim e Tumim, e profetas) e havia retirado o Seu Espírito dele (I Sm 28.6,15,16; 16.13-23; I Cr 10.13,14), certamente não iria comunicar com esse rei por meios condenados, isto é, por um espírito enganador, fingindo ser Samuel. 2) Saul propositadamente procurou a feiticeira, portadora de espírito familiar, sabendo que a prática da feitiçaria era proibida por Deus. Vers. 7. 3)/À Bíblia declara que tais pretensas comunicações com os mortos, podem ser na realidade, casos dos demônios per­sonificando os mortos. Vers. 7-19; Dt 18.11,1 Cr 10.13,14; Is 8.19. 4) Tais comunicações são proibidas em dezenas de passagens. (Cf. Lc 12.29). Por conseguinte, Deus não permitiria a Saul tentar tal comunicação. 5) A aparição de Samuel perante a feiticeira foi simplesmente o caso dum espírito familiar personificando e fingindo ser Sa­muel. Quem falava não era Samuel mas sim o espírito que conhecia tanto a Saul como a Samuel e as relações anteriores entre ambos. Esse espírito era capaz de fazer predições. Dt 13.1-3. Isaías avisou-nos que a pessoa que procura comunicar-se com os mortos é enganada por espíritos familiares. Is 8.19. 6) O espírito praticamente se denunciou quando disse que Saul e seus filhos estariam com ele no dia seguinte. De fato, Saul, ao morrer, foi para o lugar de sofrimento no Seól ou Hades. Samuel estava no Seol, mas no lado do conforto, junto com Abraão. 7) Não há nenhum caso registrado na Bíblia em que Deus tenha interceptado uma comunicação entre os demônios e os homens. Saul inquiriu através de um demônio e por um demônio foi respondido. Deus sem­pre comunica Suas mensagens pelo Espírito Santo, mesmo que utilize várias maneiras de fazê-lo. 8) Está declarado em I Cr 10.13,14 que Saul morreu por causa dos seus pe­cados anteriores bem como por esse pecado contra a Pa­lavra do Senhor, de consultar a feiticeira e os espíritos familiares, coisa proibida por Deus. Assim, somos obri­gados a concluir que foi desse espírito e não de Samuel que obteve Saul as informações. 9) Jesus ensinou que é impossível aos mortos se comunicarem com os vivos aqui na terra. Todas as demais passagens bíblicas confirmam esse ensino. Havia um abismo intransponível entre as duas partes do Hades, de forma que Lázaro não podia ir para o outro lado onde estava Dives. Lc 16.26-31. O único caso duma pessoa saindo do seu lugar após a morte, e antes da ressurreição, é o caso de Moisés a quem Deus trouxe por uma legítima razão, ao Monte da Transfiguração. Mt 17.1-8. Neste caso, contudo, trata-se dum ato de Deus e não dum feiticeiro. Moisés e Elias vieram à terra a fim de conferenciarem com Jesus a respeito de Sua morte na cruz, na qualidade de representantes do Velho Testa­mento, "a Lei e os Profetas". Portanto, não existe ne­nhuma base nesse acontecimento para as falsas suposições espíritas.

A história do Rico e Lázaro revela que não somente é proibida a comunicação entre os vivos e os mortos, mas também que não é necessária essa comunicação, pois os vivos têm Moisés e os Profetas, isto é, as Escrituras para sua orientação espiritual. Lc 16.19-31. Portanto, qualquer pessoa que se envolve com o espiritismo corre enorme perigo de ter o seu "entendimento endurecido" e de passar a ficar sob o domínio dos demônios. Ef 4.17-19.

e. A Relação dos Demônios com o Abismo, Evi­dentemente os demônios têm qualquer afinidade com o Abismo, pois eles rogaram a Jesus que não os lançasse ali. Lc 8.31. Em Ap 9.1-3 notamos que é do Abismo, du­rante a Grande Tribulação, que sai um grande número de demônios encarnados como gafanhotos. »

f. O Destino Finai. Quanto ao seu destino final, sabemos que serão encarcerados num lugar de tormento (Mt 8.29), que evidentemente é o Lago de Fogo. Mt 25.41; Ap 20.10-14.

III. O HADES, O MUNDO INFERIOR, O LUGAR DOS FALE­CIDOS.



Em Mt 16.18 Jesus mencionou "as portas do inferno" (Hades no grego), lugar que merece um estudo profundo dentro das Escrituras. Este lugar vamos chamar de "o mundo invisível".

Tanto o Velho como o Novo Testamento falam deste "inferno", sendo em hehraico "Seól" e em grego "Hades". Ambas as palavras significam o "mundo invisível", o lugar para onde vão os espíritos dos falecidos. Nunca são usa­das estas palavras em referência ao lugar final de detenção desses espíritos, e nem para significar a sepultura do cor­po, cujo termo hebraico é "queber".

O testemunho total das Escrituras, dos livros Apócrifos, dos escritos patrísticos e mesmo livros de autores pagãos, é que o Hades (ou Seól) é o lugar onde, à morte, são reco­lhidos os espíritos dos falecidos, quer dos justos, quer dos injustos. Is 14.9; Lc 16.23.

A razão da grande confusão reinante sobre este assunto e mesmo entre as heresias é porque às vezes as palavras gregas e hebraicas referentes ao assunto foram mal tra­duzidas, por exemplo, "Hades", que às vezes é confundida com o Lago de Fogo; "queber", que somente tem a ver com cadáver, confundem com "inferno" que é lugar de espírito; "Abussos", que é tradução do hebraico "Abaddon", é o "abismo", mas lugar este diferente do Hades.

A. Onde Está o Hades? Quem o Habita? Os mortos, é evidente, dividem-se em duas classes: os justos e os injustos. Dn 12.2; Jo 5.28,29. Em estudo anterior consi­deramos a ressurreição dos corpos, mas agora pesqui­saremos acerca da habitação de seus espíritos enquanto aguardam o juízo final. A Bíblia ensina que, à morte, a alma é~ o espírito do homem, no caso do injusto, não se­guirão imediatamente para o lugar final de castigo, mas sim que irão a um lugar temporário, à espera do juízo do Granae Trono Branco, depois do qual irão para o lugar de suplício eterno, ou seja, o Lago de Fogo.

1. Os Mortos - Justos. Todos os justos, de Adão até à ressurreição de Cristo ao morrerem, suas almas (com a possível exceção de Enoque e Elias), desciam ao "Paraíso", que naquele tempo constituía um "comparti-mento" do "Seól" (Hades no grego). (Veja o Mapa das Dispensações). Entre esse lugar e o lugar dos injustos, no mesmo "Seól", havia uma separação. Lc 16.26. "O Seól ou Hades, como descrito nas Escrituras, é um mundo sombrio, um lugar de detenção e espera, até para os mais santos". Dr. Seiss. No Velho Testamento a morte dum patriarca é descrita como sendo "reunido" ao seu povo. _ Gn 25.8; 35.29; Nm 27.13. É o que significa a ex­pressão em Lc 16.22, quando os anjos conduzem Lázaro para o "seio de Abraão". A morte dum santo era uma "des­cida" da alma a certo lugar para baixo. Is 5.14; Gn 37.35; 42.38; Nm 16.33. Em Is 5.14 os ímpios descem à boca aberta do "Seól" (não "cova ou sepultura", como traduzida em Almeida). Nas passagens de Gênesis temos Jacó pensando em sua morte, dizendo: "... descerei a meu filho à "sepultura" (a palavra no hebraico é "Seól" e não "que-ber", outro caso de má tradução!) Jacó cria que seu filho José estivesse no Seol. Em Nm 16.33 Core, Data e Abirão "desceram vivos ao abismo", a terra literalmente os tra­gando. Nesta passagem a palavra "abismo", no original é "Seól". Conseqüentemente, concluímos, pela leitura des­tas e outras correlatas passagens, que o Seól, ou Hades,

0 mundo invisível, está localizado em algum ponto abaixo da superfície da terra. Cf. Ez 31.16,18; 32.18. O suposto profeta Samuel, na cena de I Sm 28.13-15, é descrito como "subindo" da terra,

A parte do Seól em que estavam Abraão e Lázaro é o "Paraíso" de que Jesus falou ao ladrão crucificado ao seu lado (Lc 23.43), dizendo que ali estaria com Ele naquele dia. A palavra "Paraíso" é de origem persa e significa uma espécie de jardim, usada simbolicamente quanto ao lugar dos justos mortos. No Paraíso Lázaro podia con­versar com o rico que ali sofria o tormento dos ímpios, havendo entre eles um "abismo" intransponível. Lc 16.18-31. Depois de Sua morte Jesus esteve "três dias e três noites no coração da terra". Mt 12.40; At 2.27; V. Ez 31.15-17. Paulo descreve esse lugar como "as regiões inferiores da terra". Ef 4.9. Portanto, concluímos que o Paraíso em que Jesus e o malfeitor entraram estava no coração da terra. Nesta descida ao Hades Cristo efetuou uma grande e permanente mudança na região dos salvos, isto é, nas condições dos justos mortos. Ele "anunciou" a Sua vitória aos espíritos ali retidos. E o que significa a expressão de Pedro, que "Cristo... pregou aos espíritos em prisão..."

1 Pe 3.18-20. A palavra usada no original implica em anunciar, comunicar; não pregar, como se entende em homilética.

(Mas quando Cristo '^subiu às alturas" levou cativo o cativeiro, isto é, uma multidão de cativos, os quais eram as almas dos justos que estavam em descanso no Paraíso.

Ef 4.8-10. Assim Cristo transferiu o Paraíso, do Seól ou Hades, para as regiões celestiais. Muitas dessas pessoas libertas foram até ressuscitadas nessa ocasião, segundo Mt 27.52,53. Cristo havia dito que as portas do Hades (ou seja esse lugar de detenção em que estavam guardados os justos mortos) não prevaleceriam contra a Sua Igreja. Mt 16.18. E não prevaleceram mesmo! "Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" I Co 15.55; Ap 1.18.

O Paraíso continua sendo o lugar para onde vão os espíritos dos justos que ora morrem, só que agora não acha-se mais no Seól e sim no terceiro céu (II Co 12.1-4). O Paraíso está "na presença de Cristo". II Co 5.8; Fl 1.23. Sendo que Cristo está sentado à dextra do Pai, concluímos que agora o Paraíso também está na presença imediata do Pai. Hb 12.2; Ap 3.21; 6.9. Os justos não "dormem" no Paraíso no sentido de estarem inconscientes. Lá eles são "confortados" (Lc 16.25), permanecendo num estado de perfeita felicidade, em contraste com 0( sofrimento hor­rível que experimentam os ímpios lançados no Hades. Lc 16.24. Os mortos justos podem clamar em alta voz, fato que indica consciência e a posse das faculdades men­tais. Ap 6.9,10. Paulo descreve o seu estado como "in­comparavelmente melhor" a este nosso, da presente vida. Fl 1.23.

Quando Cristo voltar, Ele trará consigo as almas dos que "dormem" (seus corpos apenas) no Senhor. I Ts4.14. Essas, unidas aos corpos ressuscitados, seguirão para o Tribunal de Cristo onde receberão seus galardões. Par­ticiparão das Bodas do Cordeiro e depois reinarão com Cristo durante o Milênio de paz. A Nova Jerusalém, o lu­gar que Cristo foi preparar para o Seu povo (Jo 14.2), será o seu lar por toda a eternidade e provavelmente durante o Milênio também. Ap 21 e 22.

2. Os Mortos ímpios. Desde o tempo de Adão até ao tempo do Julgamento do Grande Trono Branco, as almas dos ímpios seguem para o "Mundo Invisível", ou seja o "Seól" ou "Hades", aguardando o julgamento final quando serão lançados no Lago de Fogo. Infelizmente, estes nomes "Seól" e "Hades" têm sido.traduzidos incorretamente em certos casos, em algumas versões das Escrituras, por exemplo como "inferno", "sepultura" e "abismo". A palavra hebraica "Seól" consta sessenta e cinco vezes no Velho Testamento. (O autor se dispõe a fornecera lista completa a quem a pedir).

A palavra grega "Hades" consta onze vezes no Novo Testamento. Mt 11.23; 16.18; Lc 10.15; 16.23; At 1.18; 6.8; 20.13; I Co 15.55.

Exemplos do uso da palavra "Seól": o rei da Babilônia encontrado no Seól, Is 14.4-20; o Egito degradado ao Seól, Ez 32.21; tanto os justos como os injustos "descendo ao Seól", Is 5.14; Gn 37.35; 42.38; Nm 16.30,33; a alma no Seól, SI 30.3; 89.48; 16.10; 86.13; At 2.27,30; conversação no Seól, Ez 32.21; Is 14.9-20; Lc 16.19-31; cadeias, II Sm 22.6; tristeza, tributação e angústias, SI 116.3; mais profundo do que o Seól, Jó 11.8; profundezas do Seól, Pv 9.18; Seól em baixo, Pv 15.24; portas do Seól (Hades), Mt 16.18; descerem vivos ao Seól, Nm 16.30,33. Depois da ressur­reição de Cristo somente os ímpios são enviados ao Seól ou Hades.

A palavra "Queber" (hebraica) usada no Velho Testa­mento é corretamente traduzida por "sepultura", "cova", e "túmulo". Embora haja grande diferença de sentido entre a palavra "queber" e a palavra "Seól", certas versões das Escrituras têm feito confusão entre as mesmas. A fim de esclarecer o verdadeiro sentido, faremos uma compa­ração do uso destes dois vocábulos. "Queber" é usada na forma plural 29 vezes (Êx 14.11), enquanto "Seól" é sempre usada na forma singular. Existe só um "Seól", mas há muitas "québeres". "Queber" abriga ou recebe cadáveres 37 vezes (I Rs 13.30), enquanto o "Seól" jamais recebe cadáver (salvo se o caso de Core for considerado uma exceção). "Queber" é localizado sobre a superfície da terra 32 vezes, enquanto o Seól é localizado abaixo da terra, nas profundezas. II Sm 3.32; II Cr 16.14. Há um "queber" para cada indivíduo, 44 vezes. II Sm 3.32; II Cr 16. 14. O Seól é sempre o lugar onde há muita gente. O homem-coloca corpos no "queber", 33 vezes (II Sm 21.14), mas somente Deus envia o homem ao Seól. Lc 16.22,23. O homem escava o "queber", 6 vezes, mas jamais escava -o Seól. O homem apalpa o "queber", 5 vezes, mas jamais apalpa o Seól. Gn 50.5. Concluímos, afirmando que o uso da palavra "queber" prova que ela significa sepultura, que acolhe o cadáver, enquanto Seól acolhe o espírito do homem.

As Escrituras mencionam mais um lugar do "Mundo Invisível", chamado "Abaddon", no hebraico, e "Abussos", no'grego. Em alguns lugares no Velho Testamento esse vocábulo é traduzido "destruição". É traduzido "Abismo" no Novo Testamento. Jó 26.6; 28.22; 31.12; Pv 15.11; 27.20; SI 88.11; Lc 8.31; Rm 10.7; Ap 9.1-11; 17.8; 20.1-3. O erudito Dr. Seiss comenta sobre este assunto: "Abaddon e o Abismo parecem ser a morada de demônios, uma espécie de abismo ainda mais profundo do que o Hades, lugar em que os espíritos dos mortos os mais ímpios, e outros espíritos imundos das ordens mais baixas, são prisioneiros melancólicos, aguardando o dia do juízo. O termo "Tártaro" (Tartarus no grego), traduzido "in­ferno" na Versão Brasileira e em Almeida, em II Pe 2.4, que versa sobre anjos decaídos serem lançados nos "abis­mos" (Edição Revista e Atualizada) de escuridão, prova­velmente refere-se a este mesmo "Abussos" ou "Abismo".

Na ocasião do Julgamento do Grande Trono Branco, a morte e o Hades entregarão os que neles estiverem retidos. Serão lançados no Lago de Fogo, que é o lugar final de suplício. Ap 20.13-15; 21.8. Os mortos ímpios retidos no Hades serão ressuscitados na Segunda Ressurreição para comparecerem perante o Julgamento do Grande Trono Branco, revestidos novamente de corpos. Mas não são corpos glorificados como os que os salvos receberam na Primeira Ressurreição, pelo menos mil anos antes. Após o julgamento, esses ímpios serão lançados no Lago de Fogo. Este é o terceiro dos grandes "infernos" men­cionados nas Escrituras e deve ser considerado como O VERDADEIRO INFERNO FINAL E ETERNO. A palavra hebraica que descreve este lugar, como usada no Velno Testamento, é "Tofete". Is 30.33; Jr 7.31,32. A palavra grega é "Geena". Mt 5.22,29,30; 10,26; 23.14,15,33. "Geena" refere-se literalmente ao "Vale de Hinom", vale este fora da cidade de Jerusalém que servia de lixeira da cidade e onde queimavam os cadáveres de criminosos e de animais. Ali sempre havia fogo aceso, servindo desta maneira para figurar o Lago de Fogo que arde eterna­mente. No Vale de Hinom os israelitas apóstatas quei­mavam seus filhos em sacrifício a Moloque, o deus pagão. Jesus empregou o termo "Geena" 11 vezes, sempre no sentido literal. Uma vez que o Hades é lançado no Lago de Fogo, e que os anjos decaídos serão julgados no grande dia de julgamento, concluímos que o Abismo também será lançado no Lago de Fogo, formando desta maneira um só inferno eterno. Mt 25.41 confirma este pensamento porque vemos os homens e os anjos sofrendo juntos.(Òs primeiros seres a serem lançados no Lago de Fogo são a BESTA, isto é, o Anticristo, e o FALSO PROFETA. Em seguida será o DIABO ali lançado.^ Ap 19.20; 20.10.J Depois serão os homens que rejeitaram a salvação em Cristo que ali serão encarcerados. Mt 25.41. O Lago de Fogo terá dura-serão encarcerados. Mt 25.41. O Lago de Fogo terá dura­ção eterna, pois os ímpios sofrerão tanto tempo quanto os justos terão de regozijo e enquanto existir o próprio Deus, que é o Deus eterno! Ap 14.9-11; 19.3; 20.11; Mt 25.46; Ap 10.6; 14.9-11. Amém!

QUESTIONÁRIO

1. Quais as três secções em que se divide este estudo?

2. Os espírito bons sempre existiram?

3. Eles morrerão?

4. Quantos são?

5. Qual é o centro de sua atividade?

6. Mencionar sete categorias de anjos.

7. Quantos querubins há atualmente? ,

8. Originalmente quantos haviam?

9. Quem era o "querubim que cobria"? Que aconteceu com ele?

10. Qual é o nome do único arcanjo?

11. Qual é o ministério dele?

12. Qual é o nome dum outro anjo mencionado na Bíblia? 13.Satanás sempre existiu?

14. Quantas vezes é mencionado nas Escrituras?

15. Descrever suas atividades como "dominador celestial".

16. Por que o anjo Miguel não teve coragem de proferir-lhe insultos? 17.Que revela Ez 28.11-19 sobre a posição que Lúcifer ocupava no

Éden original?

18. Que revela essa passagem quanto à razão de sua queda?

19. Essa queda deu-se antes ou depois da restauração da terra?

20. Onde está Satanás hoje? Qual é seu domínio?

21. Explicar as atividades de Satanás durante o curso da história quanto à sua perseguição da "Semente da Mulher".

22. Quem se interessou na destruição de Israel às mãos de Faraó?

23. Que significam os dois nomes principais de Satanás, Satanás e diabo?

24. Que inspirou a maior parte das religiões do mundo?

25. Descrever a "diversão" como um dos ardis de Satanás.

26. Por que a procrastinação é um ardil tão perigoso?

27. Quais os três grandes meios à disposição do crente para conseguir a vitória sobre Satanás?

28. Satanás já é um inimigo vencido ou ainda será vencido em época futura?

29. Quando será ele algemado?

30. Será solto alguma vez?

31. Quando será lançado no Lago de Fogo?

32. Quais as três razões por qde Deus tolera Satanás no mundo?

33. Quais as duas classes de anjos decaídos?

.Qual o anjo que tem jurisdição sobre Israel? /

.Descrever uma futura guerra entre anjos maus e anjos bons.

. Como passarão a eternidade os anjos aliados a Satanás?

. Em que lugar está guardada a outra classe de anjos maus?

. Qual foi o seu pecado?

.Que será o seu destino?

.Qual o outro tipo de espíritos maus que existem?

. Distinguir entre eles e o Diabo.

.Qual a diferença entre esses e os anjos decaídos?

. Provar que os demônios têm personalidade.

.Que relação têm os demônios com as doutrinasfalsas tão difundidas

no mundo atual? .Qual a religião que opera a poder dos demônios? . Provar que foi a personificação por meio de espírito familiar e não

o próprio Samuel, que a feiticeira de Endor apresentou ao rei Saul. .Que diz a Bíblia sobre a necromancia, ou a comunicação com os

mortos?

Que afinidade têm os demônios com o Abismo? Qual será o destino

final?

.Quais as classes em que se dividem os seres humanos falecidos? . Para onde vão as almas dos que morrem?

Quais as duas partes do Seól ou Hedes? .Onde estava o "Paraíso"antes da ressurreição de Cristo? .Mencionar os nomes de dois homens do período do Velho Testamento

que estavam nesse Paraíso.

i Aonde foi Jesus no período entre Sua morte e Sua ressurreição? .Que aconteceu com o Paraíso quando Jesus "subiu às alturas"? . Demonstrar pelas Escrituras o lugar atual do Paraíso.

Como será o lar eterno dos que atualmente estão no Paraíso? .Quais são as palavras hebraicas e gregas comunmente traduzidas

"infernos"?

Descrever o estado das almas dos ímpios retidas no "Seól". .Qual a palavra hebraica traduzida "sepultura, túmulo ou cova"? .Qual a diferença entre "queber" e "Seól". .Que outro lugar existe no mundo invisível?

Que significa "Tártaro"? .Quais as palavras hebraica, grega e portuguesa que significam o inferno final? -65 Quais os primeiros a serem lançados ali? 66 Que significa o fato "a morte e o Hades foram lançados no Lago de Fogo"?

67. Por quanto tempo durará este inferno?

O Autor

Pastor e escritor apreciadíssimo, com algumas de suas obras reedita­das várias vezes, o irmão Lourenço está no Brasil desde 1939. Inicialmen­te radicado em Lavras, fundou naque­la cidade mineira a Assembléia de Deus. Veio para o Rio de Janeiro e inaugurou, no dia 2 de janeiro de 1955, o programa radiofônico "Voz das Assembléias de Deus", que tem prestado valiosa colaboração â evan-gelizaçáo do Brasil. Em 1962, fundou o Instituto Bíblico Pentecostal, entida­de que tem treinado centenas de obreiros para melhor servirem â causa do Mestre. A Obra

Neste livro, cujo valor tem sido atestado pelos milhares de leitores das várias edições anteriores, o pastor Lourenço analisa com muita seguran­ça a criação original, as dispensações, o século presente, as ressurreições, os julgamentos, o mundo dos espíritos e outras doutrinas bíblicas de grande in­teresse de todos os cristãos.